sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MARATONA

Dando continuidade ao contato feito com a geneticista do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPOA), por sugestão do médico de Leti, achamos melhor levá-la novamente a Ribeirão Preto, para outra consulta e para realização dos exames que deveriam ser encaminhados a Porto Alegre e de mais uns tantos outros necessários para o afastamento de alguns diagnósticos. Assim, além dos custos com os exames (já que não eram cobertos pelo convênio), eliminaríamos também os custos com a remessa.

Como um dos exames que Leti deveria fazer só é coletado no HC na primeira terça feira do mês, marcamos a consulta para o dia 01/02.

Chegamos em Ribeirão no dia 31/01 e marcamos o retorno para o dia 02, já que no dia 03 tínhamos passagem comprada para o Rio, para pegar visto, que já havia sido agendado desde dezembro.

Como o tempo foi curto para a realização do sem número de exames que tinha que fazer, tivemos que otimizá-lo para tentar fazer tudo.

Resultado: Leti, num prazo de 24 horas, entre 09 horas do dia 01/02 e 09 horas do dia 02/02, foi furada cinco vezes, fora as duas tormentosas amostras de urina que tivemos que coletar.

Um sofrimento!

Minha pequena, com a veia tão fininha, escondida por seu farto tecido adiposo, precisou ser furada cinco vezes!!!!!

Mas é tão abençoada a minha princesa que,  mesmo diante da incredulidade inicial de todas as auxiliares que a atenderam, em TODAS as vezes, teve a veia encontrarada de primeira.

A estrutura do HC de Ribeirão me impressionou: a qualificação e o comprometimento do médico, a gentileza dos profissionais, o funcionamento organizado e a qualidade dos serviços prestados.

Alguns dos exames solicitados não eram feitos lá. Eles, então, autorizaram a realização num laboratório particular, que, inclusive, encaminhou alguns dos exames para fora, e fizemos todos sem custo algum.

Mas nem tudo é perfeito.

Para as coisas funcionarem direito, eles estabelecem alguns procedimentos que acabam retardando o atendimento.

No primeiro dia, em que tivemos que fazer cadastro, pegar requisição de exames, coletar exames, seguir para consulta, pegar orientação com o serviço de enfermagem para os exames particulares, solicitar segunda via de todos os exames realizados no hospital e pegar autorização para os exames particulares, perdemos nada menos que 6 horas dentro do hospital! Chegamos às 7:20h e saímos às 13:30, e só porque Samir retornou às 15h para buscar a autorização.

Foi extremamamente desgastante.

Não conhecia a realidade da saúde pública no Brasil e, mesmo achando que a qualidade do atendimento ali prestado destoa da maioria dos hospitais públicos do país, é lamentável perceber que as pessoas precisam perder tanto tempo para receber uma assistência que é dever do Poder Público prestar. Eram mães com pencas de filhos e sacolas de alimentação para um dia inteiro fora de casa, pessoas deitadas em mantas estendidas sobre a grama, aguardando sei lá o quê, filas e filas por todos os lados.

Mas a experiência foi muito válida.

Conseguimos fazer todos os exames e, agora, aguardamos, ansiosamente, as cenas dos próximos capítulos.

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