quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Aperto no Coração

Eu já sabia. E, desde o início do ano, venho dizendo que vou me adiantar na tarefa de procurar uma escola nova para minha princesa, já que a sua só tem educação infantil. Mas só na última sexta feira fiz a primeira visita.

A inclusão escolar, sem dúvida, é um dos maiores problemas que as famílias com crianças com deficiência enfrentam. Vejo depoimentos terríveis, assustadores.

Mas, para minha sorte, nunca senti isto na pele. Leti está na mesma escola desde os 2 anos de idade e, nesta escola sempre foi muito bem acolhida. Esta escola a abraçou e a respeitou em sua diversidade, procurando propiciar um ambiente o mais adequado possível para promover o seu desenvolvimento.

Durante sua permanência lá, ela deu seus primeiros passos, aprendeu a falar, a subir escadas, a fazer xixi no vaso, a se articular em outros idiomas, a conquistar seu espaço no grupo... Cativou amigos, professores, profissionais.

É reconfortante perceber que todos na escola nos conhecem pelo nome e fazem questão de demonstrar um carinho especial por minha pequena; como a auxiliar de outra turma que, no início do ano, me abordou para dizer que, sabendo que seria o último ano de Leti, gostaria de me pedir uma foto dela antes que saísse da escola para guardar de lembrança; ou da auxiliar da sua sala que, tendo que sair repentinamente da escola, me descobriu no facebook e enviou uma mensagem linda, pedindo que dissesse a Leti da importância em sua vida.

Minha filha está crescendo... Tanto em tamanho (tenho notado tanto isso ultimamente), como em desenvolvimento. E agora precisa alçar novos voos.

E eu, como mãe, sem dúvida, me assusto com a mudança pela qual sua vida passará.

Ela sairá de uma escola com menos de 100 alunos para uma escola com 600. Enfrentará novos desafios, precisará construir novos laços.

No íntimo, a minha demora em visitar as escolas, acredito, tenha sido uma fuga. Fuga impulsionada pelo medo destas mudanças. Sinto que preciso estar fortalecida para não lhe passar insegurança.

E este meu medo quase fez com que perdesse a vaga da minha filha na escola que escolhi, já que as vagas de inclusão são limitadas.

Mas no fim, deu tudo certo! Hoje fomos, eu e Leti, a uma visita à escola.

Enquanto conversei com a psicóloga, Leti ficou na turminha do Grupo 5 que, provavelmente, será a sua no próximo ano.

Eu tinha lhe avisado que iríamos conhecer uma nova escola, porque ela estava grande e precisaria ir a uma escola maior no próximo ano.

Ela chegou meio deslumbrada, olhando cada detalhe atentamente. Quis descer a escada para ir ao parque, quis "ler" um livro na biblioteca, explorar cada cantinho...

Fiquei com o coração apertado quando a psicóloga a levou, sem resistência, à turma do G5. Fiquei tranquila quando cheguei para buscá-la e a encontrei sentadinha entre as crianças, comendo uma banana (a moleca deu sorte, era hora do lanche).

A turma não tem nenhuma criança de inclusão mas, tudo indica, ganhará duas no próximo ano: Leti e uma outra, que visitou a escola antes de mim.

Os coleguinhas fizeram um desenho da Peppa para Leti levar de lembrança. Achei muito fofo!

A psicóloga apresentou a proposta de inclusão da escola, que me pareceu bastante sólida, e perguntou um pouco sobre minha princesa. Conversamos por alguns minutos e iniciamos ali uma relação que, certamente, renderá bons frutos nos próximos anos.





Um comentário:

Daniele disse...

Que Deus abençõe vcs nesta nova etapa! Leti se envolverá nesta nudança e será mto prazeroso acompanhá-la. Vc é meu exemplo, Janaina. Te admiro muito. Parabéns!

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