domingo, 31 de março de 2013

Lazer para todas as idades

O dia começa mais leve quando conseguimos, sem muito esforço, proporcionar diversão para toda a família a custo de muito pouco.

Temos três crianças em casa, e com idades completamente diferentes (10, 4 e 1), o que torna um desafio encontrar uma maneira de entreter os três ao mesmo tempo e numa mesma atividade, ainda que em intensidades diferentes (porque brincar com um, deixar outro num iPad e outro num celular seria fácil, fácil).

Hoje, apesar da garganta ter ficado me fazendo lembrar da sua existência por toda a manhã, levantei cedo e, junto com o papai, que abriu mão do baba dominical para curtir os pimpolhos, resolvemos descer para curtir o condomínio com os pequenos.

Brincamos de carrinho, jogamos bola na quadra, e teve até banho de piscina.

Descemos com três carrinhos: no de passeio de Mateus, ele e Leti passearam e os três empurraram; no de supermercado de Leti, ela  levou a bola, ela e Mateus empurraram e Mateus voltou para casa empacotado; no topocar, Lipe desceu manobrando e os irmãos, do seu jeito, também fizeram as suas manobras.



Descemos com os carrinhos em direção à quadra. Samir foi na frente com Lipe e Mateus e eu e Leti fomos mais devagar porque ela ia e voltava passando pelos caminhos que lhe pareciam mais agradáveis.

Demoramos mas chegamos.

Na quadra, brincamos de bola. Todos. Os cinco! Inclusive eu e o papai (hehehehe). Os maiores chutando forte, tentando fazer pontinhos, dribles, lançamentos; os menores arremessando a bola com a mão ou chutando para o gol a 10cm de distância... O tempo de concentração nesta brincadeira foi menor para Leti e Mateus que, enquanto papai jogava com Lipe, procuraram outras opções de diversão. Mateus se divertiu com pedrinhas no chão, Leti se desdobrou para tentar beber água no bebedouro (oh, não consegui tirar fotos desse momento mágico).

Depois, papai subiu para vestir um maiô em Leti enquanto acompanhamos (eu e Mateus) Lipe em suas peripécias sobre rodas. Delicioso! Lipe se divertindo, Mateus acompanhando, rindo, e eu tendo a oportunidade de testemunhar uma interação linda entre os dois.

Por fim, foi a hora da piscina. A ideia inicial era irem apenas papai, Leti e Lipe, já que Mateus não curte tanto e a mamãe não podia molhar o cabelo (de verão) escovado para a festinha do sobrinho-afilhado logo mais tarde.

Mas deu uma ver Teteu olhando os irmãos saindo com carinha de pidão, que resolvemos levá-lo também.

A mamãe ficou no suporte-seco e nas fotografias. Leti mergulhou, nadou, brincou, pulou, sorriu, curtiu um monte cada minuto da brincadeira na piscina. Lipe acompanhou. E inventou. Um tapete, que para Leti e Mateus era apenas um tapete onde eles puderam deitar, fazer bolhinhas em água rasa, e bater as mãozinhas, para Lipe virou uma prancha de surfe, ou um barco suicida, sei lá. Ele subiu, ficou em pé, transformou halteres em canudos gigantes e, usando sua imaginação, surfou, pulou, afundou, guerreou, se divertiu! Ele também cuidou do seu irmão na piscina nos poucos momentos em que Mateus quis estar dentro d´água, porque, na maior parte do tempo, ele ficou circulando pelas beiradas, explorando e bagunçando tudo ao seu redor como, aliás, costuma fazer com muito prazer.

Ao final, voltamos todos cansados e muito felizes para casa.

E assim começou nosso domingo de páscoa...

 

indo e vindo

escolhendo o caminho por onde ir

o carrinho que transportou os três

chegando para encontrar papai e irmãos


empurrando o carrinho de Teteu


denguinho



descobriu as pedrinhas














nas beiradas
hora de ir









quinta-feira, 28 de março de 2013

Novidades Aquáticas

Ao final de cada semana, uma novidade. Na primeira, passou a fechar a boca para mergulhar. Na segunda, era deixada um pouco solta no fundo da piscina quando mergulhava. Na terceira, começa a se equilibrar no macarrão. Na quarta, mergulha até pôr o pé no fundo da piscina.

Ansiosa pelas cenas dos próximos capítulos...

(o melhor de tudo é ver sua felicidade ao lado do tio Rafa...)





sábado, 23 de março de 2013

Musicalização

Nesse semestre, Mateus e Leti começaram a fazer aula de musicalização infantil com os integrantes do Grupo Canela Fina. Como têm idades diferentes e compromissos diferentes, estão fazendo aula em dias diferentes, o que me permite dar uma atenção melhor a cada um deles no horário da aula.

O objetivo da aula não é ensinar a tocar um instrumento específico, mas auxiliar no desenvolvimento das habilidades perceptivo-musicais, quanto no desenvolvimento auditivo, motor, cognitivo, social, da atenção, da memória, sistemas de ordenação sequencial, espacial, além de ajudar a fortalecer a relação afetiva entre as pessoas. 

Na aula, são utilizados, basicamente, instrumentos de percussão que embalam um repertório que varia entre entre músicas que sugerem movimentos através de suas letras, cantigas de roda, canções de ninar, rimas, parlendas, cantigas folclóricas, bem como músicas instrumentais, obras de música erudita e de várias parte do mundo.

Nas aulas, que duram 45 minutos, as crianças vivenciam conceitos musiciais como pulsação, andamento, intensidade, alturas, som, silêncio, timbre, forma musical, exploração de sons através da execução de instrumentos e do próprio corpo.

Mateus está fazendo aula às quintas feiras, junto com seu primo Lucas, filho da minha irmã; e Leti, aos sábados.

Mateus está num processo de exploração: do espaço, das pessoas, dos conceitos, da estruturação da aula... Às vezes está mais concentrado, às vezes menos. Mas, de um modo geral, tem aproveitado bem as aulas.

Leti é um caso à parte. Está tão linda na aula que me deixa emocionada!

Já tinha o feito o mesmo curso antes, há um tempo, mas não participava, não interagia, ficava muito isolada. E mesmo cantando todas as músicas em casa, acabei resolvendo tirá-la.

Com nossa aproximação com o Grupo Canela Fina desde o final do ano passado, resolvi tentar mais uma vez, já que ela sempre aproveitava muito os shows do grupo.

Bendita hora!

Como nas turmas para a idade dela a criança entra desacompanhada, pedi para matriculá-la na turminha para crianças de 2 e 3 anos. E acho que foi bom para ela. Como tem um atraso global em seu desenvolvimento, junto com as crianças mais novas a diferença não fica tão evidente e ela encontra mais oportunidade de participar. E tem aproveitado essas oportunidades! Cantando, respondendo perguntas da pró, adivinhando o instrumento que vai tocar...

No primeiro dia, a pró perguntava para as crianças o que tinha no mar, e ela respondeu: polvo e, depois, sereia. E respondia pra fora, participando do movimento da aula, e não baixinho, como costumava fazer.

Adivinhou que o instrumento que a pró mexia dentro do saco era uma maraca, respondendo a sua pergunta.

No final da aula, quando a pró perguntou se alguém queria cantar alguma música, depois de ser estimulada por mim, respondeu que que queria cantar Um Anjo do Céu (de Maskavo), mas, ao pedir-lhe uma segunda opção, já que esta não era uma música infantil, escolheu uma outra (de natal) e cantou todinha, sendo aplaudida pelos coleguinhas ao final. Quase infarto de alegria!

Ela tem- se permitido tocar os instrumentos, cantar, aprender músicas novas, e até, com um pouco mais de resistência, dançar.

Sempre no início da aula, é cantada uma música de boas vindas, onde cada um, na sua hora, fala seu nome. Sempre os pais falam os nomes das crianças. Hoje ela foi a primeira criança a ser saudada pela turma e, com um tempinho pequeno de espera, ela mesma falou seu nome. Tããããão lindo!!!! Ninguém jamais conseguirá entender o que tenho sentido nesses seus momentos de participação na aula.

Aliás, à falta de uma palavra melhor, FELICIDADE define!

Informações sobre o curso: aqui

(informações técnicas do curso transcritas da apostila do curso)






Notícias do meu bebê

E com toda essa tempestade de sensações, medos e decisões em relação à vida de Leti, acabei deixando de escrever mais sobre a vida dos meus pequenos.

Na verdade, em relação a Lipe, tenho repensado muito o meu direito de escrever sobre sua vida  (e olha que a temática atual renderia alguns muitos posts), com receio de lhe causar algum tipo de constrangimento, já que ele hoje tem discernimento sobre o seu direito à privacidade e, acredito que não ficaria à vontade com a exposição de fatos da sua vida aqui. E meu direito de escrever sobre a vida dele termina onde começa o direito dele de não ter a sua vida exposta. E ponto!

Vou escrever, então, sobre meu bebê, que anda lindo de viver, despertando uma paixonite aguda por quem quer que cruze o seu caminho.

Mateus está com 1 ano e 1 mês.

Finalmente, começou a chamar mamãe. E agora que aprendeu está querendo me indenizar pelo tempo perdido, me chamando o dia inteiro. Não pode me ver que começa a repetir mamã, mamã, mamã... E eu, claro, faço mil palhaçadas e mimos para agradecer o seu carinho. E ele toma gosto e repete mais e mais... Lindo!!!!

Até o pai tem chamado de mamãe (vingança é prato que se come frio kkkkk).

Ainda não começou a andar, mas sinto que pode acontecer a qualquer momento. Anda segurando apenas em um dedo meu, adora circular pela casa empurrando qualquer objeto com rodas (carrinhos, puffs, malas...), aventura-se a passar de um lugar para outro, dando uns dois passinhos solto. É uma questão de tempo. E estou tranquila esperando pelo seu tempo.

Continua sorridente e sociável! Manda beijos até para quem não pede. Dizemos que seus beijos estão em baixa no mercado, porque a oferta anda muito maior que a procura. E agora, além de mandar os beijos, ele também dá no nosso rosto. Delicioso demais!!!!!

Ainda fala pouquíssimas palavras, mas arranja seu jeito de comunicar o que quer: aponta pedindo algo, balbucia, faz birra...

Fala papai (papá), mamãe (mamã), bola (a bó), acabou (abô), Leti (Té), não (nã nã), bú (bubú, chupeta). Para Lipe, usa uma variação de mamã (porque acostumamos a chamá-lo de irmão). E faz um divertida mistura de fonemas com M, P, B e N para tentar dizer o que quer. Uma diversão!

Imita o som do porquinho, do carrinho. Adora brincar com bolas e carros. Que coisa, hein! Parece que essa predileção é coisa de gênero mesmo, porque mesmo brincando com bonecas, comidinhas, castelos e princesas (da irmã), ele, sem sombra de dúvida, prefere os carrinhos e as bolas!

Aprendeu a puxar no canudo. Uma comodidade poder sair com um copo só de água para ele e para Leti.

Depois que transferimos ele do bebê conforto para a cadeira do carro, as saídas têm sido muito mais tranquilas.

É bagunceiro que dói. Bagunça suas coisas, adora bagunçar o quarto dos irmãos, sempre que está no meu quarto tenta jogar todos os dvd´s no chão. E faz birra, muita birra, quando é contrariado! Estamos começando a tentar impor seus limites desde agora (na medida da sua compreensão, é claro! rs).

Começou a fazer aula de musicalização e de natação.

Ama todas as frutas, mas nem sempre come bem sua comida. Já come biscoitos, pães, cuscuz, picolé caseiro e uma vez experimentou bolo. Tenho restringido doces, açúcar, gorduras e, obviamente, refrigerantes (que nem Lipe, nem Leti bebem). Não se adaptou muito bem ao leite ninho 1+, então, voltamos a lhe dar o aptamil até a próxima consulta com a pediatra.

Impressionante como se diverte com tudo, como sabe brincar desde tão pequeno... Tinha esquecido dessa habilidade dos bebês, e de como é bom brincar sem roteiro, sem preocupação...

Tudo que nos faz apaixonados por ele daria para escrever um livro, mas, por questão de tempo, vou ficando por aqui, com a promessa de voltar com mais novidades.





terça-feira, 12 de março de 2013

Aprendendo a Mergulhar (editado)

Com apenas uma semana de natação, ela já aprendeu a mergulhar de boca fechada. 

Ela tinha resistência, chorava, reclamava e, por mais que pedíssemos para fechar a boca, na hora de mergulhar, sempre descia com a boca aberta, se engasgava, tossia, um horror!

Mas, depois de apenas cinco aulas, ela aprendeu a fechar a boca, pede para mergulhar, e deixou os engasgos para o passado.

Palmas para ela!!!!!!!!!!!!

Abaixo um vídeo do segundo dia de aula, terça feira passada. Fico devendo um vídeo atual.


O vídeo atual:


segunda-feira, 11 de março de 2013

Alô, papai! (diz o Sr. Croc)

Ontem pela manhã, eu queria brincar com Leti de quebra cabeças. Mas, antes que sentássemos à mesa, ela viu seu livro do Sr. Croc, e se dirigiu a ele com um ar animado. Eu que, obviamente, não podia ignorar o interesse da minha pequena, prontamente peguei o livro, levei-o à mesa e sentei ao seu lado para brincarmos.

O livro transforma-se numa casa de quatro cômodos (quarto, sala, banheiro e cozinha) e é um excelente convite à brincadeira de faz de conta.

Montei a casinha e começamos a brincadeira pela sala.

Como ela logo mencionou o telefone, arrisquei:

Trim, trim... 

- Alô, quem fala?

- (Leti) É o papai!

- Oi, Papai! Que bom falar com você! (neste momento ela falou em visita) Que você quer, papai?

- (Leti) Uma visita.

- Oba! Adoro sua visita, papai! Você vem agora?

- (Leti) Nãããão!

- Tudo bem! Então venha mais tarde. Que vamos fazer juntos?

- (Leti) Dormir.

- Que legal! Que vamos fazer na hora de dormir?

- (Leti) Uma história!

- Que história você vai me contar, papai?

- (Leti) Dos 3 porquinhos.

- Vou ficar te esperando para a gente dormir juntos. Beijo. Tchau.

- (Leti) Tchau.


Depois da conversa ao telefone, Sr. Croc foi à cozinha comer, se sujou todo, foi ao banheiro tomar banho, fez cocô no vaso e, depois, foi para o quarto esperar o papai para dormir.

Nem preciso falar da minha felicidade ao compartilhar essa brincadeira tão espontânea com minha filhota.

Aliás, felicidade é pouco! Muito pouco! Palavra nenhuma define o que senti...




domingo, 10 de março de 2013

Surpreendendo Sempre


Na semana passada, a pró de Leti, ao final da aula quando fui buscá-la, veio ansiosa me perguntar se minha pequena conhecia a música Fre´re Jaques.

Respondi que não! Nem ela, nem eu.

Ela, eufórica, me contou que percebeu Leti cantarolando uma musiquinha durante a aula e, achando que era Frère Jacques (música que ela cantava na infância), cantou junto duas ou três vezes. Depois disso, Leti ficou a tarde inteira, cantando, no seu francês, a versão da música que ela conhece por "meu lanchinho".

Ficamos as duas de queixo caído quando percebemos a rapidez e a facilidade com que ela aprendeu a música.

Consegui fazer um vídeo da minha pequena cantarolando. O voluma está baixinho, mas vale à pena fazer um silêncio e conferir. #maecoruja




Frère Jacques, 
Frère Jacques. 
Dormez-vous? 
Dormez-vous? 
Sonnez les matines, 
Sonnez les matines. 
Ding, ding, dong.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Da Série: Descobrindo o Brincar

Brincar com Leti é sempre um desafio! A brincadeira tem que ser estimulante, divertida e, de preferência, não deve demandar um tempo de atenção muito longo!

Se depender da iniciativa da minha filhota, não brincaremos de nada! Aliás, não posso ser injusta. Brincaremos de massinha, de uma maneira nada funcional; tocaremos alguns instrumentos, embaladas por um balanceio que não se assemelha a uma dança, faremos alguma receitinha no seu liquidificador de brinquedo; e passaremos um tempo vendo livros e TV.

Mas, com alguma intermediação, podemos contar com sua participação e colaboração para algo diferente.

E, nessas últimas semanas, tenho aproveitado o tempo que temos passado juntas para descobrir maneiras alternativas de brincadeiras, que sejam do seu agrado, para termos opção de diversão juntas, e para poder orientar a babá recém chegada em casa.

Vou buscar compartilhar aqui algumas brincadeiras que tenhamos conseguido realizar com êxito e prazer.

Há aproximadamente uma semana, temos aproveitado para transformar a hora do lanche numa grande brincadeira.

Ontem pegamos o lanche de Leti e Mateus e decidimos lanchar fora!

No carrinho de supermercado de brinquedo, colocamos a salada de frutas dos dois, uma toalha de piquenique, um bolo grande de brinquedo, com os pedaços presos por velcro e miniaturas dos personagens do desenho Procurando Nemo.

Minha ideia inicial era fazer o piquenique numa área verde do condomínio, mas como um vizinho super simpático que estava no elevador quando entramos deduziu que iríamos para outro andar, e apertou o respectivo botão, acabamos parando no parquinho, que também foi super agradável.

O planejamento da brincadeira, obviamente, começou em casa.

Como Leti canta parabéns o dia inteiro, num movimento repetitivo, sugeri que fizéssemos o aniversário de algum bichinho.

Peguei uma caixa com brinquedos em miniaturas e, diante das opções que tínhamos, ela sugeriu que fizéssemos a festa "do fundo do mar" que, no caso, era a festa dos personagens do Nemo (tínhamos como alternativas os personagens do Pooh e uns bichinhos de floresta).

De posse dos personagens, do bolo de madeira e seus apetrechos, e do lanche, descemos para o nosso piquenique.

A primeira etapa da brincadeira era fazer Leti levar o carrinho até o seu destino final. Ela sempre se recusa a colaborar no transporte de qualquer coisa quando saímos. Depois de muitas paradas, de tentativas de sentar-se ao chão, de arremessos do carro, ela conseguiu estacioná-lo em frente à casinha de madeira do parque, onde fizemos o nosso piquenique.



Na casinha, deu uma pequeníssima colaboração para esticarmos a toalha onde sentaríamos para lanchar, depois do que tomou toda a sua salada de frutas, ao lado do irmão.






equilibrado soltinho, mas andar sozinho, ainda não





Terminado o lanche, saímos da casinha para organizar nossa festa do fundo do mar. Poderíamos ter brincado ali mesmo. Mas minha intenção era fazer com que ela se movimentasse um pouco e explorar um ambiente diferente.

Montamos o bolo de três andares, que se divide em nove pedaços. Dois de seus andares dividem-se em quatro fatias, cada. Eu encaixava três e deixava o último para que ela encaixasse. O último pedaço, que fica em cima, ela colocou.

Depois foi a hora de confeitá-lo com pecinhas menores e circulares, com desenhos de flores e corações, que se encaixam horizontalmente e verticalmente no bolo. Como são muitas as peças, dividi-las por cinco: para Leti, Mateus, as duas babás e eu. Minha pequena conseguiu colocar tanto as de cima como as do lado do bolo. Mateus precisou de auxílio.

Arrumada a festa, foi a hora de recepcionar os convidados. Tentei que ela escolhesse o aniversariante, mas como ela não se direcionou a nenhum deles, acabei escolhendo o Nemo como anfitrião. 

Organizados convidados ao redor do bolo, depois d´ela identificar os animais (tartaruga, peixe amarelo, peixe espada, peixe bola) e ajudar - um pouco - a colocá-los em posição, foi chegado o ponto alto do evento: a hora dos parabéns (que ela cantou animadamente).

Depois dos parabéns, fomos cortar o bolo para oferecer aos convidados.

Hora de trabalhar sua motricidade fina, com a espátula de madeira que acompanha o bolo, habilidade muito deficiente em minha pequena. É impressionante a dificuldade que tem. Nem segurar a espátula direito ela consegue. E eu confesso que fico perdidinha para lhe orientar. Segurei a espátula junto com ela (mesmo sem saber se isso seria o correto) e cortamos cada pedaço de bolo que ela ia oferecendo a cada animal que escolhia.

Isso foi bonitinho demais! Nos primeiros pedaços (porque depois ela cansou), ela, com a minha ajuda, tirava o bolo, aproximava do bichinho que ela escolhia e fazia nhan, nhan, para fazer de conta que estavam comendo. Nem a incansável tentativa de Mateus de bagunçar tudo a impediu de alimentar os animaizinhos.

Como no final ela já não colaborava tanto, adiantamos o final da brincadeira, para que ela percebesse que a brincadeira teve início, meio e fim, arrumamos tudo juntos, e ela seguiu depois para sua aula de natação.

E com essa brincadeira simples, trabalhamos seu motor grosso, com a caminhada conduzindo o carrinho, o fino, cortando o bolo e encaixando peças, conceitos matemáticos, com o todo e as partes do bolo, divididas entre os bichos, o faz de conta, a interação com o irmão, noção de tempo, de organização... E, o melhor, sempre envolvida por uma atmosfera de grande prazer.



quinta-feira, 7 de março de 2013

Mudanças: a chegada da prometida (parte 5, e final!)

Na terça feira, minha prometida babá chegou!

A grande referência que tinha dela eram os comentários da fono de Leti que, por mais de um ano, acompanhou sua dedicação a um lindo garotinho com síndrome de down. Mas, como ela queria estudar e o trabalho lá não permitia, e ela sairia de qualquer jeito, foi feita a ponte para que eu pudesse aproveitar sua qualificação acumulada ao longo do tempo.

Apenas para contextualizar, vale dizer que temos duas babás em casa! Tenho até vergonha de dizer isso aqui na blogosfera, onde tantas mães fazem malabarismos para dar conta da casa, do marido, dos filhos... Vergonha por, talvez, passar a impressão de que tenho em casa alguém para assumir um papel que, na verdade, é meu, já que, ao abrirmos nossa vida num ambiente virtual como este,  sem prever o alcance que isso toma, permitimos que pessoas que não sabem nada da nossa realidade criem seu próprio estereótipo a nosso respeito, algumas vezes, equivocado.

Mas o fato é que preciso de duas babás. Primeiro porque trabalho e, com meu trabalho, assumo, juntamente com meu marido, e em igualdade de condições, as despesas da casa. E trabalhar, além de ser necessário, para o custeio das despesas, é, para mim, um prazer! É algo de que não abriria mão, a não ser em condições de extrema necessidade. Segundo porque o maridão trabalha no interior e só está em Salvador nos finais de semana, quando assume, na genuína acepção da expressão, seu papel de pai. Mas, durante a semana, sou eu que tenho que me desdobrar para cuidar e para dar atenção às crianças, para trabalhar de mãetorista, para fazer o meu trabalho, para cuidar dos rotineiros problemas domésticos... Terceiro porque não abro mão de ter um tempo para mim, mulher. Tempo para jogar futebol, hábito que retomei há quatro semanas e que tem me feito um bem enorme, para (tentar) malhar, para encontrar amigos, para ser mulher do meu marido, e não apenas mãe dos seus filhos... E como meus dois pequenos ainda demandam atenção intensiva, abrir mão de uma das babás seria ter que assumir, na integralidade, o cuidado, 24h por dia, de um deles, que acabaria inviabilizando o exercício destes outros papéis em minha vida.

Mas ter duas babás, é bom que se diga, não significa deixá-las o tempo inteiro responsável por meus pequenos. Até porque cuidar de criança envolve outras atividades, como limpar seu quarto, cuidar das suas roupas, preparar sua comida, higienizar mamadeiras, chupetas, brinquedos..., atividades estas, confesso, que não me atraem muito. Significa ter alguém de apoio para cuidar deles e de suas coisas, sempre que necessário.

As tenho sem culpa porque sei que não terceirizo meu papel de mãe, de cuidar e educar meus filhos e que tê-las em casa me possibilita ter tempo para mim que, sempre, é revertido num melhor tempo para eles.

Mas voltando à prometida...

Desde antes do carnaval, quando nos vimos rapidamente na clínica da fono de Leti, tínhamos deixado acordado que, assim que ela terminasse de cumprir seu aviso prévio, ela viria para cá. Ela chegou a vir aqui em casa logo depois do carnaval, para conversarmos e nos conhecermos melhor, quando me disse que teria que permanecer no trabalho até o dia 02.03.

O fato é que estava precisando de duas novas babás porque a babá de Mateus iria voltar para o interior para assumir um emprego oferecido pelo novo prefeito.

Como a de Leti já havia sido encontrada, continuava procurando uma para Mateus. Até que há 3 semanas, conseguimos uma. Minha ideia era manter a antiga, dando um suporte a Leti até a nova chegar.

Mas no seu primeiro dia nessa nova função, ela deu mostras de que sua permanência aqui poderia ser extremamente danosa a minha filha.

Explico!

Como Leti dorme muito mal, e sou eu quem perde as noites com ela (a não ser no fim de semana quando o super papai está em casa), logo que as babás acordavam (as duas dormiam em minha casa), eu entregava Leti e voltava para a cama para dormir mais uma ou duas horas.

Na primeira manhã em que esta babá antiga ficaria com Leti, minha prima, que havia dormido em minha casa, para a resenha pós baba, presenciou seu total descaso com minha princesa. Leti deitava no chão, se balançava, batia a cabeça, e ela fazia cara de paisagem. Falava gritando com Leti, com grosseria. E, quando advertida por minha prima para ter paciência, respondeu que já estava indo embora mesmo, e que o problema ficaria com as meninas que continuariam aqui, dando a entender que não faria nada diferente!

Quando minha prima me contou o ocorrido, não hesitei. Depois de falar com Samir por telefone, acabei demitindo a dita cuja, mesmo sabendo que ainda faltavam duas semanas para a outra babá chegar.

Quando fui demiti-la, ela veio me perguntar o que minha prima tinha me falado, num tom defensivo, dizendo que não tinha maltratado Leti. Falei que, realmente, minha prima não tinha falado em maus tratos, mas num descaso tamanho, que eu não admitiria que ela continuasse com minha filha.

Depois fiquei pensando se, realmente, sua conduta não poderia ser considerada maus tratos. Porque mau trato, pra mim, não precisa culminar em agressão física, mas pode, sim ficar configurado através de uma conduta menosprezante (não achei outra palavra que dissesse o que eu queria). Criança tem uma sensibilidade grande, sente quando sua companhia não é bem vinda, quando ela é ignorada e isso pode ter consequências desconhecidas por nós. Fiquei imaginando o quanto minha filha pode ter sofrido nos dois meses em que trocamos umas 5 babás em casa...

Mas não dá para chorar o leite derramado! E, sim, aprender com o erro! E, sendo assim, optei por segurar as pontas só com a babá de Mateus até a nova chegar. Foram duas semanas cansativas, mas, não tenho dúvidas de que foi o melhor a ser feito.

Acredito, inclusive, que Leti já demonstra uma sutil melhora em seu comportamento em decorrência da dispensa da babá e da minha atenção mais ostensiva, antes mesmo de todas as mudanças em sua rotina (como já havia mencionado aqui).

Abri mão de ter outra babá que dorme em minha casa, para ter uma pessoa qualificada e comprometida com a minha filha.

Pretendo nessas duas primeiras semanas, pelo menos, ficar junto com a babá o tempo inteiro para que ela me veja brincar com Leti e cuidar dela. Quero também dar um tempo para que minha pequena comece a criar um vínculo com essa nova pessoa que entra em sua vida.

A impressão que tenho é que, de fato, as coisas estão finalmente se ajustando em minha casa. As duas babás são ótimas! Responsáveis, cuidadosas (tanto com Mateus, como com Letícia, cada uma delasa), bem humoradas, comprometidas. Mesmo com tão pouco tempo aqui, dá pra sentir o carinho com as crianças e a vontade de fazer a diferença na vida delas. Coisa que não senti com nenhuma outra que passou aqui antes.

Espero estar iniciando um longo período de paz doméstica...




terça-feira, 5 de março de 2013

FELIZ ANO NOVO!

Aqui o ano não começou no dia primeiro de janeiro. Nem na quarta feira de cinzas. Nem na segunda feira depois do carnaval.

Começou hoje!

A partir de hoje, a vida de Leti começa a mudar. E com ela, a minha, que vem depositando esperança de dias melhores em todo o investimento que estamos fazendo neste novo caminho que estamos trilhando. E com a minha, certamente, a da minha família e dos meus amigos, que poderão desfrutar de momentos mais agradáveis na companhia de uma mãe com um coração mais leve.

Hoje Leti começou a fazer natação intensiva, amanhã começa a Ciranda, nesta semana passará a frequentar a escola apenas duas vezes por semana, na última sexta começou o trabalho com a psicóloga, amanhã conhecerá sua nova babá, no sábado voltará para suas aulas de musicalização infantil, na próxima semana visitará a neuro...

Espero em breve voltar aqui contando os excelentes resultados de todas estas intervenções.

Gostaria de aproveitar esse início de ano, quando costumamos fazer planos e retrospectivas, para registrar minha imensa gratidão a algumas pessoas: Ana Marta, TO de Leti, e Ivalda, sua fono, parceiras e cúmplices em todos os momentos de nossas vidas; Daniele Vanderley, que, mesmo sem ser sua psicóloga, se mostrou extremamente disponível para ajudar na tomada de decisões; Érika, coordenadora linda da sua escola, sempre tão sensível às questões da minha pequena; Andréa, diretora e proprietária da escola, que se mostrou também grande parceira e muito preocupada com minha princesa, além de ter me concedido um desconto que viabilizou sua permanência na escola; Wendy, que, mesmo sem ser mais a professora de Leti, ciente do nó que se colocou em minha cabeça, prontamente se disponibilizou a tentar pensar junto comigo a melhor solução; e Marcele, nova pró de Leti, que, mesmo com pouco tempo de convívio, já mostrou que é mais uma grande parceira que vem a somar neste seleto grupo de profissionais-amigas que tive o grande prazer de conhecer ao longo da minha caminhada com a minha filhota.

Vida longa a esses anjos que Deus colocou em nossas vidas!

domingo, 3 de março de 2013

Mudanças: O Papel da Escola (parte 4)

Minha maior preocupação em relação a todas as mudanças pelas quais a vida de Leti passará nos próximos meses, sem dúvida, repousava na sua permanência, ou não, na escola.

Eu já tinha tido uma conversa inicial com a escola no dia seguinte à conversa com a psicóloga, quando, simplesmente, pensamos juntas e levantamos possibilidades: eu, a coordenadora e a diretora (e proprietária).

Nesse dia, eu estava extremamente angustiada e sensível! Falei da conversa com a psicóloga, das minhas impressões sobre Leti, das possibilidades abertas em relação à escola e do meu medo em quanto à decisão a ser tomada. Perguntei sobre o comportamento de Leti na escola, sobre sua concentração e seu aproveitamento.

A diretora foi muito sincera e transparente, confirmando que Leti, neste início do ano, tem se enclausurado muito em suas estereotipias. Mas achou prematuro rotular seu comportamento com tão pouco tempo de volta às aulas, considerando que várias outras crianças, típicas e especiais, novas e antigas, têm apresentado problemas na adaptação.

Inicialmente, ambas não foram simpáticas à ideia de Leti sair da escola, e a coordenadora demonstrou sua preocupação com a possibilidade de Leti ficar apenas na Ciranda assemelhar-se ao retorno às escolas especiais, mesmo tendo conhecendo, e respeitando, o trabalho feito lá.

Antes de me dar qualquer opinião, todavia, disseram que queriam conversar com as terapeutas para ouvir o que elas tinham para falar a respeito.

Como disse aqui, depois da conversa entre as psicólogas e as terapeutas, sentamos para conversar a TO, a fono, eu e Samir.

Em relação à escola, as terapeutas não entraram num consenso; uma achava que ela deveria continuar apenas duas vezes por semana, para não perder completamente o vínculo com a escola e com as pessoas de lá, ao passo que a outra achava que a permanência tão descontinuada não atingiria à finalidade que se esperava da escola, tanto no aspecto pedagógico, como social.

Eu, particularmente, no íntimo, desejava que ela continuasse. Por vários motivos: porque seria mais conveniente para mim, e para a organização da minha vida, que ela estivesse com todas as tardes ocupadas; porque eu achava que as conquistas do ano passado corriam o risco de se perder com um afastamento definitivo da escola; porque eu não queria que toda a experiência de vivência em grupo que ela tivesse fosse limitada a grupos formados apenas por crianças especiais; porque, mantendo a escola, poderíamos perceber mais rapidamente as mudanças em seu comportamento decorrentes das alterações que estamos implementando em sua vida.

Conversamos sobre o papel da escola e concordamos que, pedagogicamente, muito se perderia sem a continuidade das aulas já que muitas das atividades que começam num dia acabam se prolongando pelo(s) dia(s) seguinte(s). O social também ficaria um pouco prejudicado sem o convívio diário com os colegas, o que poderia dificultar, ou retardar, a construção dos vínculos.

Em relação ao pedagógico, embora tenha sua inequívoca importância, não tivemos grande preocupação, tendo em vista que todos que acompanham Leti acreditam muito no seu potencial de aprendizagem, que deve acontecer no tempo da minha pequena.

Aliás, depende do que se entenda por pedagógico, já que, como na educação infantil o currículo não se limita a conteúdos específicos de aprendizagem, como os da área matemática ou de linguagem, mas inclui também habilidades na área da autonomia, de identidade, de linguagem artística, musical, da relação com o meio físico e social, fica difícil dissociar o pedagógico do social.

Quando falo social, na verdade, quero falar da construção das relações de Leti com o outro, dentro do ambiente escolar e isso, mesmo ficando um pouco prejudicado, sem dúvida, será melhor construído com a permanência fragmentada que com o afastamento definitivo da escola.

Sendo assim, pesando todos os prós e contras, acabamos concordando que, apesar de ficarmos numa situação longe da ideal, a manutenção da escola, e de todo o progresso que tivemos até então, seria mais benéfico a minha filha que o afastamento definitivo deste ambiente.

Ainda que, neste momento, suas estereotipias a estejam impedindo de participar das atividades e  de interagir com o grupo, preferimos apostar que, com o apoio de todos, e com o diálogo constante entre os profissionais que lidam com a minha pequena, esse obstáculo logo possa ser transposto, deixando o terreno mais propício para suas novas conquistas.

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