terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fim de semana pra lá de especial

No sábado pela manhã, um desejo que nutria já há algum tempo pôde ser saciado: promover um encontro de mães especiais para um bate papo.

Vinha tentando definir uma data há algumas semanas e, percebendo que seria impossível encontrar um dia que atendesse a todas as envolvidas, chegamos à data que atendeu a maioria. Das 10 mães contactadas, 6 confirmaram e 4 apareceram. Comigo formamos um grupo de cinco mães, que, durante cerca de três horas, falaram sobre seus filhos, compartilharam experiências exitosas (e outras nem tanto assim), expuseram dúvidas e se dispuseram a ensinar e a aprender com o outro (no caso, a outra, mãe).

A minha ideia, ao fazer contato com estas mães, era, num primeiro momento, conversar um pouco sobre a história de cada criança e o caminhar de cada mãe, para compartilhar experiências, e tentar promover, depois, encontros regulares (mensais) para discussão de temas específicos.

Não sei se todas sairam com a mesma sensação, mas, ao fim do encontro, me senti realizada. Das presentes, apenas uma não conhecia pessoalmente, já que as inúmeras conversas que tínhamos tido até então, desde que ela descobriu o blog, se restringiram ao ambiente virtual. E como foi bom conhecê-la pessoalmente, saber dos progressos do seu filho e da grande probabilidade de ele ter simplesmente um atraso de linguagem. 

As outras presentes foram a mãe de um coleguinha de Leti da escola, a mãe de dois coleguinhas (gêmeos) de Leti de terapia e uma linda mãe que conheci nesta minha caminhada por informação.

Vidas diferentes, realidades diferentes, percepções diferentes, interligadas pela busca incessante pela melhoria da qualidade do filho com algum comprometimento no seu processo de desenvolvimento.

Uma mãe compartilhou, com entusiasmo, a experiência do seu filho com o tratamento biomédico; outra explicou porque ela mesma se vê como mãe floortime; outra expôs o período de importantes decisões pelo qual está passando, no qual busca, para seu pequeno, uma abordagem com maior enfoque sensorial...

Duas relataram uma experiência desastrosa que tiveram com um projeto conhecido aqui de Salvador, que tem como objetivo estimular hábitos alimentares saudáveis em crianças. Nos dois casos, quando ficaram sabendo que as crianças estavam no espectro autista, simplesmente vetaram suas participações no projeto, alegando que elas atrapalhariam as outras crianças. Não preciso nem falar do nosso sentimento de repúdio e indignação.

Conversamos sobre escola, sobre terapias, sobre linguagem, sobre estereotipias, assuntos que, certamente, ocupam um dos primeiros lugares do nosso foco de interesse, mas que, às vezes, não compartilhamos com outras pessoas um por não saber se a temática lhe soará enfadonha. Falar de mãe especial para mãe especial é diferente. Especial!

A conversa fluiu sem um direcionamento, já que o objetivo inicial era aconchegar, conhecer... Mas todas foram muito receptivas à ideia dos encontros periódicos e concordaram que, no próximo encontro, poderemos conversar sobre inclusão. Pensei em falarmos um pouco sobre a experiência de cada uma na escola, e de pensarmos, juntas, estratégias para auxiliar a escola na tarefa da inclusão de cada uma das nossas crianças.

Acho que só temos a ganhar se, de fato, conseguirmos manter nossos encontros. Momentos como este, além de nos fazer aprender com a experiência do outro, também nos mantém motivadas e com mais energia para cuidar dos nossos filhotes. Pelo menos, para mim.



Mas o título fala de um fim de semana especial. Então, não parou por aí.

No sábado à tarde, fui com Leti a uma oficina de contação de histórias e confecção de biscuit na Zastrás.

Há tempos venho querendo conferir minha querida amiga Ivana, do contações de uma mãe, no exercício do seu hobby de contar histórias.

Apesar de já imaginar que sua apresentação seria primorosa, considerando o perfeccionismo que imprime a tudo o que faz, confesso que me surpreendi. A escolha das duas histórias foi muito feliz, a transição entre uma e outra, perfeita, e sua presença de palco (palco?)... sem comentários!

Muito envolvente, seu corpo falava uma língua à parte, que sincronizava singelamente com o texto, o qual foi narrado com diferentes entonações e sentimentos, que deram um colorido especial à história. E, para completar, a trilha sonora produzida com violão e outros instrumentos por sua irmã gêmea foi o que faltava para dar àquela apresentação artística uma verdadeira conotação profissional.




Sem bajulações, mesmo sendo eu suspeita, tendo em vista a enorme admiração que tenho pela artista, foi uma grande apresentação!

Eu, na verdade, tinha ido à Zastrás apenas para ver minha querida amiga contar história, mas, como logo em seguida começaria uma oficina de biscuit resolvi ficar.

A "professora" era cunhada de Ivana, que conhecia apenas de vista, das festinhas de aniversário dos pimpolhos da minha amiga. E de ouvir Ivana falar dos seus dotes.

Em  cinco minutos, rearrumaram todo o cenário e o espaço aberto para a contação de histórias ganhou mesas e artefatos artísticos para o início da produção dos biscuits. Eu, sinceramente, não acreditava que pudesse produzir algo digno de alguma utilização futura, mas... me enganei. O objetivo era produzirmos um sapinho. Depois de ter as minhas duas primeiras tentativas destruídas por minha pequena, num momento de vacilo, consegui concluir meu sapinho e achei que ficou muito, muito fofo! E melhor: achei muito fácil fazê-lo. Depois tentei fazer uma formiga, que, na minha opinião, tinha um grau maior de dificuldade, mas também não ficou assim tão ruim (apesar de Leti, na primeira vez, ter dito que era um caranguejo hahaha).





Leti não se empolgou para tentar fazer o biscuit, como era de se esperar, já que sua motricidade e seu desenvolvimento cognitivo ainda não estão preparados para esta atividade. Ela ficou manipulando a massinha e, de vez em quando, observando ao redor. Mas, mesmo assim, acho que foi bom pra ela poder acompanhar todo o processo produtivo. Minha ideia é tentar fazer mais biscuits com as massinhas que trouxe para casa (acompanhada por Lipe, que já se interessou), e depois usá-los para contar histórias para minha pequena. Tenho certeza que ficarão muito mais interessantes com os personagens feitos por nós!

Já a história, ela adorou! Vez por outra, apertava as bochechas, que é algo que ela tem feito em alguns momentos de lazer (e que será objeto de um post específico), mas chegou a interagir, falando zebra (quando Ivana mencionava os animais da floresta) e aplaudindo. E, quando caminhávamos para o carro e eu lhe perguntava sobre a história, ela respondia tudo certinho. Uma linda!

Foi uma tarde diferente, maravilhosa. Especial!


E, para fechar o fim de semana, fomos no domingo à noite para a apresentação do Músicas para Brincar, do NEOJIBA. Leti tinha ido a um ensaio com a escola e tinha me dado um feedback ótimo da experiência.

Quando soube da apresentação, não tive dúvidas de que levaria a minha princesa.

Já chegamos próximo do horário de início do espetáculo mas, para nossa sorte, conseguimos um único lugar na primeira fila da Concha Acústica, onde nos sentamos para assistir à apresentação de pertinho.

Leti assistiu à apresentação atentamente, aplaudiu, (novamente apertou a bochecha), ficou em êxtase quando viu o músico tocar o prato, (fez xixi em cima da mamãe) mas, já no finalzinho, pediu para ir para casa. E atendemos ao seu pedido.

A apresentação foi linda! Crianças e jovens tocando para um público seleto (modéstia à parte, hahaha), que buscava por boa música. Eram três orquestras, sendo que, em uma delas, tinha uma criança de 4 anos no grupo (segundo fiquei sabendo lá). As famílias dos músicos mirins trasnsbordavam tanta felicidade e orgulho que nem dava para reclamar do levanta-senta-levanta para fotografá-los.

Lindo espetáculo!

Não disse que foi um fim de semana pra lá de especial?!?!?!



Um comentário:

Unknown disse...

ah...Jana, assim eu choro,rsrs. Amiga,só tenho a agradecer a sua presença e o seu carinho na contação e fiquei muito feliz em saber que você e Leti gostaram! Foi uma tarde realmente mágica, em todos os sentidos. Tenho certeza também de que Leti vai aproveitar bastante a massinha de biscui e vai curtir as histórias que surgirão daí.

Quando ao encontro, admiro muito a sua força, a sua garra pra correr atrás de informação, pra trocar experiências com outras mães, isso é fundamental e com certeza valerá a pena esse contato mais de perto. É uma troca muito rica, né?

As crianças adoraram a orquestra e confesso que quando tocaram Luiz Gonzaga eu chorei, pra variar,rsrs. Lindo demais!

bjo

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