No sentido literal e simbólico.
Num avião, ela voou para São Paulo, acompanhada de seus colegas, da equipe da sua escola e da representante da agência que, a cada dois anos, leva grupos para o Sítio do Carroção, na cidade de Tatuí.
Mas foi em terra firme que ela deu seus voos mais altos!
Ela, que em sua própria cidade não se permite dormir fora de casa, topou encarar a viagem de encerramento de um ciclo junto com sua turma, passar 3 dias e 2 noites longe da família, e se aventurar numa experiência completamente desconhecida.
No início, seu estímulo era apenas ter o lanchinho da madrugada, mas aos poucos ela foi se dando conta de que o que estava por vir era dotado de uma dimensão absurdamente maior e, ainda assim, mantinha-se firme no propósito de aventurar-se.
Era um sonho! A princípio, meu. Desde que soube da existência da viagem, alimentava o desejo de poder proporcionar-lhe este momento, mas sem saber se seria possível. Em seguida, da sua pró e sua monitora, que desde o início do ano evidenciavam o compromisso de tentar realizar este sonho junto comigo. Depois dela que, sabendo do passeio, começou a cogitar a possibilidade de participar. Por último, da equipe da escola e da agência de turismo, que não mediram esforços para propiciar, da melhor forma possível, esta experiência para minha pequena e, por tabela, para nós da sua família.
Pagamento efetuado, autorização de viagem expedida, enxoval organizado, foi hora de arrumar as malas e se preparar para voar!
O acolhimento e carinho de todo grupo (no qual incluo equipe da escola, crianças e seus pais) conosco foi amplamente demonstrado desde que noticiamos a ida de Leti ao Carroção. Eu sentia no olhar e no campo energético tanta vibração positiva que, em momento algum, pensei que algo pudesse dar errado. Como - efetivamente - não deu!
Seria uma experiência inédita para muitos envolvidos, mas todos esbanjavam motivação e disposição para fazer com que tudo desse certo.
E foi tudo lindo!
Minha princesa acompanhou seu grupo, participou de atividades adequadas a seus interesses e respeitantes a suas limitações, bem como experimentou encarar alguns desafios.
Todos foram muito cuidadosos para incluí-la nas atividades do grupo na medida do seu possível, mas possibilitando-a também as pausas necessárias para sua organização sensorial.
E mesmo que ela não tenha participado de todas as SENSACIONAIS atividades oferecida pelo Sítio, só por se permitir estar lá, sendo acolhida com carinho e respeito por todos, compartilhando dias e experiências com pessoas que fazem parte da sua vida e do seu processo de desenvolvimento, já a sinto empoderada, por se ver capaz de romper barreiras que antes poderiam limitar sua forma de viver a vida.
E isso é tão grandioso, tão emocionante!
Mesmo com todo o ambiente preparado para que tudo desse certo, para que o sucesso do passeio fosse completo havia uma parcela de contribuição que só dependia dela. Do seu engajamento, do seu desejo, da sua participação. E ela fez a parte dela!
Encarou a ponte balançante e o teleférico, atividades que normalmente lhe causariam muito temor, observou a balada de perto, mesmo com o desconforto do som alto, acompanhou os colegas na piscina, na visita à ossada do dinossauro e nas refeições, separou-se do grupo em alguns momentos para descansar, surpreendeu ao demonstrar assenhoramento de sua rotina e de regras de convivência em grupo e ao lançar tiradas divertidas e contextualizadas.
Ela viveu uma experiência única que, sem dúvida, ficará guardada em sua memória e deixará marcas que ainda não podemos dimensionar.
E eu reafirmei a certeza de que preciso continuar apostando na minha princesa que, sempre cercada por pessoas que trabalham com amor, com certeza cada dia alçará voos mais altos.
A cada pessoa envolvida na realização deste sonho, segue o meu grande, profundo e emocionado agradecimento.