sábado, 24 de março de 2018

Cada macaco no seu galho e todos os galhos numa só árvore: falando sobre parcerias...

As aulas dos pequenos começaram há pouco mais de um mês e, nas últimas duas semanas, foi tempo de ter o feedback da escola sobre o processo diagnóstico realizado até então.
 
Ao longo deste tempo, Leti e Mateus puderam ser observados pelas respectivas professoras e eu tive a oportunidade de participar de uma reunião geral com a professora regente e a coordenação da turma de cada, de outra com os professores especialistas (arte/música/teatro/biblioteca/produção de textos/inglês) de ambos, como também de reuniões individuais, para tratar de pontos específicos de cada um deles.
 
Embora Mateus e Leti estejam numa fase similar, preliminar à etapa de alfabetização, o foco e a preocupação em relação a cada um deles é diferente.
 
Confesso que estava um pouco angustiada em relação ao processo de Mateus frente à alfabetização. Vinha notando sua pequeníssima consciência fonológica, que atrapalhava seu avanço no processo de decodificação de fonemas, de junção das letras e de identificação de rimas, além da sua resistência diante das dificuldades.
 
Com Leti, apesar da constante expectativa em relação à alfabetização, me interessava saber como as disciplinas que se relacionam ao conhecimento de mundo (ciências, história e geografia) vinham sendo trabalhadas, já que as atividades de casa quase sempre estavam adstritas às disciplinas de português e matemática.
 
Na semana passada tive a oportunidade de acalmar meu coração, esclarecer minhas dúvidas e me preparar emocionalmente para ajudar meus filhos nas suas necessidades.
 
Conversando com a professora de Mateus e com a diretora pedagógica da escola, compartilhamos nossas impressões sobre seu estágio atual e dialogamos em busca estratégias para ajudá-lo.
 
Depois de chegarmos a um consenso sobre as dificuldades de Teu a serem trabalhadas, a primeira pergunta que a diretora me fez foi se eu me sentia apta a acompanhá-lo neste processo; queria saber sobre minha disponibilidade de tempo e minha serenidade para fazer as mediações necessárias.
 
Disse-lhe que, apesar de me sentir uma pilha de ansiedade por dentro, curiosamente, nos momentos em que me sentava ao seu lado para ajudar com as atividades de casa, conseguia manter a tranquilidade para ajudá-lo sem impor qualquer tipo de stress.
 
Depois de definirmos que não teríamos uma terceira pessoa em casa ajudando meu filhote, foi hora de definir nossas estratégias.
 
A diretora meu deu um módulo da escola do ano anterior ao seu (grupo 5), e que eles trabalharam apenas em classe em todo o ano de 2017, e combinamos que, em paralelo com as atividades de casa, eu faria atividades do módulo com ele, para reforçar competências trabalhadas no ano passado.
 
As duas me orientaram à forma de trabalhar com ele as atividades de língua portuguesa, associando letras aos nomes dos colegas de classe, exigindo um pouco mais dos fonemas com os quais está mais familiarizado, e ajudando-o a avançar, tirando-o da zona de conforto, sem exigir mais do que é possível para não desmotivá-lo. 
 
Falei que venho tentando trabalhar a questão fonética com ele, exagerando o som das letras: o ssssssssssssssss (S) da cobra; o vrrrrrrr  do R vibrante; o fffffffff (sopro) do F, para que ela possa construir seu repertório.
 
Fechamos a reunião com o compromisso da diretora chamá-lo para uma "avaliação" individual em sua sala, na qual ela poderia se certificar do seu estágio atual no processo de letramento, a qual seria repetida um mês depois, para verificação dos avanços, depois das intervenções feitas em casa por mim e em sala por sua professora.
 
Saí da reunião extremamente mais leve. Compartilhar minhas preocupações e ter o suporte tranquilo da escola tirou um peso gigante das minhas costas.
 
E, curiosamente, no dia seguinte à conversa, e em toda a semana que se seguiu, Teu, como se sob efeito de mágica, começou a juntar letras e formar sílabas para escrever e ler palavras, e a se mostrar mais tranquilo em relação a suas dificuldades, iniciando um novo capítulo na sua história escolar, o que me fez pensar se toda a carga eu carregava por dentro, tentando esconder dele, não o estava prejudicando...
 
O fato é que ele teve um avanço significativo nos últimos dias o que tem me deixado muito otimista, feliz e revigorada para seguir ajudando-o.
 
Em relação a Leti, minha maior preocupação era a forma de abordagem dos outros conteúdos, já que vinha notando um enfoque maior às disciplinas português e matemática.
 
Quanto a estas duas disciplinas, noto que Leti tem uma resistência absurda às atividades de matemática e uma dificuldade - desacompanhada de resistência - às de português.
 
Muito cheia de dedos, por medo de interferir nos conteúdos trabalhados pela escola, eu tentava sugerir que se trabalhasse menos matemática com minha pequena e se priorizasse português, ante sua inegável importância, e as disciplinas de conhecimento de mundo.
 
A coordenadora e a professora, que estavam na reunião, foram muito receptivas!
 
Fiquei impressionada com a empolgação da professora, que antes do início do ano eu não conhecia, e feliz por perceber sua motivação ao falar de Leti.
 
Ela relatava, com um brilho nos olhos, o movimento de Leti em sala, suas estratégias para abordagem dos conteúdos de ciências e história com ela e para inclui-la na dinâmica da turma, e questionava minha disponibilidade para fazer o acompanhamento em casa, explicando que aguardava nosso encontro para se organizar em relação às atividades de casa.
 
Depois de muita conversa, acertamos que o foco a matemática seria reduzido, e fizemos uns combinados, com a intenção de aproximar o máximo possível as atividades feitas por Leti com o conteúdo trabalhado pela turma.
 
Os textos trabalhados dentro do conteúdo de gêneros textuais seriam enviados para leitura em casa, e as questões de interpretação seriam adaptadas de acordo com a capacidade cognitiva de Leti; ela ficou de procurar alternativas mais lúdicas de trabalho com o conteúdo, comprometendo-se a me enviar links de vídeos correlatos aos temas trabalhados que conseguisse encontrar; ela ficou de apresentar o projeto trabalhado com a turma neste semestre, para que pudéssemos, juntas, pensar em outras alternativas de abordagem; me comprometi a ler com Leti os livros paradidáticos em casa, para que no momento da leitura compartilhada pela turma ela já esteja apropriada da estória...
 
Como resultado da conversa já tivemos duas experiências gostosas em casa: a leitura do texto Pedro Malasartes, que divertiu muito a minha pequena, aproximando-a dos contos de artimanha; e a sessão cineminha com os vídeos da chegada dos portugueses ao Brasil.
 
Sem sentir, ela estudou o conteúdo da sua turma, proporcionando, de quebra, um momento de deleite para nós duas.
 
Analisando esse início de ano letivo, sinto-me plenamente feliz ao perceber que, com mais tranquilidade, estou pronta para ajudar meus pequenos em casa, desempenhando o papel que cabe à família, e ainda mais segura por perceber que a escola está atenta e empenhada a exercer o seu papel, proporcionando a meus filhos muito mais que conhecimento, mas um ambiente instigante e motivador para o aprendizado, cognitivo e emocional.
 
E que 2018 nos traga excelentes resultados!
 
ajudando a montar o sistema solar


apresentando sua caravela
 
 
 
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