segunda-feira, 16 de julho de 2018

Com as Crianças no Museu: Introdução e Museu da Energia da Coelba

Museu é lugar para criança? SIM. Definitivamente, SIM. É bem verdade que minha mãe não pensava da mesma forma (até hoje ela diz que meus filhos conhecem mais museus que ela)e, por isso, a Janaína criança não teve oportunidade de aproveitar a infinidade de experiências que uma visita a um museu pode proporcionar . Mas depois de descobrir que uma visita a um museu poderia ser extremamente interessante e prazerosa para mim, quis que meus filhos pudessem usufruir desta experiência desde pequenos.
 
Antes de mais nada, preciso confessar que não sou conhecedora de arte. Sou curiosa apenas. Gosto de museus de arte pela beleza e pelas sensações que provocam em mim: de deleite e de desejo de saber sempre um pouco mais. Mas nunca tive oportunidade de me aprofundar, embora tivesse vontade, no estudo da História da Arte e tudo que move as minhas visitas é meramente intuitivo.
 
Assim, minha finalidade com as crianças também não é torná-las conhecedoras de arte, mas aproximá-las daquele ambiente e auxiliar na construção de memórias afetivas que fomentem o desejo de seguirem explorando este amplo e rico universo que nos permite aprender através dos sentidos.
 
Para isso, a principal premissa de que parto antes de qualquer visita é a de que o passeio tem de ser leve e divertido, respeitando o tempo de atenção e o limite de interesse de cada um.
 
Desta forma, para tentar assegurar o sucesso do passeio, a primeira coisa que avalio é se o acervo do museu (de arte ou não) pode despertar o interesse dos meus filhotes; de todos ou de apenas um ou alguns deles. Não foram poucas as vezes em que fiz visitas distintas ao mesmo museu para poder levar as crianças separadamente e explorá-lo de maneira que fosse mais adequada a cada um. Aconteceu com o da Misericórdia, com o Geológico, com o de Pierre Verger e de Carybé, com o Palacete das Artes...
 
Entendendo que o acervo possa despertar o interesse dos pequenos, dispo-me da expectativa de que as crianças têm de explorar tudo o que o museu oferece e preparo-me para, eventualmente, frustrar MINHA vontade de ver algo a mais ali disponível, seguindo para o museu com o desejo de que saiam dali mais felizes do que entraram e com a convicção de que estarão culturalmente mais enriquecidos, ainda que não façam a menor ideia do que isso possa significar.

Percebendo que a presença de crianças nos museus em Salvador não é uma prática corriqueira como vejo em outras cidades, e atendendo a sugestões de algumas amigas, resolvi fazer uma série de postagens aqui no blog para compartilhar nossas visitas aos museus de Salvador (e talvez alguns fora da cidade também), e para ajudar na divulgação destes espaços que, infelizmente, não possuem o protagonismo na agenda cultural da nossa cidade que mereciam.

Por se tratar da visita mais recente, começo com o Museu de Eletricidade da Coelba.

 

Apesar de já ter passado por sua frente infinitas vezes, em visitas ao Pelourinho, não sabia que aquele imóvel com a placa da Coelba, atrás da linda fonte que diversas vezes nos distraiu, abrigava um local tão rico!

Depois da visita de uma amiga querida, resolvi colocar o local na nossa agenda e na semana passada, finalmente, conseguimos fazer uma visita.

O Museu fica na Praça da Sé, funciona de segunda a sábado e tem entrada gratuita.

O espaço é todo interativo e funciona com visita guiada o que, para mim, é um grande diferencial.

Segundo o site Aulas de Eenergia, "O Museu da Energia é um espaço criado para que os visitantes tenham a oportunidade de conhecer os princípios da eletricidade e suas aplicações, além de aprender métodos eficientes de economia de energia. Localizado no primeiro andar do prédio histórico da Coelba na Praça da Sé, em Salvador, o espaço tem como proposta fazer com que o público conheça a história da eletricidade, por meio do uso de experimentos científicos, com painéis, monitores e linguagens adaptadas às mais diversas faixas etárias, além de disseminar informações sobre a importância de se utilizar a energia elétrica de forma correta, eficiente e segura".

O prédio possui cerca de 50 experimentos divididos por temas: Conversão de Energia; Eficiência Energética; Eletromagnetismo; Eletrostática; Geração de Energia; Óptica e Transmissão de Energia.

Visitamos o Museu com Mateus, Leti e meus dois sobrinhos-afilhados, filhos da minha irmã; além de Samir e Binha, minha irmã.

Como costumamos fazer quando saímos com os dois mais novos, eu e Samir nos dividimos no esquema de um para um, para poder conciliar a empolgação elevada à enésima potência de Mateus com o binômio curiosidade-desconfiança de Leti.

Como são muitos os experimentos, e alguns deles têm o mesmo propósito, o instrutor elege alguns, explica seus fundamentos e propõe a atividade: produzir energia com força, desafiar a eletromagnética, entender a resistência...

Os meninos se divertiram horrores e, terminada a visita, continuaram lá até quase a hora do fechamento, explorando tudo o que podiam.









Leti ficou receosa e, apesar da paciência do instrutor e de todas as investidas para incluí-la nas atividades, ela não se dispôs a experimentá-las na prática (à exceção do desenho com luz na câmara escura, que ela amou), embora tenha observado com atenção suas explicações.

Finda a visita, devo dizer que minhas expectativas foram superadas! Achei a proposta do espaço semelhante a do Museu Catavento em São Paulo, guardadas, obviamente, as devidas proporções.

Minhas impressões: a vista para a Baía de Todos os Santos é impagável; os experimentos são super interessantes ao público infantil; o prédio tem o seu charme; nosso instrutor, além de muito capacitado e assenhorado do seu papel, tinha uma sensibilidade peculiar para falar com os pequenos, procurando usar um vocabulário acessível, abaixar-se à altura das crianças para ser melhor compreendido e comunicar-se de maneira afetiva.





 
Posso dizer que aprendi e reaprendi algumas coisas e que meus filhos e afilhados, além de aprenderem, na medida da maturidade de cada um, tiveram uma tarde para lá de divertida.

Missão cumprida!

 
 
 
 
 
 
 

 Links dos demais posts da série "Com as Crianças no Museu:
 
Espaço Pierre Verger de Fotografia Baiana e Espaço Carybé de Arte
Museu da Moeda

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