segunda-feira, 30 de abril de 2012

Há dez anos

Há dez anos a minha vida mudou.
Há dez anos, experimentei, pela primeira vez, um amor que não imaginava existir.
Há dez anos, passei do papel de protagonista na minha vida para o de coadjuvante.
Há dez anos, ganhei uma outra motivação para erguer a cabeça e seguir sempre em frente.
Há dez anos, comecei a ter medo de morrer.
Há dez anos, refiz planos e projetos.
Há dez anos, passei a entender coisas que antes não entendia.
Há dez anos, descobri outras (simples) formas de me divertir.
Há dez anos, revi paradigmas e prioridades.
Há dez anos, entendi verdadeiramente o valor de um sorriso banguelo.
Há dez anos, me surpreendi com a descoberta de que um amor que parece não ter fim pode ser ainda maior no dia seguinte.
Há dez anos, comecei a tentar aprender a difícil arte de educar.
Há dez anos, me assustei com a possibilidade de falhar.
Há dez anos, passei a dar um valor maior aos meus instintos.
Há dez anos, ganhei um motivo para sorrir, mesmo quando tudo ao redor conspirasse para que eu chorasse.
Há dez anos, fui mãe pela primeira vez.
Há dez anos, nascia o grande amor da minha vida: Lipe!




sábado, 28 de abril de 2012

O Mesversário Compartilhado e Algo Mais

 

Dindinha em dose dupla

Como eu já havia dito por aqui, eu e minha irmã engravidamos juntas. Programamos engravidar juntas (quando eu já estava grávida e não sabia) e fomos exitosas no nosso intento. Apenas dois meses e um dia separam os nossos rebentos (será que eles serão super amigos???).

No dia 26 de março de 2012, Lucas chegou para preencher a nossa vida. E ele escolheu seu dia! Eu pedi tanto que nascesse no meu dia (apenas uma semana depois), mas ele se apressou e chegou no dia que ele mesmo escolheu. E só por ser o SEU dia, se tornou um dia lindo para mim.

parto binha

Desta vez o parto de Binha foi super tranquilo e sem qualquer intercorrência no pós parto, e logo estavam todos em casa, (re)aprendendo juntos a cuidar do recém chegado bebê e, ao mesmo tempo, a contornar o natural ciúme do irmãozinho.

E aqui abro um parêntese para dizer que apesar de Lucas não ter nascido no dia do meu aniversário eu fui presenteada com a grande honra de poder batizá-lo também, da mesma forma que aconteceu com Biel, o primeiro filho da minha irmã.

É bem verdade que tinha outra dinda na fila, mas, como por questões de ordem religiosa ela não pôde assumir o encargo, fui eu a escolhida para ser a segunda mãe desse bebê que, só por ser filho da minha irmã, já seria como um filho para mim. (Acho que nem preciso falar de como transbordei de felicidade ao saber que seria a dindinha dos dois... me achando a super poderosa rs).

parto binha 2

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Mesversário Compartilhado

Como se tornou uma tradição familiar comemorar mês a mês o tempo de vida dos nossos bebês até que completem um ano, e como apenas um dia separará o mesversário dos dois priminhos, resolvemos que teremos apenas uma comemoração (dupla) por mês e que ela se alternará entre o dia 25 e o dia 26 de cada mês.

Neste mês, como foi o primeiro mesversário de Luquinhas, a festa foi no seu dia e na sua casa, mas em comemoração à passagem de mais um mês de vida dos dois. No próximo, a comemoração será no dia 25, e na minha casa, e assim iremos alternando até que Mateus complete seu primeiro aninho.

O tema da festa foi escolhido por Biel, usufruindo seu direito de escolha, por ser o irmão mais velho. Ele se engajou para ajudar na decoração, colando os personagens na parede e curtiu a festinha como se fosse sua.

Leti estava morrendo de sono, mas ao chegar e ver a mesa repleta de docinhos, num instante esqueceu o sono e ficou tentando persuadir todos que dela se aproximavam para pedir uma guloseima.

Mateus ficou meio enjoadinho, também por conta do sono, já que, normalmente, dorme quase nada durante o dia, mas cedo da noite, embala um sono longo.

Samir, pela primeira vez, não pôde estar presente, por conta dos compromissos do trabalho.

Acabamos voltando cedo, mas depois de um período de tempo suficiente para nos confraternizarmos com parentes e amigos queridos que, todos os meses, conseguem um tempinho em suas concorridas agendas para virem celebrar conosco.

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3 Meses de Mateus

Vinha acompanhando o peso de Mateus (e o meu) em uma balança digital e suspeitava que ele não vinha engordando (todo o excesso que aparecia na balançava estava por minha conta).

Quando comentava com as pessoas, todos me recriminavam, me chamando de louca, mostrando-me como ele estava gorduchinho, mas, mesmo assim, achei melhor ligar para a pediatra já que sua consulta mensal só aconteceria na próxima semana.

No exato dia em que ele completou 3 meses, levei-o para se pesar no consultório e minhas suspeitas se confirmaram: engordou apenas 200g em 20 dias, ou seja, uma média de 10g/dia (metade do mínimo necessário).

Como estava em livre demanda, e com refluxo acentuado, apesar de estar usando label há um mês, a médica orientou que fizéssemos complementação com leite artificial, e mudássemos a medicação do refluxo.

Prescreveu losec para o refluxo e pediu que lhe oferecesse duas mamadeiras de 150ml de NAN ou Aptamil AR, por dia.

A introdução de leite artificial não estava nos meus planos. Fiquei extremamente triste de ter que dar outro leite ao meu bebê tão cedo. Queria que ele ficasse no leite materno exclusivo, pelo menos, até o sexto mês de vida, como foi com seus irmãos.

Mas não tinha como intensificar a amamentação para ele voltar a ganhar o mínimo de peso necessário, já que, durante o dia, ele já mamava em intervalos de tempo muito curtos, sem dar tempo para sentir o peito transbordar de leite...

E, para piorar a situação, ele tem recusado ostensivamente a mamadeira. Testei 3 bicos diferentes. Tentei com leite materno, mas ele só toma o leite depois de muita insistência (e muito leite derramado no ralo, literalmente), e quando está morrendo de fome. Ouso dizer que a cada 3 mamadeiras oferecidas, ele toma uma. 

E é por pura resistência à mamadeira (já que nem o leite materno envasado ele aceitou), o que acho um contrasenso, já que ele chupa chupeta.

Como temos tentado introduzir o leite artificial há apenas dois dias, tenho esperança de vencer a resistência do meu bebê e fazer com que volte a ganhar o peso necessário logo, para que possamos, quem sabe, rever a questão da complementação.

Mas, tirando esta questão alimentar, meu filhote só tem ganhado. 

Está mais sociável e mais sorridente. Aos sorrisos, que já eram frequentes no segundo mês, somam-se as gargalhadas que me tiram do sério neste terceiro mês. 

Tem se movimentado mais, circulando pelo berço e virando da posição de bruços para a de barriga para cima. 

Tem se divertido mais com as brincadeiras (loucas) corporais propostas pela mamãe (ex: apertar bochechas, sacudir, fazer cócegas, colocar para voar...).

Tem demonstrado preferência por algumas pessoas, o que, inclusive, às vezes, deixa o papai triste, já que ele, via de regra, prefere os colos femininos.

Tem fortalecido seu tônus muscular, sustentando mais a cabeça e ficando no colo, algumas vezes, sem apoio nas costas.

Enfim, apesar d´eu ter ficado triste com a questão da complementação, acho que, passados esses 90 dias de vida, sobram motivos para comemoração.

Esse bebê parece magrinho?!?  Esse bebê lhe parece magrinho?!?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Identidade

Finalizada a arte do convite do aniversário de Lipe, uma sugestão do aniversariante: trocar o nome FELIPE no convite por RENATO.

Mas, por que, meu filho?

Porque ninguém na escola sabe que meu nome é Felipe, mamãe, só Rafa.

Mais cedo ou mais tarde, isso iria acontecer. Lipe, que é Renato Felipe, é chamado por todos na família (à exceção da avó materna), por Felipe. Tem gente que sequer sabe que seu primeiro nome é Renato. E é assim há praticamente 10 anos.

Não o chamo de Renato nem para dar bronca. Acho que soa tão estranho... Só uso o Renato para marcar consultas médicas.

Mas na escola, ele é apenas Renato. Até porque, só em sua sala, existem dois Felipes, além de um Luís Felipe. E Renato, só ele.

Então, achei justíssimo seu pedido e já providenciei a mudança. Só espero que meu filho não sofra de uma crise de identidade.




domingo, 22 de abril de 2012

Domingo na Cozinha

Esse nosso domingo teve um sabor diferente: sabor de morango! 

Aproveitamos a manhã em casa e fomos para a cozinha preparar uma sobremesa para levar para o almoço na casa de vovó Irá. A receita tinha que ser simples e saborosa. 

Optamos pelo mousse de morango, receita da tia Katy, que o batizou de chambinho por causa da semelhança de sabores.

Escolhi um doce para aproveitar a motivação da minha pequena, e esta receita em particular, pela reduzida quantidade de ingredientes, e pela praticidade do preparo.

A ideia era trabalhar sua motricidade (com a colocação dos ingredientes e o ligar e desligar do liquidificador), quantidades (dos ingredientes), denominações (dos ingredientes e utensílios utilizados), leitura e escrita (à medida que ia colocando os ingredientes, ia escrevendo a receita ao seu lado), noção de todo e partes (quatros ingredientes separados, que, juntos, se transformam num só mousse) mas, melhor de tudo, compartilhar de um momento prazeroso juntos (Lipe estava conosco o tempo todo e ficou encarregado das fotos).

Foi uma experiência maravilhosa! Com direito a um arrependimento. Quando íamos colocando os ingredientes, estimulei-a a experimentar o leite condensado e ela recusou. Insisti (#loucura) e quando ela percebeu do que se tratava, toda hora repetía: - experimentar, experimentar.

Colocamos todos os ingredientes juntas, ela ligou o liquidificador, observou atentamente a mudança de cores e textura e, depois de pronto, nos lambuzamos os três com as sobras do liquidificador.

Na hora de servir, não poupamos comentários sobre sua participação no preparo da iguaria.

Gostei tanto da experiência que já estou pensando em repeti-la na próxima semana, mas com outra receita: mouselitos!







Para quem se interessar, aqui está a receita:

Ingredientes: 1 lata de leite condensado, 1 lata de creme de leite, 1 pote de iogurte natural e um pacote de suco de morango em pó.

Modo de fazer: Bater tudo no liquidificador até formar uma mistura homogênea e depois levar à geladeira.

Garanto: é uma delícia!

sábado, 21 de abril de 2012

Divulgando

Excelente oportunidade para discutir a inclusão. Vamos?


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vinte e Dez

Hoje pela manhã, antes da babá chegar, e enquanto amamentava Mateus no sofá da sala, observava Leti que se esbaldava no chão com as migalhas remanescentes da janta da noite anterior.

Eu olhava, meio sem ver, entretida com mil coisas ao mesmo tempo. Até que ouvi ela falando vinte e...

Neste momento, parei e passei a prestar atenção e ainda tive tempo de ouvir: vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove, vinte e dez.

Fiquei estupefata!

Nem sabia que ela conhecia o número vinte. Sempre contamos até o 10, seus livrinhos vão, normalmente, até o 10, é até o 10 que ela identifica os algarismos.

Não sei com que número ela iniciou a contagem. Mas, com certeza, não foi no 1; eu teria percebido antes. Também não acredito que tenha sido antes do 20, já que ela não conhece os números entre 11 e 19 (será?). O mais provável é que tenha começado no vinte e alguma coisa, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha: onde ela aprendeu esses números?

Como minha filha nos surpreende a cada dia, mostrando saber coisas que não imaginávamos que sabia... Como episódios como este me deixam feliz e me motivam a estimulá-la cada vez mais...

E, ainda que o número estivesse errado, o raciocínio estava corretíssimo, e de acordo com a lógica das crianças que aprendem a contar. 

Lembro-me que na época de Lipe, a coordenadora da escola e as professoras relatavam, com muita naturalidade, como era comum as crianças se confundirem com os números fechados (vinte, trinta, quarenta...), fazendo associações com o 10. Lipe não apresentou esta dificuldade, mas muitos de seus colegas, sim, e agora, vivendo esta experiência com Leti, e lembrando-me daquela época em que meu primogênito era só um trisquinho de gente, fico feliz de perceber que este novo ciclo que vivo com Leti segue o mesmo rumo trilhado por seu irmão e tem grandes possibilidades de êxito.

imagem daqui

sábado, 14 de abril de 2012

Ai que saudade que dá

 

Leti desde ontem anda com uma saudade... Parece até mentira, Leti demonstrando sentimento de saudade. E pior (aliás, melhor): sem ser por mim, nem pelo pai, pessoas com quem ela mantém o vínculo mais forte.

Ontem à noite, quando estávamos no quarto de Mateus, ela cantava: - Pepeu, Pepeu, cadê você, Pepeu? Pepeu, Pepeu, cadê você, Pepeu?

No início, cheguei a pensar que ela cantava Teteu, já que foi com este nome que inventamos a paródia para uma cantiga que ela gosta. Mas a repetição dela não deixava dúvidas.

Achei lindo e comentei: - você está com saudade de Pepeu, meu amor? Amanhã vamos vê-lo num aniversário.

De manhã, logo que acordou, falou: - você qué Pepeu (leia-se, eu quero, já que ela faz inversão pronominal).

Saudade mesmo!

Pepeu é seu primo, filho dos seus dindos, Samira e Zeca, irmã e cunhado de Samir.

Apesar de Leti não se relacionar muito bem com crianças (é, normalmente, indiferente a elas), ela sempre teve uma relação diferente com Peu. Lembro-me do primeiro momento de interação. Foi em minha casa. Pepeu corria e ela corria atrás rindo. Ele, percebendo que ela se divertia, desbravava outros cômodos da casa, ao que era seguido por ela às gargalhadas. Foi um dia lindo, marcante!

O relacionamento com crianças é difícil porque é imprevisível. A criança não sabe que precisa abordar Leti com mais calma, com poucos estímulos, dando-lhe tempo para a resposta. A criança é espontânea, enérgica, egocêntrica e, num primeiro conflito em uma brincadeira, a tendência é que Leti recue, por não saber como se portar e não ter interesse em se fazer impor (vai até o fim se for por uma disputa de comida).

Peu é um garoto esperto, ativo, interessado. É também muito carinhoso e, por incrível que pareça, não demonstra ciúme, nem egocentrismo com Leti (o que seria normal para sua idade). Está sempre lhe incluindo em suas atividades, oferecendo seus brinquedos, convidando-a para estar com ele. Só se zanga quando monta um quebra cabeça e ela desmonta (e eu fico olhando achando ótimo, porque é mais uma demonstração de interação). Mas, até nestes momentos, a sua repreensão é tão doce que mais parece um convite para fazer de novo (rs).

E, sem que ninguém tenha lhe ensinado, sem ter qualquer compreensão do que é ser uma criança especial, sem se importar com as diversas vezes em que seu convite para brincar ecoou no vazio, Peu nunca desiste de demonstrar, com um amor enorme que transborda de suas atitudes, o quanto lhe é importante a companhia da priminha.

É um amor (altamente correspondido, hoje não tenho dúvidas) para a vida toda!

 

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O bê-a-bá da Babá

Estamos em processo de contratação de babá. E se tem uma coisa que detesto é essa fase de entrevista-experiência-treinamento de babá.

Não sei entrevistar, não gosto de explicar o trabalho, de dar orientações... Queria tanto que existisse um manual que as ensinasse como trabalhar direito...

Principalmente porque o trabalho com Leti não é fácil. A babá precisa ser mais animada, mais paciente, mais qualificada e mais comprometida, para estimulá-la corretamente, ludicamente e constantemente.

Pensando nisso, e depois de passar por duas experiências mal sucedidas em três semanas, decidi criar o meu manual. Na verdade, não é um manual propriamente dito, mas diretrizes para nortear o trabalho da babá que se habilitar a vir conviver conosco e cuidar da minha pequena.

São 25 diretrizes normativas (seriam 10, depois 20, finalizei em 25), que, após, checagem de referência e uma entrevista bem mais ou menos, serão entregues à candidata. Ou, se eu optar por não entregar, servirão como cola para as minhas orientações iniciais.

Vamos a elas.

1- Cuidar de Leti não é fácil! Você precisa gostar de criança, gostar de brincar, ter sensibilidade para entender o que ela quer, e criatividade para envolvê-la na atividade que ela não quer fazer, quando ela precisar ser feita naquele momento.

2- Trate Leti com carinho. Se ela se sentir a espontaneidade do seu carinho, será mais fácil aceitar brincar com você.

3- Nem sempre que Leti pede comida, ela está com fome. E, como ela pede constantemente, demonstre que entendeu o que ela falou, diga que ainda não é a hora e proponha alguma atividade interessante. Se possível, até uma brincadeira com a comida que ela mencionou (ou com uma boneca, ou com um bichinho, ou com um jogo, ou um livro que trate daquela refeição, ou algo relacionado que passe por sua cabeça na hora).

4- Procure deixar o ambiente no qual Leti circula livre de migalhas e farelos para que ela não os fique manuseando e esqueça da vida. Se perceber que ela encontrou algo e se isolou em seu mundo para manipulá-los, prontamente limpe o local e suas mãos e proponha alguma atividade.

5- Evite dizer NÃO a Leti. Se ela faz algo que não deveria, tente envolvê-la com outra coisa, deixando o NÃO para as situações que possam comprometer sua integridade física (como bater com a cabeça em lugares ou morder o próprio braço, por exemplo).

6- Estimule SEMPRE a autonomia de Leti. Faça com que ajude a colocar e tirar a própria roupa e sapatos; tente que ela carregue sua mochila; peça sua ajuda para pentear seu cabelo; peça sua ajuda na hora do banho; auxilie para que ela abra seu creme dental, seu perfume, os estojinhos de materiais escolares, e tudo mais que fizer parte da sua rotina e precise ser aberto e fechado.

7- Deixe que ela coma sozinha, mas controle a quantidade de comida que ela leva à boca e impeça que ela use a comida para brincar ou fazer porcaria (mantendo o local e suas mãos limpas).

8- Aproveite os horários em que Leti está mais disposta (logo que acorda, ou depois de comer) para fazer as atividades propostas por suas terapeutas e para brincar com ela. Dê preferência a brincadeiras que possam lhe ensinar alguma coisa, como jogos de encaixe, de pareamento, brincadeiras que exijam algum esforço motor, brincadeiras de faz de conta.

9 - Tente entender o que Leti lhe diz,  valorize sua manifestação, mostrando que lhe entendeu, e, na medida do possível, faça algo relacionado ao que disse.

10 - Quando for brincar com Leti, mostre o quanto você está motivada com a brincadeira, usando diferentes tons de voz e de expressões faciais. Se ela perceber que você não está animada, dificilmente vai se animar também.

11 - Brinque com Leti com uma coisa de cada vez.

12- Brinque com Leti, preferencialmente, sentada à sua mesinha.

13- Use a música em suas brincadeiras. Leti adora músicas.

14- Converse muito com Leti. E lhe dê o máximo de informações que acha que ela possa compreender. Números (quantidade das coisas), cores, conceitos (em cima, em baixo, dentro, fora, grande, pequeno, ligar, apagar...), nomes das coisas que fazem parte da sua rotina...

15- Sempre que possível, lhe dê o direito de escolha. Se vai brincar, dê duas opções de brinquedo; se vai vestir sua roupa, dê duas opções de roupa; se vai ler um livro, peça que escolha o livro (ela adora livros!); se vai assistir um dvd, também lhe dê duas opções.

16- Quando for ler um livro para ela, sente-se ao seu lado, para que ela possa acompanhar a leitura do livro, dê o tempo que ela precisar para apreciar as ilustrações e fazer seus comentários e, ao ler o texto, vá passando o dedo por debaixo das palavras para que ela associe que o que você está lendo está naquela parte do livro.

17- Deixe os dvd´s para os momentos em que ela estiver cansada e indisposta para brincar e não a deixe só. Sente-se ao seu lado e faça comentários sobre o que estão assistindo.

18- Tire um momento do dia para as atividades artísticas. Dê preferência ao uso de lápis de cor, canetinhas coloridas, tintas e evite gizes de cera e massinhas de modelar. Corrija a maneira de segurar o lápis e estimule-a a desenhar. Se ela pedir para que você desenhe algo, faça um desenho simples e, imediatamente, lhe devolva o lápis, pedindo para desenhar algo que possa compor  aquela cena. Valorize seu rabisco, dizendo que é aquilo que você queria que ela desenhasse (um bolo, por exemplo), mesmo que seja um simples rabisco, e festeje com animação. Ao final, escreva o nome dela na produção e peça que ela leia (ela dirá: LE-TI-CÍ-A).

19- Use seus adesivos nas atividades artísticas, para trabalhar conceitos e escolha. Peça para ela escolher o adesivo, faça desenhos e peça para colar dentro ou fora do desenho, em cima ou embaixo dele...

20- Aproveite uma hora do dia para brincar de pega pega, de esconder, de atirei o pau no gato, de jogar bola, para dançar.

21- Quando Leti estiver se balançando para frente e para trás, tente estimulá-la a brincar de algo que goste. Se ela continuar, brinque, imitando-a. Logo que ela pare, proponha outra brincadeira.

22- Se ela ficar se deitando no chão na hora de brincar, coloque-a na mesinha, se souber que ela não está cansada, ou, se estiver cansada, avalie se vale à pena ler um livrinho, ou se está na hora de colocá-la para dormir.

23- Quando ela pedir por remedinho ou perfume, ela está querendo frascos que encontra em nosso banheiro. Se tiver encerrado uma brincadeira, estiver cansada ou entediada, deixe que brinque com o frasco por um tempo e depois guarde-o para brincar de outra coisa.

24- Na hora de dormir, cante para ela e faça uma "cosquinha" em seu braço (alisando da mão em direção a sua axila).

25- Lembre de levá-la ao penico sempre após as refeições principais e antes do banho.


É claro que estas orientações não exaurem tudo que eu precisaria dizer a uma babá que se proponha a cuidar de Leti, mas elas reduziriam, e muito, as intervenções que eu precisaria fazer, ao longo do dia, quando as duas estivessem juntas.

E você, tem alguma sugestão para melhorar a minha lista?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

BLOGAGEM COLETIVA: INFÂNCIA LIVRE DE CONSUMISMO

O que de tão nefasto pode haver por trás de uma propaganda voltada ao público infantil?

Desde que comecei a acompanhar as discussões na página do facebook com mesmo nome do título da presente postagem, tenho refletido muito sobre isso.

Até então, nunca tinha aventado para a possibilidade das propagandas de bonecas e brinquedos da Discovery Kids poderem causar algum tipo de mal aos meus filhos.

Ingenuidade! Ingenuidade de quem não conhece o real poder da mídia e da propaganda. De quem não consegue enxergar além de um palmo na frente do nariz, quando o assunto é propaganda.

Não sei porque, ou talvez saiba, mas sempre que me atenho pensando sobre o assunto, me lembro do cigarro. Lembro-me de como era comum, quando era menor, estar rodeada por fumantes (meus pais, inclusive). De como parecia fazer parte de um processo de inclusão social ter um cigarro aceso entre os dedos. De como parecia careta não fazer uso do cigarro.

E, de repente, já maior, numa festinha, procurando alguém que tivesse um isqueiro para acender a vela do bolo de Lipe, nos atentamos que teríamos que recorrer a um palito de dente, aceso no fogão com acendedor elétrico (que dispensa fósforos em casa), porque não havia um só fumante naquele círculo de amigos (nem os meus pais), que dispusesse de um isqueiro que pudesse nos auxiliar.

E o que teria acontecido entre cada uma destas cenas da minha vida? A proibição da propagandas de cigarros!

Não acredito que meus pais tenham deixado de fumar (há muitos anos atrás) por conta da vedação da propaganda, mas não tenho dúvida de que a proibição contribuiu consideravelmente para a redução do número de fumantes em nosso país. Eis aí a comprovação inequívoca do poder da propaganda (para mim).

Então me pergunto mais uma vez: o que de tão nefasto pode haver por trás de uma propaganda voltada ao público infantil?

O que mais se busca combater, com a regulamentação de tais propagandas, é a transformação de nossos lindos filhos em consumidores vorazes, inconsequentes e frustrados. Mas as agências, replicam: é responsabilidade dos pais dar limites a seus filhos, ensiná-los a fazer uma leitura crítica de anúncios publicitários e fazê-los entender que nem sempre se pode ter tudo o que se quer.

[Também era responsabilidade dos pais ensinar aos filhos que fumar faz mal à saúde. Ou  pior: era esperado que adultos (fumantes) tivessem este discernimento.]

Os pais têm incontáveis responsabilidades em relação a seus filhos, é verdade. Inclusive as atribuídas pelas agências publicitárias. Os pais devem, sim, limitar o acesso à televisão, educar para um consumo consciente, fomentar o pensamento crítico. Para a vida. Mas não devem simplesmente falar, devem dar o exemplo, devem ser consistentes e coerentes.

E é neste ponto que faço meu mea culpa, e mudo o foco da discussão para falar um pouco da minha experiência pessoal.

Quando Lipe nasceu, nossa situação financeira era limitadíssima! Nunca lhe faltou nada de essencial, e ele, como nós, tinha tudo o que precisava para ter uma vida digna e feliz.

E foi assim em seus primeiros dois anos de vida.

Com nossas aprovações nos concursos públicos que almejávamos, nossa situação financeira melhorou.

E os primeiros anos que se sucederam foram de muitas viagens, curtição... e consumo. De todos nós.

Lipe começou a gostar de dinossauro. Logo que descobria na TV um modelo novo, este passava a fazer parte do seu acervo pessoal. Fosse pelas nossas mãos, ou pelas da tia, ou pelas da avó, ou pelas do avô...

Foi assim com Max Steel, com Gormits, com Bakugans, com Hot Wheels, com os livros do Zac Power... Bastava aparecer uma novidade na telinha e ele já estava se articulando para saber quem lhe daria o mimo.

Neste caso, fomos diretamente responsáveis por seu consumo exacerbado por algum tempo. Fomos vítimas da propaganda juntamente com ele. Fomos vítimas de um sentimento, talvez velado, de tentativa de compensação do tempo passado em que não podíamos lhe dar tudo o que queríamos.

Até nos atentarmos para o mal que estávamos lhe causando.

Me lembro que ele começou a gostar de beyblade por influência dos amigos da escola justamente na época em que nos dispusemos a tentar reverter a situação criada por nós mesmos. Queria, por que queria, o dito cujo. Conversamos que não poderia ter o brinquedo naquele momento, que não precisamos ter tudo que nossos amigos têm, que ele poderia se divertir brincando com os beyblades dos amigos, ou brincando de outra coisa qualquer e mais um sem-número de argumentos que não lembro agora. 

Me lembro como hoje de como fiquei com o coração partido ao chegar na escola e vê-lo olhando, com os olhinhos de pidão, os colegas brincando de beyblade, e mendigando um minutinho de empréstimo do brinquedo.

E de como ficamos orgulhosos, eu e Samir, de ter sido firmes naquele momento, e não ter dado o brinquedo, mesmo que nosso coração praticamente nos arrastasse para uma loja de brinquedos.

E temos tentando, nem sempre com sucesso, continuar fazendo isso por aqui. Tentar frear o consumo. Tentar dar-lhe tempo para desejar muito algo antes de tê-lo, tentar mostrar que as pessoas são diferentes, têm necessidades diferentes, têm realidades diferentes e que a felicidade delas não está nos bens que podem consumir.

No nosso caso, tivemos tempo para mudar os paradigmas, para fomentar uma leitura crítica das propagandas, para tentar conter seu instinto consumista.

Mas, infelizmente, nem sempre é assim. Nem sempre os pais têm tempo e discernimento para auxiliar seus filhos. E se isso é uma realidade, e a propaganda pode incutir subliminarmente na cabeça de nossas crianças a sensação de que a aquisição de determinado bem estará associada a sentimentos de inclusão social, poder, importância, beleza, ou seja lá o que for (podendo, portanto, outro lado, gerar frustração àquelas crianças de condições financeiras menos favorecidas), penso, sim, que a regulamentação é uma necessidade premente, como forma de proteção das nossas crianças, adultos de amanhã, da mesma forma que outrora se buscou proteger os pulmões de tantos cidadãos fumantes.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A cabeceira é o limite

 

Mateus às 20h, do dia 09/04/12:

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Mateus às 02:40h, do dia 10/04/12:

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Dois Meses e Duas Teorias de Botequim

Mateus completou 2 meses no dia 25 de março, domingo. 

Fizemos o tradicional bolinho para receber os amigos e celebrar a passagem de mais um mês de vida. Um mês mais tranquilo, com menos choro e mais sorrisos.

Sim, ele está sorrindo. Voluntariamente. E frequentemente! E como fica ainda mais lindo quando sorri. O sorrisinho banguela mais lindo do mundo!

Sua rotina está melhor estruturada. Dorme muito pouco durante o dia, mas à noite só acorda uma vez para mamar, por volta de 2, 3 horas da manhã e, normalmente dorme de novo, acordando definitivamente perto das 6h.

Como sua pediatra estava de férias, a consulta de 2 meses será amanhã, quando estará com 2 meses e 10 dias, e quando saberemos seu peso e estatura.

Tem percebido móbiles e brinquedos, que o entretêm por certo tempo, mas muito menos que as caras e bocas da mamãe aqui. Sem dúvida, é com as minhas brincadeiras que ele se diverte mais, parecendo, de vez em quando, que vai ficar sem ar de tanto rir.

Agora curte tanto o banho de banheira como o de balde. Está bem mais ativo, se movimentando bastante no berço, e também no colo.

Tenho posto em prática o conselho da minha amiga Lú, sobre o qual falei aqui, e, oferecido o peito em intervalos de tempo mais curtos, e, depois da adoção da teoria de botequim do "Chorou, peito", a sua (e a minha também) qualidade de vida melhorou muito. Agora ele só chora mais ostensivamente quando está com sono.

E é sobre o sono a segunda teoria de botequim.

Como havia dito no começo, ele dorme muito pouco durante o dia. Adormece no colo e quando o colocamos no berço, acorda, normalmente, chorando.

Antes, para evitar o choro, e deixá-lo descansar, acabávamos ficando com ele no colo por muito tempo para que ele pudesse dormir. Mas mudei de estratégia. Nada contra o colo. Sempre o ofereço quando ele pede; seja com uma manha, com um chorinho, com um olhar... Mas, assim que adormece, o coloco no berço. Daí o nome da minha teoria: "Dormiu, berço". O que quero que ele entenda é que o colo está disponível para acalentá-lo, confortá-lo, mas que lugar de dormir é no berço. Se acorda, imediatamente o pego de novo e recomeço todo o processo. Às vezes é super cansativo, porque ele acorda chorando e temos que acalmá-lo, o que leva tempo. Mas todo aprendizado demanda tempo. E tempo para uma mãe de 3 é um bem precioso. Já que ele está dormindo, e não tem qualquer restrição ao berço (já que à noite dorme no berço sem problemas), acho justo aproveitar este tempo para dar um pouco de atenção a meus filhotes mais velhos.

Logo, logo, ele aprende.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Menina que é menina gosta de princesa

Todos sabem que Leti não se interessa muito por brinquedos. Já melhorou muito, é verdade. Mas nada comparado ao interesse das crianças típicas, que podem ficar brincando por horas, com um brilho nos olhos de contagiar quem passe por quilômetros de distância.

Mas ultimamente ele tem demonstrado um interesse por princesas.

Acho que tudo começou com a série O Pequeno Príncipe, da Discovery Kids. Ela sempre pedia para ver o Pequeno "Píncipe", e, quando assistíamos, eu dizia que Teteu era o pequeno príncipe da casa e ela, a pequena princesa.

Ela assimilou fácil e sempre que eu perguntava quem era o pequeno príncipe, ela respondia que era Teteu, e quando perguntava pela pequena princesa, ela dizia que era Leti.

Para manter uma tiara na cabeça, bastava eu dizer que era a coroa da princesa, que ela, além de deixar (por alguns segundos), ia ao espelho, toda prosa, ficar se admirando...

Na semana passada, levei-a ao shopping, para comprar um crocs, e estava louca para trazer um do ursinho Pooh, que achei lindo. Quando avistei um de princesa, resolvi deixar a decisão por conta dela. Ao mostrar-lhe os dois, e perguntar qual preferia, ela não pestanejou e respondeu imediatamente: de pincesa!

Apesar de ter gostado mais do outro, saí do shopping transbordando de felicidade por ter comprado para minha pequena algo (diferente de comida) que ela mesma escolheu.

E não é que o interesse por princesas alcançou os brinquedos? Arrumando, finalmente, o seu quarto, cujo armário foi concluído também na semana passada, coloquei, como havia planejado, num lugar de destaque, o castelo que trouxe da Disney e todas as princesinhas que o acompanham.

Ele ficou toda eufórica de ver tudo arrumadinho e logo quis brincar com a Bela e a Fera. Do jeito dela, mas brincou. E eu, brinquei junto.

O tema da festinha dela de 4 anos já está escolhido!





segunda-feira, 2 de abril de 2012

O que eu queria que seu filho soubesse sobre Leti

Desde que li um post no blog lagarta vira pupa, por indicação da minha amiga-mãe-especial Vaneska, do maternidade especial, venho pensando sobre o que eu gostaria que os pais ensinassem a seus filhos sobre a criança especial que a minha filha é.

Queria que seus pais lhes dissessem que o fato de Leti não as olhar nos olhos ou não atender quando falam com ela não significa que ela seja mal educada ou que não escute bem, mas que ela é diferente, e precisa de um pouco mais de tempo para se sentir à vontade para olhar o outro nos olhos.

Queria que elas soubessem que Leti tem um tempo que é dela e que, neste tempo, ela tem capacidade de aprender muitas coisas e estabelecer um processo de interação, por isso, se elas tiverem um pouquinho de paciência para ouvi-la, ou para aguardar uma resposta, poderão se surpreender e, ainda, ganhar de bônus momentos divertidos, regados a boas cantigas de roda.

Também acharia importante que soubessem que quando Leti se balança para frente e para trás não está dançando, está entediada ou aborrecida com algo, e ficaria muito feliz se alguém se dispusesse a acompanhá-la em algo que a agrade.

Por fim, queria que elas soubessem que Leti se interessa por frascos de perfumes e remédios da mesma forma que elas - crianças - gostam de seus brinquedos, mas que isso não impede que elas possam brincar juntas.




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