terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Agora vai ou... vai!

Desta vez, vai!

Já pensamos, planejamos, nos organizamos, mas, no final, sempre dávamos para trás. Temos muito medo de submeter nossa pequena a um procedimento cirúrgico, ainda que simples.
 
Mas o fato é que ela já tem indicação para cirurgia de amígdalas e adenóide há alguns anos. Fuçando o blog, inclusive, encontrei um post de 2010, no qual mencionava que muito em breve ela estaria fazendo a cirurgia. Tempo fulgaz esse nosso. Lá se vão mais de 6 anos...
 
Com a descoberta do diagnóstico, e a necessidade de Leti fazer um eletroencefalograma, para investigar apneia, mudamos de ideia.
 
Depois de conversar com uma otorrino amiga, e especialista em sono, e saber que a primeira providência a ser tomada, caso se detectasse que Leti efetivamente tinha apneia, seria a cirurgia, optamos por antecipá-la, para tentar evitar, pelo menos, o invasivo exame.
 
Hoje, pela manhã, fomos coletar exames de sangue, à tarde, avaliação com cardiologista e, amanhã, para finalizar, o raio X.
 
Chegamos no laboratório (eu e Samir) antes da abertura, como sempre fazemos quando vamos com ela, para minimizar a espera e a ansiedade. Desta vez, só falei que faria exame quando ela acordou hoje pela manhã porque se soubesse antes, sem dúvida, ficaria remoendo a informação até a hora efetiva do exame.
 
No caminho, fui explicando para ela como seria o exame, esclarecendo que, se ajudasse, seria mais rápido. Ela sabia exatamente do que eu falava já que tem uma memória mil vezes melhor que a minha e já havia passado por isso algumas vezes. Mas o pior é que ela tem razão de ter medo. Tanta criança típica tem. E ele tem uma veia fininha, difícil de achar, é sempre uma tortura esse processo de fura aqui e acolá para procurar a veia que escapou. E cada vez fica mais difícil porque, mesmo com uma melhor compreensão do que falamos, o medo acaba falando mais alto e ela, cada dia mais forte, fica ainda mais difícil de conter.
 
Hoje, para nossa sorte, a técnica tinha uma mão boa e não demorou muito de encontrar a veia. Leti, reclamando durante todo o procedimento, desaguou a chorar quando acabou. De matar a gente de pena.
 
À tarde fui sozinha levá-la à avaliação com a cardiologista, porque Samir não conseguiu se liberar do trabalho. Já estava tensa, preocupada com o ecocardiograma que precisaria fazer.
 
Mas a cárdio é uma amiga próxima da tia-dinda de Leti e, além de ser uma excelente profissional, demonstrou um carinho e um traquejo raro no trato com minha pequena.
 
Confesso que me surpreendi com o comportamento da minha pequena! Não que tenha sido algo simples colocá-la numa maca para fazer eco e depois em outra para fazer eletro. Definitivamente não! Ele resistiu. Virou de costas. Disse que não queria. Pediu para ir para casa. Esbravejou. Tentou tirar os adesivos do eletro. Se apertou. Mas tudo numa proporção muito menor do que a esperada por mim. E, ao final, os exames foram realizados com sucesso. E ela deu até um beijinho de despedida em tia Dani.
 
Achei engraçado quando voltávamos para casa e eu lhe perguntava sobre o exame e ela me saiu com a pérola: "ela colocou a Galinha Pintadinha errada pra mim"
 
- Errada? Por que errada, filha?
- Porque estava em inglês!
 
{De fato, ela, tentando acalmar Leti, ligou uma música no app da Galinha Pintadinha, mas a música que tocou a seguir estava em inglês.}
 
Amanhã faremos o raio X e, na segunda, teremos consulta com o cirurgião super-hiper-mega-ultra recomendado. O melhor, eu diria.
 
Ainda assim, meu coração está do tamanho de uma formiguinha, cheio de aflições. Espero poder acalmar algumas delas na próxima segunda.

domingo, 29 de janeiro de 2017

O entusiasmo como medida do comprometimento. Falando de inclusão.

Há tempos venho adiando o  momento de me debruçar diante do computador para tentar sistematizar minhas impressões sobre a experiência pedagógica de Leti no ano de 2016.
 
O ano de 2015 foi muito rico! E não dá para falar de 2016 sem antes fazer um pequeno resgate do inesquecível período que o precedeu.
 
Era um ano de expectativas, porque Leti mudava de escola, entrava no ensino fundamental e deixava de ter o acompanhamento da Ciranda Pedagógica, em respeito aos sinais que vinha apresentando no final do ano letivo de 2014 (falei sobre isso AQUI).
 
Em 2015 ela teve uma professora que, além de muito competente, estava pessoal e visivelmente comprometida com o seu desenvolvimento. E isso, cá entre nós, faz uma diferença absurda!!!
 
Ela teve o emocionante acolhimento de seus colegas de turma, teve o apoio substancioso - e afetuoso - de uma linda acompanhante terapêutica, além do comprometimento efetivo de todos os profissionais da escola que, direta ou indiretamente, relacionavam-se com ela.
 
Foi um ano efetivamente proveitoso, no qual ela aprendeu a escrever o próprio nome, conseguiu acompanhar e apreender conteúdos de ciências, inglês, "estudos sociais" (era assim na minha época rs), demonstrou estar completamente envolvida nas aulas de produção de texto (como relatado AQUI), e, para fechar com chave de ouro, nos brindou com uma linda participação no projeto final das aulas de teatro (vale recordar AQUI). Emociona só de lembrar...
 
Mas o ano seguinte seria diferente! Teria outra professora, outra acompanhante, sairia da Ciranda Pedagógica, e teria as atividades extracurriculares (teatro, música, biblioteca, arte e produção de texto) transferidas para o turno vespertino, num dia em que ficaria os dois turnos na escola.
 
Sem dúvida, um ano de muitos desafios!
 
A nosso favor, teríamos a manutenção da linda turma, que a acolheu de coração aberto, e da equipe de coordenação, que continuaria acompanhando o trabalho da regente e as intervenções do acompanhante terapêutico - AT.
 
Mas, confesso, meu sentimento em relação ao ano de 2016, desde o início, não era dos melhores. E não mudou depois de conhecer a professora.
 
Sabia que seria difícil um amor à primeira vista depois da experiência tão intensa do ano anterior. Mas nem a informação de que ela teria uma especialização em educação especial me fez acreditar que aquela profissional teria o comprometimento com a educação da minha filha que pró Mari tinha demonstrado no ano anterior.
 
Optamos, logo no início do ano, por contratar uma pedagoga, com acesso à escola e a sua psicóloga, para fazer o acompanhamento antes oferecido pela Ciranda Pedagógica e, antes do final do primeiro semestre, tivemos que trocar o AT, para tentar oferecer um trabalho mais focado no pedagógico.
 
Mas, apesar de a escola ser a mesma, com um lindo projeto de inclusão; da turma ser a mesma, com o respeito à diversidade e o genuíno carinho pela minha pequena; da AT ser comprometida e afetuosa;  e da pedagoga ser competente e acessível, as coisas não fluíram como eu gostaria.
 
E, infelizmente, terminadas as aulas, a constatação que fiz foi que, pedagogicamente, Leti evoluiu muito pouco no ano de 2016.
 
Alguns fatores, certamente, contribuíram para isso. O trabalho de 6 horas semanais da Ciranda Pedagógica foi substituído por um acompanhamento de 50 minutos; problemas pessoais no segundo semestre fizeram com que eu não pudesse oferecer a minha filha a atenção que eu pretendia e, por fim, a professora da sua turma não comprou a ideia da inclusão.
 
Talvez outros fatores possam ser somados aos que consegui enumerar mas, ainda assim, acredito, que o que mais contribuiu para o pouco avanço de Leti foi a postura da professora.
 
A sensação que ficou, para mim, é que ela simplesmente deixou a cargo da AT, que nem pedagoga é, apesar da experiência em sala de aula, todo o trabalho pedagógico da minha filha.
 
E isso ficava muito claro para mim cada vez que levava ou buscava Leti e não percebia o menor esforço dela para fazer qualquer trabalho que favorecesse seu avanço nos conteúdos trabalhados com a turma.
 
Embora sua AT tenha realizado um trabalho profissional, cuidadoso, dialógico e afetuoso, respeitando as individualidades da minha pequena, ela não poderia assumir responsabilidades que, por lei, são atribuídas ao professor regente e ser responsabilizada pelo processo pedagógico de Leti, uma vez que seu papel em sala de aula é manter o ambiente propício para que a professora possa trabalhar os conteúdos pedagógicos, com as adaptações que se façam necessárias.
 
Mesmo sabendo da dificuldade de Leti com os conteúdos de língua portuguesa, em virtude do atraso no processo de alfabetização, e de matemática, por conta da sua enorme resistência a tudo que se relacione ao mundo dos números, tenho convicção que os demais conteúdos poderiam ser assimilados perfeitamente por ela, que demonstra ter excelente memória e grande curiosidade pelo mundo que a cerca e a quem proporcionamos, sem falsa modéstia, experiências sociais e culturais que acabam se revertendo em conhecimento.
 
Não sou eu que digo, é uma constatação de todo profissional que tem a oportunidade de trabalhar com minha pequena: ela tem um enorme potencial cognitivo a ser explorado.
 
Mas a sensação que tenho (e que enche meu coração de culpa) é que o ano passado foi um ano perdido.
 
Talvez seja uma conclusão demasiado dramática, eu sei. Mas ter a sensação que ela podia ter avançado mais e não o fez me deixa, sim, culpada. Culpada por não ter acompanhado mais de perto, por não ter cobrado mais, por não ter investido mais, por tudo que não fiz, enfim.
 
E, pensando sobre isso, consegui perceber um outro sinal que demonstra, com maior clareza ainda, a ausência do comprometimento da professora de Leti com o seu desenvolvimento (que vai além do seu processo pedagógico).
 
Fazendo uma longa retrospectiva (longa porque Leti tem acompanhamento terapêutico desde seu sétimo mês de vida), percebo que TODO profissional que passou por sua vida (e quando digo TODO é TODO mesmo. Aliás, agora isso se relativiza) construiu com ela uma relação de afeto que transcende, e muito, o profissional.
 
Falo isso com um orgulho enorme porque percebo que Leti tem o poder de encantar aqueles que passam por sua vida. Constantemente, percebo o brilho nos olhos das pessoas ao relatar uma peraltice sua, uma sacada curiosa, uma demonstração de aprendizado ou de carinho.
 
Não raras foram as vezes em que profissionais que passaram por sua vida me procuraram pelo facebook para dar um emocionante feedback sobre a relação construída com a minha pequena.
 
Que mãe não se orgulharia disso???
 
Tantas outras vezes ela foi abordada em diversos lugares para dar ou receber um beijo, um abraço, um carinho...
 
Percebo  um entusiasmo nas pessoas que passam por sua vida. Uma coisa meio contagiante. Um prazer em contribuir para seu processo de desenvolvimento, por colher resultados...
 
E é impressionante como consigo enxergar este entusiasmo em cada profissional que passou por nossa vida.
 
Mas com a última professora o que percebi foi que o entusiasmo foi substituído por indiferença.
 
Cheguei a pensar que querer exigir isso fosse uma pretensão minha. Uma vaidade. Sei lá. Algo do tipo: tenho uma filha apaixonante, todos têm que se apaixonar por ela.
 
Mas, amadurecendo a ideia, não acho que seja isso.
 
Acho que esse entusiasmo é uma decorrência lógica do comprometimento. Porque é inevitável nos entusiasmarmos com aquilo com o que estejamos comprometidos.
 
Se há o comprometimento efetivo, há o desejo de ver o resultado, e o desejo se reverte em entusiasmo, sendo seu principal combustível.
 
Mas no ano passado vivenciamos uma experiência diferente, colhemos frutos diferentes e pude perceber, na pele, que o melhor projeto de inclusão não sobrevive se o professor não encampar a ideia.
 
Como o tempo não volta, resta-me estar mais atenta e tomar providências para tentar minimizar os prejuízos cognitivos que o ano de 2016 possam ter proporcionado a minha filha que, apesar de tudo, teve avanços significativos nos outros aspectos da vida.
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Quando um SE não pode mudar nada...

A sensação que me toma hoje é estranha. De abalo. De urgência. De necessidade.

Ontem, enquanto comemorávamos com a família e alguns amigos o quinto aniversário de Mateus, num buffet infantil escolhido pelo aniversariante, uma criança de 11 anos morreu no bairro em que moramos. Pertinho da nossa casa.
 
Poderia ser apenas mais uma nas estatísticas. Mas o contexto em que aconteceu, revestido de uma enorme fatalidade, sem dúvida assumiu uma proporção gigantesca, tocando pessoas que aquela família, por toda a vida que lhe resta, certamente sequer chegará a conhecer.
 
Enquanto os pais trabalhavam, a criança caiu da janela do vigésimo andar do seu apartamento.
 
Várias versões da história circularam em redes sociais, sempre acompanhadas de uma manifestação de solidariedade com aquela família e de um alerta para a segurança das nossas casas.
 
Mas, apesar de eu ter ficado sabendo da história ainda ontem, durante a festa, parece que uma espécie de anestesia não permitiu que eu dimensionasse efetivamente o ocorrido. E a festa acabou, voltamos para casa, abrimos presentes e fomos dormir. Exaustos! Como era esperado para o movimentado dia.
 
Hoje pela manhã, ainda no whatsapp, uma amiga dizia que teria visto na TV que a rede de proteção do fatídico cômodo tinha um furo e que, talvez, este tivesse sido o motivo do acidente.
 
Logo depois entrei no carro, para ir ao trabalho, e, no som, tocava "See you again":
 
It's been a long day without you, my friend,
And I'll tell you all about it when I see you again,
We've come a long way from where we began
Oh, I'll tell you all about it when I see you again
When I see you again
 
Foi o momento em que caí na real. A música, confesso, já me toca de uma maneira especial, porque me remete a um momento de reencontro com meu mais velho, de fortalecimento de vínculo, de cumplicidade... Costumo dizer que é nossa música, independentemente da letra, por conta de um momento específico de nossas vidas. Um momento de amor.
 
Mas a música fala do reencontro de um amigo que ficou com outro que partiu para outro plano, e do desejo de compartilhar os sentimentos de perda com ele.
 
Imediatamente me lembrei que, há poucos meses, havia um furo na rede de proteção do quarto de Lipe. Feito por ele, por uma inconsequência qualquer da adolescência, e que acabou comprometendo toda a rede que, sem eu saber, foi por ele mesmo retirada do quarto.
 
Ficamos 24 horas sem a rede, até eu providenciar a substituição, e foram horas tensas, em que eu orientava que a janela ficasse fechada, mas temia um vacilo qualquer de alguém.
 
O fato é que, a junção de tudo fez meus olhos marejarem. E, pouco tempo depois, as discretas lágrimas foram substituídas por um choro intenso, incessante diante de uma mera possibilidade daquela fatalidade ter acontecido em minha casa, dando sentido à música que já me toca tanto, mesmo sem a letra dizer a mim, nada em particular.
 
Senti, talvez, um milésimo da dor daquela mãe, daquela família, e fiquei imaginando se ela já teria caído na real, se já tinha se dado conta da sua perda, se alimentava algum sentimento de culpa em relação ao ocorrido. É que vejo as mães como um poço interminável de culpas.
 
E fiquei imaginando que, talvez, uma sequência de SEs passasse pela sua cabeça, como forma de evitar o que, infelizmente, não poderia mais ser evitado: se ela estivesse em casa; se não houvesse furo (se é que tinha mesmo) na rede; se ele não precisasse olhar para o andar de baixo; se alguém tivesse a seu lado... Tantos SEs passariam pela minha cabeça...
 
Mas o fato é que, penso eu, com os poucos dados que disponho sobre o ocorrido, a tragédia que acometeu nosso bairro na noite passada talvez não pudesse ser evitada SE acontecesse isso ou aquilo. Cada decisão em nossa vida, por menor que seja, vem revestida de um risco natural, humano. Alguns são mais facilmente constatáveis, outros, infelizmente, não. E é possível que, ainda que a mãe estivesse ao lado do filho, em casa, o resultado final continuasse sendo o mesmo. Mas em relação à morte, nunca vamos saber.
 
E agora resta àquela mãe, e falo dela em especial por uma questão de empatia, buscar forças, e só ela saberá de onde, para reerguer a cabeça e seguir a vida, carregando em si um vazio que só quem é mãe pode imaginar mais ou menos o que seja.
 
A nós, que nos consternamos com o ocorrido, resta, sim, atenção redobrada às normas de segurança doméstica, e autoavaliação quanto às prioridades de nossas vidas.
 
Não falo em deixar de trabalhar para cuidar dos filhos, ficando 24 horas vigilantes ao lado deles. Não é isso. Cada qual sabe da sua realidade. E até porque, como disse, tal decisão não traria uma imunidade em relação às fatalidades. Não poderíamos ser ingênuos em acreditar nisso, por mais super protetores que possamos ser.
 
Mas acho que, se quisermos fazer como Poliana, e extrairmos algo bom desta tragédia, devemos estar atentos ao nosso dia a dia. Beijarmos mais. Abraçarmos mais. Falarmos do nosso amor. Pedirmos desculpas. Estarmos inteiros junto àqueles que amamos nos momentos que tivermos para eles. Sermos verdadeiros. Humanos. Solidários. Amorosos. Empáticos às dores e necessidades do outro...
 
E que não precisemos de uma grande dor, para começarmos a valorizar mais os pequenos gestos de amor.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Para Mateus, no seu quinto aniversário

 
Cinco anos se passaram e não consigo imaginar como seria minha vida, e a nossa família, sem você.
 
Você, com seu sorriso expressivo, com seu carinho gratuito e com sua explosão de sentimentos, preenche o nosso lar e faz nossa vida imensamente mais feliz!
 
Desejo que, a cada ano, você possa crescer de maneira leve e saudável, agregando à sua vida, além de conhecimentos e experiências, valores realmente importantes, conservando seu sorriso e seu carisma, e aperfeiçoando, a cada dia, o diálogo como melhor arma para solução de conflitos.
 
E que sua imaginação e seus sonhos te acompanhem por toda esta linda fase da vida, que é a infância, possibilitando que, na etapa seguinte, quando a maturidade começar a lhe ser exigida, você possa extrair destas vivências o aprendizado necessário para se tornar um ser humano ainda melhor, comprometido não só com a sua vida e felicidade, mas também com o grande mundo que o cerca e que, sem dúvida, ficou muito melhor depois da sua chegada.
 
 
Feliz aniversário, meu amor!
 
 Te amo!
Sua mãe, seu chiclete, seu chuchu...

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