terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O Início da Medicação

O fim do ano, além das grandes surpresas da escola, nos trouxe também algumas preocupações.

Apesar de ter voltado da consulta com o psiquiatra, sobre a qual falei aqui, com remédios e exames prescritos, acabei protelando tudo para o retorno da viagem da Disney. Mas, de fato, só na última semana do ano foi que consegui organizar tudo o que queria para partir para os exames.
 
Como mencionei na postagem, o médico sugeriu que tentássemos técnicas alternativas para tentar desviar Leti dos seus atos de autoagressão, antes de passar medicação, principalmente por conta dos efeitos colaterais.

Mas no início de janeiro, um episódio acabou invertendo a ordem das coisas.

Ela vinha com a língua machucada desde que voltei da Disney e, mesmo tendo passado por 3 médicas, nenhum tratamento resolvia porque ela vivia manipulando a língua com a unha. Era uma espécie de círculo vicioso: a língua machucava, ela sentia dor, se incomodava e mexia na língua, agoniada, machucando-a mais.

A terceira médica que a viu, minha grande amiga, falou o que já deveria estar bem claro para nós: enquanto ela não contivesse sua ansiedade, nenhum tratamento surtiria efeito já que não conseguíamos conter seu ímpeto, uma vez que ela tinha livre acesso à língua quando queria, independente de nossa vontade.

Durante um churrasco que fizemos para a avó de Samir, ela se machucou tanto que quase encharcou a toalha de banho com o sangue que tirou da língua.

Fiquei num desespero incontrolável e entrei em contato com o médico para saber se poderíamos iniciar a medicação. Passei para ele, por email, uns exames que tínhamos, nos falamos por telefone e ele ficou de passar a prescrição por sedex.

Neste intervalo, fomos passar uns dias em Praia do Forte e ela ficou bem por lá.

Mas de volta para casa, tudo voltou ao que era antes. Então a prescrição chegou.

Como sabia que um dos efeitos colaterais era aumento de peso, passei a controlar mais de perto sua alimentação alguns dias antes de começar a usar o remédio.

A orientação era começar com um comprimido e, depois de uma semana, passar a dar um inteiro, uma vez ao dia.

E assim foi.

Começamos há aproximadamente 10 dias. Comecei dando pela manhã e achei que ela ficou muito lenta, por todo o dia. Fui ajustando o horário até passar a dar à noite.

Tinha esperança de dar uma melhorada no sono, mas não tinha adiantado muito, não.

Há poucos dias, passamos a dar a medicação por volta das 21h, e ela passou a dormir mais ou menos às 22h. Coincidência ou não, passou a dormir melhor. Acorda uma vez na madrugada, mas, se deitamos com ela, dorme de novo até às 5h. Padrão de excelência!

Mas como ela sempre responde bem às alterações que fazemos para tentar ajustar seu sono, e a melhora normalmente só dura uma semana, ainda estamos no prazo de carência para emitir alguma opinião definitiva a respeito.

Os episódios de autoagressão reduziram sensivelmente! A língua, graças a Deus, está completamente cicatrizada.

Na segunda quinzena de fevereiro sua rotina voltará ao normal e procurarei ver se a medicação está trazendo benefícios efetivos à sua vida, para avaliar os prós e contras.

Até lá, toda atenção é pouca para os sinais que a minha pequena apresentar.


 

Um comentário:

Roberval Mascarenhas disse...

Cada dia que passa a esperança se renova.

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