Quando ele sinalizou que, em pleno 3o ano, iria participar da gincana da escola e mostrou que mergulharia de corpo e alma neste intento, comprometendo importantes horas dos seus dias, que poderiam ser dedicadas ao estudo, eu e Samir ficamos preocupados.
Quando ele percebeu que sua equipe precisaria mais da sua ajuda, por não contar com o apoio de nenhum grupo de ex-alunos, e intensificou ainda mais a dedicação para as questões relacionadas à gincana, Samir quase surtou e eu entendi que aquele era um processo importante que ele precisaria viver e do qual poderia extrair um aprendizado que dificilmente qualquer aprovação lhe proporcionaria. E resolvi apoiar.
Entrei no grupo de Whatsapp de mães da equipe, me envolvi como pude para auxiliar nas tarefas que demandavam ajuda externa (chegando ao ponto de pedir a um guia que nos atendeu em Londres para se deslocar ao Big Ben para fazer uma foto e de pagar mico cantando em inglês e dançando na escola), dei a ele algum suporte logístico e o acolhi em sua decisão.
Terminada a gincana, sinto uma enorme gratidão pelo caminho que segui. Ver sua expressão de exaustão e satisfação a cada noite pós trabalho e sentir seu prazer em compartilhar conosco suas experiências ao chegar em casa me encheram de alegria. Testemunhar sua capacidade de se doar, de pensar no grupo e de não desanimar diante da perspectiva mais otimista possível, que era a de não ser o último lugar, me mostraram uma face dele que não conhecia e que me deixou muito orgulhosa.
E, ao fim de tudo, tive a oportunidade de lhe dizer que estava muito feliz por ele ter persistindo em seu propósito, mesmo diante de nossa resistência, por ter vivido uma pequena parcela do que é a adrenalina de uma gincana e por perceber a repercussão maravilhosa que o processo terá em sua vida, reenergizando-o, inclusive, para dar continuidade a seus estudos com ainda mais empenho que no início do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário