segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O Melhor Halloween de Todos os Tempos

No dia 20 de outubro, assim que acordei, fui puxada por Leti para resenhar em seu quarto (estes momentos têm sido muito frequentes aqui em casa).

Ela me chamou, pediu para desligar a TV que estava assistindo, me puxou para que eu deitasse ao seu lado e fez uma carinha de filha apaixonada que já foi suficiente para derreter meu coração. Mas o melhor ainda estava por vir.

Muito senhora de si, e parecendo muito convicta de estar compartilhando uma excelente ideia, me intimou a fazer uma festa de halloween para suas AMIGAS. Sim, AMIGAS em caixa alta porque o tom dela foi bastante enfático neste ponto em específico.

Eu já estava quase enfartando, porque há tempos ela não demonstrava interesse em ter as amiguinhas da escola em casa e porque ela, efetivamente, não possui um grande círculo de amizades, em face da dificuldade (atualmente mitigada, viva!!!) de estabelecer vínculos.

Mas ainda não parou por aí. Visivelmente empolgadíssima, ela ia me dizendo tudo que gostaria que tivesse na festa: slime, desfile, dança, balões, bolo, travessuras e gostosuras (as visitas na casa dos vizinhos) e uma caça ao tesouro.

Perguntei quem seriam as amigas e ela escolheu quatro. Imediatamente me comprometi a organizar sua festa e já fui imaginando tudo o que fazer para transformar em realidade o sonho da minha princesa.

O primeiro passo foi combinar com as mães. E neste ponto, vale um registro. Aliás, dois. O primeiro é que ela escolheu uma amiga que nunca tinha vindo em nossa casa e a mãe me relatou a euforia dela quando quando soube do convite. Era como se fosse um prêmio vir à casa de Leti. Fico impressionada com isso! Como as meninas vibram quando vêm a nossa casa, como são cuidadosas, carinhosas, atenciosas com minha pequena. Poder tê-las conosco é tão importante pra nós que ainda me surpreendo com a reciprocidade delas na alegria de estar conosco. Viver numa sociedade em que a inclusão não é tão efetiva causa esse tipo esquisito de sensação.

O segundo registro é que no dia programado para a festinha, dia 31 de outubro, havia não apenas a festa de comemoração da equipe vencedora da gincana da escola, da qual 3 escolhidas eram integrantes, como também outros eventos comemorativos, que foram imediatamente renunciados em prol do halloween de Leti. 

A importância dada a minha pequena,preciso confessar, me comoveu.

Expliquei o contexto da festa às mães, pedi que as crianças viessem caracterizadas, e marquei uma duração de 2h30 de festa, para ficar confortável para Leti, que não tem um tempo de atenção muito longo.

Todas toparam imediatamente, dando o start que eu precisava.

A partir daí, foi pensar no que fazer. Seria uma coisa simples, mas queria que ficasse bonitinho, e com tudo que Leti desejou.

No fim de semana fui a uma loja comprar uns itens temáticos, desencaixotei outros que já tinha e parti para a parte mais constrangedora - para mim - da organização: falar com as vizinhas com quem tenho mais abertura, para pedir que recebessem as crianças em casa, para pedir as gostosuras ou travessuras. Leti fazia muita questão disso. Assiste a inúmeros vídeos do youtube de halloween e sempre vibra com estas visitas.

A resposta delas foi muito calorosa! Lindo, lindo!!!

Uma delas trabalha com bolos lindos e deliciosos. E desde que Leti descobriu isso não pode parar no andar dela que diz querer ir pra casa de "tia Carol". Pois ela nos ofereceu o bolo da festa. Quase morri de vergonha, mas acabei aceitando, emocionada.

Outra perguntou se poderia se caracterizar para receber as crianças. Oi? Eu cheia de dedos, com medo de incomodar, e ela querendo proporcionar ainda mais alegria ao dia da minha filha... Claro que pode!!!!!

O dia chegou e eu só tinha ideias e uns apetrechos. Nada pronto ainda!


Na véspera tinha encomendado carmelitas, os doces preferidos da minha pequena, que Samir ficou encarregado de buscar, junto com uns salgados na delicatessen vizinha e as moedas de ouro-chocolate que Leti queria no baú do caça ao tesouro. Minha irmã passou para deixar os ingredientes do slime, e ficou faltando todo o resto.

Deu meio dia e só os doces estavam feitos (mas ainda não enrolados). Depois do almoço, Samir atuou na logística e Lipe, meu primogênito, na parte artística: decorou os balões que Leti queria e fez um mapinha do tesouro, num nível de complexidade que ela pudesse dar conta. No final, indicava apenas uma caminhada pelo condomínio até chegar ao tão desejado baú do tesouro.



Na hora marcada, passei para buscar duas amigas enquanto buscava Mateus e a babá ficou arrumando Leti.

No caminho uma delas me perguntava o que faríamos naquela tarde e eu tive oportunidade de esclarecer que o ritmo das atividades respeitaria o ritmo de Leti para que ela pudesse participar de tudo. E ela entendeu perfeitamente bem, demonstrando um alto grau de tolerância e respeito. Lindo!

Enquanto esperávamos as duas amiguinhas que chegaram depois, as meninas inventaram de se esconder para lhes pregar um susto, e conseguiram envolver Leti para participar junto.


Com a turminha completa, foi hora de colocar tudo planejado em prática.

A primeira coisa foi o slime. E preciso confessar: foi um desastre!!! Leti sempre faz slime com minha irmã, sempre dá certo e eu sempre ficava com a sensação de ser algo extremamente simples. Mas descobri que não é. Acertar a proporção certa de cola, espuma de barbear e água boricada não é para todos. Valeu pela lambança e não gerou frustração. Pelo menos eu acho.


Depois do slime, foi a hora do desfile. Uma vez passamos pela praça central do Salvador Shopping e ela estava arrumada para um desfile. Nem chegamos a ver o desfile, mas havia balões presos nas cadeiras que margeavam a passarela e Leti se fixou nisso: queria um desfile com balões. Improvisei uma passarela, por onde passaram as bruxas mais charmosas da cidade. E o esqueletinho também.



Depois do lanchinho, descemos para a caça ao tesouro. A meninas levaram o mapinha feito por Lipe e foram nos guiando. Ao final, abriram o baú do tesouro e uma chuva de moedas de chocolate fez a alegria da criançada. Já no finalzinho, crianças do condomínio se juntaram ao grupo para participar da brincadeira.


nosso fotógrafo!
 

 

Encontrado o valioso tesouro, foi a hora do tão esperado trick or treat.

Foram três apartamentos e fizemos as visitas de cima para baixo.

No primeiro, a queridíssima Thai arrumou as guloseimas em sua varanda, abriu as portas de sua casa e recebeu as crianças com um carinho e um cuidado tocantes! 



Dali seguimos para a casa de Ró que, conforme o prometido, nos esperava primorosamente caracterizada, com o hall caracterizado, e acompanhada de um ajudante especialíssimo, seu filho-esqueleto!

A visita à casa dela foi uma festa à parte. Ela efetivamente incorporou a personagem e as crianças embarcaram na sua fantasia. O ponto alto, para mim, foi quando ela perguntou a Leti se ela queria travessura ou gostosura, Leti respondeu travessura e, questionada sobre a travessura que queria, respondeu "careta", fazendo uma careta para ela, mostrando estar completamente envolvida na brincadeira. (na despedida, ela que NUNCA usa chapéu, tirou o chapéu de Ró, colocou na cabeça e o usou por um tempão)




Depois de visitar o último apartamento, as meninas pediram para descer para uma brincadeira no parquinho, que foi muito breve, porque já eram mais de 18 horas e eu ainda tinha que ir para a apresentação de Lipe na escola, marcada para 19 horas.




A festa teve a duração exata do interesse de Leti. Ela estava feliz e radiante e eu, em êxtase! Sentir seu olhar de realização, testemunhar seu envolvimento e sua participação em cada detalhe fez deste halloween, sem dúvida, o melhor de todos os tempos.

Alguns detalhes da nossa festinha:

Bolo delicioso feito pela maravilhosa Caroline Contelli








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