sábado, 22 de setembro de 2018

Com as Crianças no Museu: Inhotim

Fomos no último feriado comemorar o aniversário da matriarca da família em Minas Gerais e aproveitamos para dar uma esticadinha em Brumadinho, para visitar Inhotim.

Conhecer Inhotim era um sonho antigo e quando minha mãe disse que pretendia fazer esta viagem em família, logo sugeri o destino, que foi aceito sem resistência, mas também sem conhecimento do que se tratava, o que aumentou minha responsabilidade de tornar o passeio agradável, tanto para ela, que não tem o hábito de visitar museus, como para as crianças do grupo, que precisavam estar motivadas para aguentar ficar um dia inteiro no Instituto.

Depois de muita pesquisa no site de Inhotim e em blogs de viagem, montei um roteiro para otimizar a visita, já que, ante a extensão do parque onde está localizado, é impossível visitar tudo em um só dia. Delimitadas as atrações que visitaríamos, e traçado o roteiro, considerando a localização das obras e a necessidade de estar próximo ao restaurante na hora do almoço, fiz um livrinho de direcionamento para os adultos e, a partir dele, um livro de atividades para as crianças, como o que fiz na viagem de Foz do Iguaçu.

A ideia era dar um pouco de informação e envolvê-las na visita, tornando-a ainda mais prazerosa. E posso dizer, sem falsa modéstia, que deu super certo! (Desta vez não fiz para Leti, porque ela não se interessou da outra vez, fiz apenas para Teu e meus afilhados, filhos da minha irmã.)

A visita a Inhotim virou uma grande brincadeira de escola, na qual eu me transformei na Pró Jana e eles, nos meus alunos super dedicados!

E nesse clima de brincadeira, transformamos a visita a Inhotim num momento muito prazeroso!

O ponto de partida para a programação foi a sugestão do próprio site do Instituto sobre as cinco obras para visitar com as crianças (link aqui). Mas, das 5 obras sugeridas, uma estava em manutenção (A Origem da Obra de Arte), uma as crianças não se interessaram nada para visitar (Continente/Nuvem) e, das que sobraram, duas delas foram aproveitadas à exaustão: a Galeria Cosmococa (eleita a preferida) e a Piscina.

Começamos a visita pelos painéis de John Ahearn: Rodoviária e Abre Porta. Ali do lado, estavam estacionados os Fuscas, de Jarbas Lopes, que renderam uma boa diversão, com seu quê de quebra cabeça e com seus divertidos (e sem sentido rs) palíndromos.











De lá, seguimos para a Galeria Cosmococa, de Hélio Oiticica. Difícil foi conseguir tirar as crianças de lá. Minha mãe aproveitou para descansar numa rede, enquanto nos esbaldávamos nas salas escuras (= fotos péssimas), pulando, correndo, brincando com balões... Só não tivemos coragem de encarar a piscina gelada naquele ambiente fechado.


A obra a ser visitada a seguir foi Beam Drop, de Chris Burden. Como eu tinha lido sobre a possibilidade de fazer som nas vigas, pedi para as crianças para pegarem uma pedra na parada do ônibus, para fazermos uma experiência.

Ao chegarmos lá, ficamos uns bons momentos experimentando bater com as pedras nas vigas e nos impressionando com os diferentes sons. Recomendo a experiência! Em algumas, a produção de eco era tão forte que nos hipnotizava... Contei a história da obra para as crianças, que escutaram atentos e com bastante interesse, e depois propus uma releitura.

 


De lá fomos para a piscina. O dia estava bem quente e convidativo. Em relação a esta obra, pelo que tinha lido, achei que fosse algo mais atrativo. Li que eles disponibilizavam toalhas e, por isso, não levamos. Mas não tinha toalha para empréstimo. Ao lado da obra, que simula uma antiga agenda telefônica, objeto em extinção, fica um funcionário limitando o acesso das crianças (não sei se com adultos seria assim também) apenas aos degraus da piscina, desde que  acompanhadas por um adulto (esta exigência até achei razoável). A possibilidade do "test drive", portanto, não me pareceu uma opção de lazer no parque, uma vez que as crianças não puderam nadar pela piscina, mesmo com a companhia do pai, mas uma oportunidade de entrar na obra. Mas as crianças se divertiram na água gelada, secaram ao sol e deu tudo certo!

 
De lá, passamos na Galeria de Adriana Varejão e seguimos para uma paradinha gastronômica. Como parte dos rapazes optou por almoçar hambúrguer, paramos próximo à Máquina de Ver, pedimos o lanche deles e, enquanto esperavam, a outra parte seguiu ao restaurante.
 
 
 
Almoçamos no Restaurante Oiticica, com buffett a quilo. O restaurante é grande, estava cheio, mas funciona direitinho. Tinha opção para todos os paladares.

De lá, paramos num dos cartões postais de Inhotim: Magic Square, de Hélio Oiticica.


Este foi o grande momento de desaceleração da visita. Mommy cochilou na grama, Leti ouviu estórias de mim e da titia, e os meninos... bem, os meninos pararam poucos minutos para a atividade da obra, e depois se esbaldaram naquele lugar lindo. Depois de explorar cada cantinho, foi hora da super-hiper-mega-divertida brincadeira de esconde-esconde. Parei de cansaço!


 


 

 
Ficamos um bom tempo lagarteando por ali, o que acabou comprometendo a parte final da nossa programação. Mas achamos mais importante aproveitar aquele momento que ficarmos rígidos ao roteiro sem a certeza de que proporcionaria a mesma alegria aos pequenos.
 
Dali, já no avançar da tarde, passamos para visitar as estátuas de bronze (esquecemos de fotografar) antes de seguir para a obra Continente, que não atraiu o interesse das crianças.
 
Finalizamos nosso tour nas obras de Cildo Meireles: Desvio para o Vermelho e Através. O cansaço das crianças, já perto da hora do fechamento do Instituto, não lhes retirou o bom humor, o que fica evidenciado na foto abaixo.

 
 
Quando tentamos visitar o Jardim de Narciso, já passava das 17h30 e nos barraram.
 
Deixamos de visitas ele e mais 3 obras que estavam na programação, mesmo chegando na hora de abertura do Instituto e saindo na hora do fechamento.
 
Finalizada a visita, pudemos perceber o contentamento de todos pela oportunidade de conhecer aquele lugar tão lindo, com um acervo maravilhoso de arte contemporânea à altura de suas belezas naturais.. Foi um dia para guardar na memória!
 
 
 
Algumas informações de ordem prática (considerando a visita ocorrida em setembro/2018):
 
Ingressos: 44,00 inteira (Leti e o acompanhante pagaram meia)
Transporte (aqueles carros de golf) para circular pelo parque: 30,00 por pessoa (Leti não pagou). Pra nós, que teríamos só um dia para a visita, e estávamos com crianças e idosos foi imprescindível, mas muita gente fez o percurso a pé.
Horário de Funcionamento: De 9h30 a 17h30
Distância de Belo Horizonte: 60km. Muita gente faz bate-volta, mas optamos por nos hospedar no Hotel Fazenda Horizonte Belo e foi delicioso!
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