quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Família Cresceu!

Há muito tempo Lipe me pedia um cachorro. Eu, que nunca fui uma dog-lover, lhe garanti que quando o pai chegasse em Salvador implementaríamos o projeto, já que ele assumiria os cuidados que eu não estava disposta a assumir.
 
Obviamente, logo depois do encerramento das comemorações pela chegada de Samir ao lar, Lipe veio cobrar a promessa. E eu, como mulher de palavra que sou, cumpri o prometido: dei o sinal verde.
 
Coincidentemente, uma pessoa próxima tinha uns filhotes de shitzu nascidos há apenas 30 dias. Justamente a raça desejada pelo meu primogênito.
 
Fechamos negócio, escolhemos nossa filhote e aguardamos mais 15 dias para a pequerrucha poder vir a nossa casa um pouco mais independente.
 
Ela chegou no último sábado! Lola, nascida em 05 de junho, vem para completar a nossa família e mudar meus paradigmas em relação a pets.
 
Eu jurava que seria indiferente a sua chegada mas já estou toda derretida com minha bolinha peluda e me vendo louca para cuidar, educar e dengar.
 
Minha maior preocupação é ensiná-la a fazer as necessidades fisiológicas no lugar certo. Se conseguirmos isso, para mim já terá dado certo.
 
As crianças estão em êxtase! Lipe, super cuidado e carinhoso, tem cumprido a palavra de ajudar nos cuidados, limpando cacas, auxiliando na atividade de educar e enchendo-a de mimos. Mateus está radiante! Na segunda feira, quando fomos para a escola (e a secretária ainda não havia chegado em casa), resistiu a sair de casa ao ver a expressão de tristeza de Lola, na varanda. Tive que pegá-lo no colo e, ainda assim, foi chorando, aos soluços, até o meio do caminho, reclamando por tê-la deixado sozinha, alegando que ela ficaria com saudades dele. Quando ela faz xixi ou cocô no lugar errado e a levo para o lugar certo, deixando-a lá por uns segundos (por orientação da veterinária, para ensiná-la o lugar certo), ele chora e briga comigo pedindo para tirá-la do "castigo". Está declaradamente apaixonado! Leti no primeiro dia estava indiferente. Eu confesso que cedi ao cachorro por causa dela. Mesmo tendo consciência que seria bom para os três, tenho a sensação que, para ela, terá um significado especial. Ontem começou a mudar. Antes de ir para a escola, se divertia com Lola correndo atrás dela, tentando mordiscar seu pé. Ela corria rindo deliciosamente. E no caminho para a escola sempre mencionava seu nome.
 
E eu, que deveria ter aproveitado a chegada do marido em Salvador para deixar a minha vida mais tranquila, sigo agora com outra atribuição, cuidar da nova caçulinha da família...
 

 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Viajando para o Exterior com uma Filha com Deficiência

Grande expectativa criamos em torno da viagem com as crianças para a Europa. Eu tinha tentado convencer o marido a levar os pequerruchos no ano passado, mas ele que acabou me convencendo que precisaríamos conhecer o velho mundo primeiro para depois levar a cria.
 
Quando voltamos de Buenos Aires, em dezembro passado, e percebemos que a viagem com Leti era possível (porque, sim, esta era a nossa maior preocupação), finalmente batemos o martelo e decidimos que havia chegado a hora.
 
Mas esta viagem foi diferente!
 
Desta vez fomos somente nós cinco. Embora o cuidado dos pequenos na terra do doce de leite tivesse ficado sob nosso encargo, vez por outra podíamos contar com o apoio da grande família que foi junto, o que acaba fazendo uma diferença.
 
No final do ano foi fácil entreter Leti nas paradas técnicas do passeio, quando ela estava acordada. Ela estava numa fase muito artística! Canetinhas, quadros e papéis deixaram-na envolvida praticamente em todos os momentos que precisamos. Levamos um DVD portátil mas só o utilizamos no penúltimo dia da viagem.
 
Com o apoio de cadeira de rodas, os passeios longos ficaram mais aprazíveis para ela e a resistência reduziu. Resultado: ela pôde aproveitar muito mais!
 
Voltamos felizes por perceber que ela havia aproveitado a viagem, tanto quanto os irmãos, e esta felicidade nos motivou a programar a viagem para a Europa.
 
Mas na Europa foi diferente!
 
Sua veia artística sofreu uma mutação, e as produções antes elaboradas com lápis, gizes e canetas passaram a ser feitas com saliva. E não mais em papel, mas, principalmente, em tecidos. De lençóis, toalhas, roupas. Próprias ou alheias. Lidar com isso normalmente já não é fácil! Numa fila de parque, quando o alvo é um desconhecido que está à nossa frente, fica muito pior.
 
Este movimento de Leti se intensificou muito na viagem. E foi, de fato, um transtorno que demandou um grande desgaste físico e emocional de todos.
 
A senti mais resistente na primeira etapa da viagem que nas demais (Disneyland Paris).
 
Não sei se por conta da adaptação ao fuso e à viagem em si, ou se pelo excesso de estímulo nos parques. Mas o fato é que ela sempre pedia para não ir ao parque.
 
Como não havia como não ir ao parque, porque a primeira etapa da viagem resumia-se aos parques, tentávamos modelar a viagem de modo que ficasse mais leve para ela. Ela só brincou nos brinquedos que quis, fez pausas regulares para descanso, pôde dormir no hotel todas as tardes. As pausas para as refeições com os personagens também foram momentos que ela curtiu muito!
 
Nosso grande desafio foi conseguir que ela se divertisse nos parques mesmo sem qualquer esforço dela neste sentido.
 
Em Londres e Paris a senti mais leve, feliz! Mas a questão com a saliva continuava na mesma proporção.
 
Como Mateus ficou num grude enorme comigo e ela sempre preferia ficar com Samir, com ele acabou ficando a maior responsabilidade em relação aos seus cuidados, o que o sobrecarregou um pouco e testou os seus limites. Afinal ninguém é de ferro!
 
A impressão final é que a viagem foi mais difícil que a ocorrida quatro meses antes; mais cansativa, mas, ainda assim, proveitosa. O cansaço foi contornado e o resultado final para todos nós foi de felicidade. É claro que uns sempre aproveitam mais que outros. Tanto no global, como no específico. Mas o mais importante é que o saldo seja positivo, como efetivamente foi.
 
Leti curtiu muito o Hyde Park em Londres, o Parque da Peppa, a seção interativa do Museu de Ciências, a parte final do Studio de Harry Potter, o Museu das Armas, os jardins de Paris, a Torre Eiffel... Tivemos oportunidade de estar mais próximos, tomando conta uns dos outros, lidando com as dificuldades, usufruindo mais da alegria de estarmos juntos.
 
Tenho certeza que, com a memória de elefante que minha pequena  tem, guardará estas lembranças por toda a vida!
 
E agora nos preparamos para outro projeto: Disney propriamente dita.
 
A viagem estava nos nossos planos para o verão de 2016, mas há duas semanas mudamos de ideia para acompanhar a programação da minha irmã, que vai no final de novembro. Achamos que seria muito melhor, principalmente para Mateus, fazer a viagem juntos, já que ele e Lucas, o caçula da minha irmã, têm uma relação de amor recíproco que se confunde com uma relação de irmãos.
 
Seria um desperdício deixá-los viajar separados por um intervalo curto de tempo!
 
Mas depois da decisão veio a preocupação: como Leti se comportará na viagem? Vai aproveitar?
 
Fiquei mais preocupada por constatar que a parte que ela menos curtiu da viagem para a Europa foi justamente a Disneyland Paris.
 
Por sugestão de uma amiga, depois de compartilhar minhas impressões sobre Leti na Europa, eu tinha intenção de ir à Disney no verão, para podermos ir a parques aquáticos, programa que acho que ela curtiria muito. Mas a viagem será no finalzinho do outono...
 
Serão 9 dias de viagens, 7 dos quais dentro dos parques. Confesso que estou preocupadíssima!
 
Estou num processo artesanal de montagem da programação, para que todos possam aproveitar a viagem, e buscando todas as informações possíveis para facilitar nossa permanência na terra do Tio Sam.
 
Já agendei as refeições que foram sucesso em Paris, tenho procurado informações sobre acessibilidade e benefícios a pessoas com deficiência nos parques, tenho lido relatos de famílias especiais.
 
Mas, sinceramente, ainda  não consegui me ver em nenhum dos relatos que li, já que todos compartilham experiências sobre as dificuldades motoras, cognitivas ou sensoriais de seus filhos.
 
Para mim, o maior problema é que Leti não gosta de brincar. E gostar de brincar seria quase 100% de garantia de sucesso de felicidade na Disney.
 
A meu favor tenho a sua paixão pelo mundo da fantasia, o interesse por espetáculos de palco (que são muitos lá) e a confiança que sei que ela tem de sermos o seu porto seguro. Além disso, a experiência mostra que ela sempre aproveita muito as viagens de férias que fazemos no fim do ano, o que pude relembrar lendo os posts das viagens de Buenos Aires e Gramado, em 2014 e 2013, respectivamente.
 
De qualquer forma, tenho ainda 4 meses pela frente para me informar, prepará-la e buscar estratégias para que esta viagem seja uma viagem de sonho para todos nós.
 
Até lá estou aberta a sugestões de quem quer que tenha alguma ideia a nos dar.
 
Leti na Disney em 2011
 
 
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