sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Uma viagem... no tempo, na estrada, na vida!

- Um avião!
- Um elefante!
- Um dragão cuspindo fogo...
- Hum... já sei! A pegada de um gigante!

A cena que me veio à mente foi a de duas meninas, em fases de vida diferentes (porque na infância cinco anos de diferença significa muita coisa), deitadas de valete no fundo de um carro popular (numa época em que as pessoas ainda não se preocupavam com o uso do cinto de segurança), tentando fazer de tudo para que o percurso na estrada, necessário para alcançar o tão almejado destino da viagem, pudesse passar mais rápido e se tornar mais interessante. Elas, animadamente, aproveitavam que seguiam deitadas para tentar desvendar, ao olhar para o céu, em que aquelas instigantes nuvens poderiam se transformar. Fiquei, silenciosa, me perguntando se outras crianças também teriam se divertido tanto brincando com as nuvens tão distantes, lá no céu...

Mas desta vez eu não estava no banco de trás. Não! Eu conduzia, morrendo de medo, pela chuvosa BR 324, o veículo que levaria meus três filhos, meu marido e eu para um promissor final de semana num hotel fazenda.

Um problema de saúde impediu o marido, com larga experiência em estradas, de nos levar a nosso destino e me deixou sem opção: teria que driblar o sono que insiste em tentar me pegar na estrada e vencer os 100km de distância que nos levariam até a Fazenda Candeal.

A longa estrada até me deixou um pouco sonolenta, mas olhar para o céu, quando a chuva deu uma trégua e permitiu que o sol se mostrasse um pouco para nós, deixando-me menos tensa, e lembrar das nuvens da minha infância, foi nostalgicamente reconfortante.

Desta vez, no banco de trás não havia espaço para "crianças deitadas de valete". Até porque, ali, três crianças, seguramente acomodadas, já ocupavam todos os espaços disponíveis, estando apenas sentadas...

Ali atrás, acompanhando as mudanças tecnológicas pelas quais passamos ao longo dos últimos 25 anos, quando eu e minha irmã viajávamos no banco de trás do carro dos nossos pais, Lipe, espontânea e alegremente, num raro momento de integração plena e simultânea com seus dois irmãos, os distraía com vídeos e jogos de iPad, proporcionando-lhes uma viagem menos maçante que, quem sabe um dia, também permeará suas memórias, trazendo saudades da infância.



4 comentários:

Vaneska disse...

Ai, que lindo... fiquei emocionada!

Anônimo disse...

voce escreve bem em menina .puxou a tia bjos.

.

Anônimo disse...

voce escreve bem em menina .puxou a tia bjos.

.

Anônimo disse...

puxou a tia marisa.

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