segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Feliz 2016!

Não tinha grandes planos para o meu réveillon. Pelo contrário. Todos os anos passamos na casa da minha sogra, num evento bem familiar, onde as duas famílias normalmente se encontram (minha e de Samir), mas sem grandes badalações. Mas a companhia da família, por si só, já rende boas resenhas e é disso que gosto. Não sinto falta das grandes festas de fim de ano, para onde não ia mesmo antes de ter filhos.
 
Mas este seria diferente. Como minha sogra iria com minha cunhada para Imbassahy, tínhamos decidido que ficaríamos em nossa casa, para evitar o vai e vem dos pequenos dormindo. Colocaríamos Leti e Mateus para dormir no horário habitual, eu faria um jantar diferente (Lipe tinha escolhido risoto e Samir, camarão), e ficaríamos os três juntos até a virada do ano: conversando, vendo um filme, jogando rummikub...
 
Eu estava super satisfeita com a programação, sentindo que seria um fim de ano especial, mas os meus rapazes nem tanto.
 
E eis que, no dia 31, perto do meio dia, depois de muita conversa fiada no grupo de whatsapp da família, acabamos conseguindo alugar um vilage no mesmo lugar em que minha sogra estava com minha cunhada, e mudamos de planos.
 
Conseguimos um preço pagável, uma excelente companhia para ratear as despesas e, em menos de uma hora, arrumamos a bagagem de cinco para passarmos 3 dias em Imbassahy, depois de ir almoçar com minha família, na casa da minha mãe.
 
Apesar da excelente companhia que teríamos, tanto do amigo-irmão que dividiria o vilage, como da família de Samir, que estava numa unidade bem próxima, eu não tinha grandes expectativas para a viagem. A opção de lazer era uma piscina (que já temos em nosso condomínio), a praia era relativamente longe e não muito kids friendly e estaríamos numa casa, por 3 dias, com 3 crianças, sem ajuda da nossa secretária ou babá, tendo que dar conta de nós, dos pequenos e da casa, que pra mim seria o problema.
 
Mas o melhor de não criar expectativas é que as chances de superá-las aumentam sensivelmente. E o que eu achei que seria um final de semana "legal" porém trabalhoso, foi, para mim, sensacional! E o mais surpreendente: o melhor para mim foi exatamente não ter ninguém para fazer nada por nós durante aquele período. Como Samir é um pai super participativo, poder dividir com ele todos os cuidados das crianças naquele período, que não são poucos, considerando as necessidades de uma criança com deficiência e de uma criança pequena, tornou tudo mais leve. E eu, que achava que não teria tempo para me coçar, me arrependi de não ter levado um livro para ler, porque sobraram momentos na rede nos quais eu poderia ter me deleitado numa boa leitura.
 
Eu sentia que devia a Leti uma viagem, por menor que fosse, para um lugar de praia, pelo fato dela não ter viajado conosco para a Disney. Coisa de mãe, porque ela em momento algum expressou tal necessidade. A oportunidade, então, caiu como uma luva.
 
O que deu o tom da viagem foi o que busco para a minha vida, não para 2016, mas para todos os anos que ainda estão por vir: simplicidade!
 
O vilage era bem simples; com todo o necessário para nosso conforto, mas sem qualquer luxo. Mas a grama verde pelos arredores, as redes na varanda, a possibilidade de ter as portas abertas o dia inteiro, para poder usufruir da companhia dos amigos queridos que nos acompanharam na empreitada e da família de Samir, que é sempre garantia de momentos divertidos e altas resenhas, foram mais que suficientes para me proporcionar um fim de semana relaxante e feliz, apesar da trabalheira que eu imaginei que teria. (apenas senti falta de ter a minha família também por perto).
 
Ver a expressão de plenitude dos meus pequenos, na água ou na areia; ver meu adolescente imerso no clima de família, fosse participando da resenha com os adultos, ou divertindo, espontaneamente, os pequenos; usufruir mais da companhia de minhas pequenas afilhadas e do meu querido sobrinho; cansar de descansar, rir até não querer mais, sentir mais na pele o real valor da família renovaram todas as minhas energias para começar um ano novo com um sentimento novo, que espero poder levar para os dias que virão.
 
Infelizmente, no penúltimo dia da viagem, um incidente com Leti (de autoagressão ao extremo) me deixou, por alguns minutos, desnorteada e sem chão, mas a sensibilidade e experiência de Samir, que sempre vêm à tona quando sinto fraquejar, permitiram que contornássemos a situação e retomássemos o sentimento de leveza que nos invadiu durante toda a viagem.
 
E assim, com o coração leve, venho compartilhar meus votos para que todos possam achar na simplicidade a felicidade que buscam para o seu dia a dia.
 
Feliz ano novo!
 




































 
 
 
 
 
 

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