sexta-feira, 8 de março de 2013

Da Série: Descobrindo o Brincar

Brincar com Leti é sempre um desafio! A brincadeira tem que ser estimulante, divertida e, de preferência, não deve demandar um tempo de atenção muito longo!

Se depender da iniciativa da minha filhota, não brincaremos de nada! Aliás, não posso ser injusta. Brincaremos de massinha, de uma maneira nada funcional; tocaremos alguns instrumentos, embaladas por um balanceio que não se assemelha a uma dança, faremos alguma receitinha no seu liquidificador de brinquedo; e passaremos um tempo vendo livros e TV.

Mas, com alguma intermediação, podemos contar com sua participação e colaboração para algo diferente.

E, nessas últimas semanas, tenho aproveitado o tempo que temos passado juntas para descobrir maneiras alternativas de brincadeiras, que sejam do seu agrado, para termos opção de diversão juntas, e para poder orientar a babá recém chegada em casa.

Vou buscar compartilhar aqui algumas brincadeiras que tenhamos conseguido realizar com êxito e prazer.

Há aproximadamente uma semana, temos aproveitado para transformar a hora do lanche numa grande brincadeira.

Ontem pegamos o lanche de Leti e Mateus e decidimos lanchar fora!

No carrinho de supermercado de brinquedo, colocamos a salada de frutas dos dois, uma toalha de piquenique, um bolo grande de brinquedo, com os pedaços presos por velcro e miniaturas dos personagens do desenho Procurando Nemo.

Minha ideia inicial era fazer o piquenique numa área verde do condomínio, mas como um vizinho super simpático que estava no elevador quando entramos deduziu que iríamos para outro andar, e apertou o respectivo botão, acabamos parando no parquinho, que também foi super agradável.

O planejamento da brincadeira, obviamente, começou em casa.

Como Leti canta parabéns o dia inteiro, num movimento repetitivo, sugeri que fizéssemos o aniversário de algum bichinho.

Peguei uma caixa com brinquedos em miniaturas e, diante das opções que tínhamos, ela sugeriu que fizéssemos a festa "do fundo do mar" que, no caso, era a festa dos personagens do Nemo (tínhamos como alternativas os personagens do Pooh e uns bichinhos de floresta).

De posse dos personagens, do bolo de madeira e seus apetrechos, e do lanche, descemos para o nosso piquenique.

A primeira etapa da brincadeira era fazer Leti levar o carrinho até o seu destino final. Ela sempre se recusa a colaborar no transporte de qualquer coisa quando saímos. Depois de muitas paradas, de tentativas de sentar-se ao chão, de arremessos do carro, ela conseguiu estacioná-lo em frente à casinha de madeira do parque, onde fizemos o nosso piquenique.



Na casinha, deu uma pequeníssima colaboração para esticarmos a toalha onde sentaríamos para lanchar, depois do que tomou toda a sua salada de frutas, ao lado do irmão.






equilibrado soltinho, mas andar sozinho, ainda não





Terminado o lanche, saímos da casinha para organizar nossa festa do fundo do mar. Poderíamos ter brincado ali mesmo. Mas minha intenção era fazer com que ela se movimentasse um pouco e explorar um ambiente diferente.

Montamos o bolo de três andares, que se divide em nove pedaços. Dois de seus andares dividem-se em quatro fatias, cada. Eu encaixava três e deixava o último para que ela encaixasse. O último pedaço, que fica em cima, ela colocou.

Depois foi a hora de confeitá-lo com pecinhas menores e circulares, com desenhos de flores e corações, que se encaixam horizontalmente e verticalmente no bolo. Como são muitas as peças, dividi-las por cinco: para Leti, Mateus, as duas babás e eu. Minha pequena conseguiu colocar tanto as de cima como as do lado do bolo. Mateus precisou de auxílio.

Arrumada a festa, foi a hora de recepcionar os convidados. Tentei que ela escolhesse o aniversariante, mas como ela não se direcionou a nenhum deles, acabei escolhendo o Nemo como anfitrião. 

Organizados convidados ao redor do bolo, depois d´ela identificar os animais (tartaruga, peixe amarelo, peixe espada, peixe bola) e ajudar - um pouco - a colocá-los em posição, foi chegado o ponto alto do evento: a hora dos parabéns (que ela cantou animadamente).

Depois dos parabéns, fomos cortar o bolo para oferecer aos convidados.

Hora de trabalhar sua motricidade fina, com a espátula de madeira que acompanha o bolo, habilidade muito deficiente em minha pequena. É impressionante a dificuldade que tem. Nem segurar a espátula direito ela consegue. E eu confesso que fico perdidinha para lhe orientar. Segurei a espátula junto com ela (mesmo sem saber se isso seria o correto) e cortamos cada pedaço de bolo que ela ia oferecendo a cada animal que escolhia.

Isso foi bonitinho demais! Nos primeiros pedaços (porque depois ela cansou), ela, com a minha ajuda, tirava o bolo, aproximava do bichinho que ela escolhia e fazia nhan, nhan, para fazer de conta que estavam comendo. Nem a incansável tentativa de Mateus de bagunçar tudo a impediu de alimentar os animaizinhos.

Como no final ela já não colaborava tanto, adiantamos o final da brincadeira, para que ela percebesse que a brincadeira teve início, meio e fim, arrumamos tudo juntos, e ela seguiu depois para sua aula de natação.

E com essa brincadeira simples, trabalhamos seu motor grosso, com a caminhada conduzindo o carrinho, o fino, cortando o bolo e encaixando peças, conceitos matemáticos, com o todo e as partes do bolo, divididas entre os bichos, o faz de conta, a interação com o irmão, noção de tempo, de organização... E, o melhor, sempre envolvida por uma atmosfera de grande prazer.



Um comentário:

Gusmão disse...

Oh, Jana... me emociona tanto esse seu comentário. Pra mim, é tão difícil brincar com minha filha, me vi em suas palavras... é uma batalha que vencemos em pequenos gestos!

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