sábado, 23 de fevereiro de 2013

Identidade e Desapego

Acabamos de voltar do evento de lançamento do projeto pedagógico do primeiro semestre da escola de Leti (sei que estou devendo um post sobre nossa decisão acerca da escola, mas voltei tão entusiamada que quis escrever logo sobre o evento).

O nome do projeto é Gira Corpo, Vira Mundo.

Foi pedido que as crianças levassem para a Praça Flora, praça adotada pela escola, uma mala contendo objetos que falassem sobre sua identidade, para que lá partissem para uma grande viagem.

Confesso que fiquei meio sem saber o que pôr na mala e, antes de sairmos, junto com Leti, fui recolhendo alguns objetos que falassem um pouco da minha pequena, mostrando-a, explicando o por quê de cada um, e guardando-os na mala (uma mochila de Lipe).

O grupo Cadeira de Brim acolheu as famílias na chegada e ficou responsável pela trilha sonora que direcionou as propostas do evento.

Depois de ouvir um animado Carimbador Maluco, de Raul, fomos convidados a pegar nossas malas e iniciar nossa viagem, ao som da música Fui de Visita a Minha Tia a Marrocos, adaptada. Não conhecia a música, e adorei! Animadíssima, interativa, contagiante! Demos voltas pela praça, levando nossas malas, cantando a música, e fazendo os movimentos e os sons que os músicos pediam. Delicioso!

Terminada a música, foi hora de abrir nossas malas, para expor nossos objetos, e explorar as malas dos colegas. Malas abertas por toda a praça, o clima era de curiosidade e êxtase! Leti se divertiu com uma Mônica dançante, com livrinhos, com um cavalo do Toy Store, quis partilhar o piano de uma colega...

Foi um momento gostoso, principalmente por perceber o interesse da minha princesa.

Depois, foi proposto que fossem formados 4 subgrupos para que, em grupos menores, as crianças tivessem mais oportunidade de conhecer a mala do outro e de criar oportunidades maiores de interação. Nosso grupo foi intermediado por Marcele (atual pró de Leti) e Wendy, sua antiga pró. Sentamos ao lado de Darcy, que foi uma pessoa importante em sua vida, no segundo ano de Leti na escola, que é mãe de Amanda, colega sua do ano passado. Foi lindo ver seu interesse pelas coisas que Amanda trouxe em sua mala...

Brincamos de "lá vai a bola", passando pela roda brinquedos contidos nas malas que, a cada parada, eram substituídos. De vez em quando, sentíamos a resistência de uma ou outra criança, de colocar na roda um brinquedo da sua mala. Mas, com o apoio dos pais, todos entraram na brincadeira.

Terminada a brincadeira, foi chegada a hora mais difícil da manhã: hora de exercitar o desapego! As crianças foram convidadas a trocar suas malas com um colega, com a promessa da troca ser desfeita posteriormente.

Muitas tiveram dificuldade para se desprender dos seus objetos, embora eu tenha ficado com a sensação que a maioria conseguiu contornar a resistência inicial, depois de uma boa conversa. Para aqueles que não conseguiram, a alternativa foi trocar um único brinquedo ou, até, a mala vazia.

Leti não teve dificuldade com a troca porque, na verdade, não consegue compreender com precisão o que isso significa. Então trouxemos a mala de uma colega para casa, que vai ser objeto de nossa exploração por todo o fim de semana.

Amei a proposta da escola! A ideia de trabalhar a identidade, a exploração, o desapego. Achei o planejamento fantástico e a ideia originalíssima.

E que venha um fim de semana de boas surpresas!



chegando

recepcionada pela pró Marcele



sua mala

começando a viagem





ela sempre quer o colo de pró Wendy

abrindo sua mala


turma em exploração

buscando novidades



querendo partilhar o piano

lendo com tia Van

se divertindo com a Mônica

roupas de cowboy??

hora do lanche

Grupo Cadeira de Brim (repete aí bem rápido o nome do grupo)

tocando sua meia lua

admirando o Júlio de Amanda

papai saiu de trás das câmeras

dando seu bolo ao Júlio de Amanda

subgrupo brincando

voltando pra casa com a mala da colega

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pequenos Progressos


Efetivamente, das mudanças que serão implementadas na vida de Leti, poucas já foram colocadas em prática, embora tudo já esteja sendo articulado.

Basicamente, a única mudança ocorrida tem sido meu acompanhamento mais de perto e pouco tempo com a babá, já que a que vem cuidar dela só chega no dia 02.

Mas já estou percebendo os frutos de uma atenção mais direcionada a minha pequena.

Está um pouco mais concentrada, e se permitindo brincar por um tempo maior.

Hoje, por exemplo, fiquei super feliz quando, de manhã, ela foi na varanda, pegou a caixa do jogo BINGO DOS BICHOS, me entregou e sentou ao meu lado no chão.

Propus a brincadeira, adaptando à sua capacidade cognitiva e ao seu tempo de concentração. Brincamos, cantamos "seu Lobato tinha um sítio" com cada animal da sua cartela do bingo, e, ao final, guardamos o brinquedo.

Para a maioria, esse pequeno ritual pode não significar nada, mas, para nós, foi, sem dúvida, um grande avanço!

Dias melhores estão por vir!!!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mudanças: Cumplicidade que Emociona (parte 3)

E a peregrinação continua...

Logo depois da conversa com a psicóloga, sobre a qual falei aqui, liguei para a TO de Leti, combinando para levar minha pequena para a Ciranda no dia seguinte. Estava tudo definido!

Depois achei mehor esfriar a cabeça, conversar com todos os profissionais envolvidos, inserir Samir na discussão para, só depois, decidir.

No dia seguinte, pela manhã, conversei com a fono; à tarde, conversei com a escola e; no outro dia, fui à clínica da TO conhecer melhor o projeto da Ciranda.

Como o carnaval estava por vir, achamos melhor adiar a decisão para depois.

Consegui articular para logo depois do carnaval uma reunião entre a psicóloga que avaliou Leti (e que não será a profissional que a acompanhará), a TO e a fono. Na verdade, minha intenção era reunir as três profissionais, a escola e nós, pais. Mas a psicóloga vetou minha presença e não se sentiu à vontade para ir à escola, já que seu contato com Leti se restringiu a um único encontro.

Mas fiquei sensibilizada com sua atenção, já que, mesmo sem receber nenhum centavo como pagamento (que eu me dispus a fazer e ela recusou), ela avaliou Leti, ocupou seu tempo para conversar com as terapeutas e, ainda, permitiu que eu fornecesse seu telefone para a escola para o esclarecimento de eventuais dúvidas.

A reunião entre elas foi na última quinta feira. As três se reuniram às 19h, no consultório da psicóloga, para tentar descobrir qual o melhor caminho a seguir com Leti. E lá ficaram até quase 21h...

Ontem eu e Samir nos encontramos com elas duas para saber do resultado da reunião e para pensar juntos no que fazer.

Depois de quase duas horas de conversa, chegamos a algumas conclusões:

1) Leti vai participar da Ciranda, devendo começar, provavelmente, no início de março;

2) Fará natação 5 vezes por semana;

3) Terá atendimento psicológico com uma profissional recomendada pela psicóloga que a avaliou;

4) Manterá sessão individual de fono apenas uma vez por semana;

5) Suspenderá o atendimento individualizado com a TO, que a acompanhará na Ciranda;

6) Fará aula de musicalização uma vez por semana;

7) Voltará à neuro, para avaliar a necessidade de medicação; e

8) Ou permanecerá na escola duas vezes por semana (segundas e quintas), ou sairá da escola no primeiro semestre (esse foi o único ponto que não ficou definido, sobre o qual tentaremos conversar com a escola na próxima terça feira).

A Ciranda é nossa grande prioridade. Lá Leti terá oportunidade de se organizar sensorialmente, de interagir com outras crianças, com uma mediação qualificada e ostensiva, de lidar com circuitos motores, de controlar sua ansiedade e, consequentemente, suas estereotipias e seus comportamentos autolesivos. Sua TO, que é a idealizadora e coordenadora da Ciranda, nos pediu um prazo de 2 meses sem medicação porque ela acredita que, mais organizada, Leti se controlará melhor e não precisará de remédios.

A natação tem dois objetivos: melhorar sua mobilidade e favorecer sua perda de peso. Vou contactar o professor do condomínio e um outro que me indicaram para ver qual terá um custo menor, já que aulas particulares custam muito caro! A fono e a TO se prontificaram a dar umas orientações sobre maneiras de intervenção, com respeito aos limites da minha princesa, e materiais que podem ser utilizados para que, em breve, minha filhota possa estar nadando. A sugestão foi por aulas de segunda a sexta para que Leti, com uma regularidade maior, possa aceitar melhor essa outra pessoa que vai entrar em sua vida, e possa vencer sua resistência a tudo que é novo e lhe exige um pouco mais de esforço. Estamos na expectativa!

O atendimento psicológico vai nos ajudar no controle da ansiedade, na comupulsividade alimentar e nos comportamentos socialmente inadequados. A psicóloga da avaliação indicou uma outra, que trabalha na mesma linha, e com quem ela faz uma supervisão mensal. Na segunda ligarei para ela.

Reduziremos o atendimento individualizado da fono para uma sessão semanal. Como na Ciranda já há uma sala de linguagem, onde essa habilidade será trabalhada; no atendimento individual, ela dará outro enfoque. Priorizará a linguagem nas atividades de vida diária e promoverá saídas com Leti ao supermercado, para tentar deixar nossas saídas com a pequena mais tranquilas. Essa ideia surgiu depois que relatei minha surpresa depois de ir ao shopping com meu sobrinho (para comprar seu presente de aniversário e passear), e perceber o quão tranquilo pode ser uma vista ao shopping com uma criança pequena.

Já havia matriculado Leti (e Mateus) nas aulas de musicalização do Canela Fina Musicalização Infantil. Ela tinha feito o curso um tempo atrás mas, como não participava muito, acabei achando melhor tirá-la, mesmo vendo que ela assimilava o conteúdo das aulas, repetindo tudo em casa. Depois de acompanharmos a turnê do Grupo Canela Fina nos últimos meses, achei que valeria à pena uma nova tentativa, já que, a cada nova apresentação, ela se mostrava mais tranquila e mais encantada com o show.

Vou marcar nova consulta com sua neuro. Tentei ligar ontem, mas a clínica estava fechada. Como esses médicos são concorridíssimos, não acredito que consiga uma consulta num prazo inferior a 3 meses. Mas estou apostando que vamos conseguir melhorar o comportamento de Leti, com toda a mudança que vamos realizar nos seus atendimentos, e ela não precisará de remédios. Acho que a terapia intensiva, o acompanhamento psicológico, a presença de uma babá qualificada e minha presença mais efetiva em sua vida serão suficientes para lhe dar um maior autocontrole.

Além disso, hoje recebi um email de uma mãe especial relatando a experiência do seu filho com a risperidona, medicação normalmente prescrita a crianças mais novas, que me deixou assustadíssima! Falou que seu apetite aumentou assustadoramente, que ele engordou muito e que o desmame foi super difícil. Ela me aconselhou a tentar (mais uma vez) a dieta SGSC antes de partir para uma medicação tão invasiva.

Quanto à dieta, sinceramente, apesar de já ter tentado duas vezes (por um prazo inferior ao sugerido por essa amiga, que é de 6 meses), no meu íntimo, não acredito que dê certo. Mas não posso ser irresponsável de tentar algo agressivo com minha filha se há a possibilidade de algo menos lesivo resolver o problema. Vou, por enquanto, deixar a dieta em stand by. Vou ver se o ajuste nas terapias opera alguma mudança e, se não for significativo como eu espero, tentarei promover um encontro com mães militantes da dieta (esssa e mais duas amigas queridas) para   que, com seus relatos, eu e Samir, sensibilizados, possamos fazer uma nova tentativa.


A escola é um capítulo à parte, que merecerá um post específico, o próximo da série.

Apesar de ainda não estar com o coração completamente tranquilo, por conta da decisão a ser tomada em relação à escola, sentir o compromisso e a cumplicidade da fono e da TO de Leti me deixou extremamente emocionada!

Nenhum dinheiro paga o compromisso delas, a cumplicidade conosco, o cuidado e a preocupação com a minha pequena, a disponibilidade em pensar, sentar, discutir, abrindo mão do tempo com suas próprias famílias... Não dá nem para explicar... Lindo demais!!!! E é o compromisso destas duas profissionais que me faz acreditar que tudo dará certo!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mudanças Geram Mudanças (parte 2)

Os últimos dias têm sido de muita avaliação, ponderação, estudo, conversa para, em breve, podermos tomar uma decisão que nos pareça mais acertada...

E fazendo uma autoavaliação, parei para me questionar se a mudança de comportamento de Leti não poderia estar refletindo alguma mudança na sua rotina em casa.

É certo que ela sempre teve suas estereotipias, que tinha uma tendência a um comportamento autolesivo, mas isso nunca foi tão crônico como tem sido agora.

E, analisando, percebi que desde dezembro, quando entrei de férias, estive muito ausente da sua vida, por conta dos preparativos da festinha de Mateus, apesar de sempre (fisicamente) por perto.

Para piorar a situação, foi um período em que mudamos muito de babá, procurando encontrar uma que se encaixasse no perfil que espero para cuidar da minha pequena.

Na verdade, na verdade, não sei se minha ausência foi exclusivamente por conta dos preparativos da festa, ou se foi uma tentativa de fugir de um estado de depressão que normalmente me acomete nessa época do ano.

Normalmente, no fim do ano, não exatamente porquê sempre nesse período, passo por um momento de depressão. Fico baixo astral, chorosa, me cobrando mais, me dando menos, pessimista em relação ao prognóstico da minha pequena. A cada ano que passa, essa fase dura um período menor, que logo é sucedida por uma fase revigorante, em que fico mais empenhada com os cuidados e estímulos da minha filha e que, sempre é recompensada por picos no seu desenvolvimento.

Neste fim de ano, não tive meu momento deprê. Aliás, não sei se não o tive ou se o mascarei, canalizando todos os meus cuidados e minhas energias para meu bebê. Nesse fim de ano, Leti também não teve um pico de desenvolvimento. Pelo contrário. Teve perdas significativas na  sua interação e autocuidado.

Só depois da festinha de Mateus é que me dei conta da minha responsabilidade nesse estágio da vida da minha pequena. E, como ainda não encontramos A babá que eu procuro, tenho, eu mesma,  assumido os momentos de brincadeira da minha filha. No turno em que não está na escola, é comigo que ela brinca, que ela desenha, que ela joga, que anda de carrinho, que ouve história, que dorme, que toca, que canta, que assiste TV... Não confio deixá-la brincando com a babá que, definitivamente, não tem jeito nenhum para cuidar de criança.

Ela tem ficado por conta da babá normalmente no início da manhã, quando durmo para recuperar a noite que perco com ela, porque fico fisicamente exausta, e para fazer as refeições e tomar banho. Fora isso, a babá ocupa seu tempo cuidando das coisas e do cantinho dela.

Mas isso tem um preço. Acabo sacrificando um pouco a atenção que preciso dar a Mateus e o tempo que preciso para o meu trabalho.

Mas parece que em breve tudo ficará sob controle. Sua fono (e nosso anjo da guarda) conseguiu uma babá qualificada, que já cuida de uma criança especial, que promete ser uma importante aliada em nossa caminhada. Mas só estará disponível a partir do dia 02.03. 

Até lá, vamos nos virando como dá por aqui. 

Mudanças à Vista: como tudo começou (parte 1)

Mudanças estão por vir. Grandes mudanças! Tão grandes que têm tirado o meu sono desde antes do carnaval.

Como sugerido pela TO de Leti (como falei aqui), no início do mês, levei-a para avaliação com uma psicóloga. 

Coincidentemente, entre o dia em que fiz contato com ela (uma sexta) e o dia da avaliação (uma segunda), Leti mordeu a própria bochecha até sangrar de molhar o seu colchão. E não derramou uma lágrima de dor. Fiquei desesperada e, mais do que nunca, achei apropriadíssima a avaliação.

O incidente aconteceu na sexta à noite. Estávamos com uma babá nova (há uns 10 dias), acompanhada de uma antiga e, acreditando que Leti dormiria logo, fomos, eu e Samir, ao cinema, como costumamos fazer nas noites de sexta feira, deixando Lipe de sobreaviso, para passar o olho na irmã. Quando o filme já estava para acabar, recebi uma ligação de Lipe falando que o colchão de Leti estava todo coberto de sangue, que ele não sabia de onde vinha.

Voltei para casa desesperada e encontrei-a deitada, chamando por mim e pelo pai. O lugar já estava limpo e as meninas falaram que ela não tinha se machucado em lugar nenhum. Quando fui olhar sua boca, percebi a bochecha, por dentro, em carne viva. Meu coração deu um nó!

Logo depois que chegamos, ela adormeceu.

No dia seguinte, liguei para uma amiga para pedir indicação de uma pomada para usar no local e ela questionou se não seria o caso de Leti precisar usar algum tipo de medicação para controlar sua autoagressão. Falei da avaliação com a psicóloga e que achava que, se fosse o caso, ela aconselharia o encaminhamento médico para a medicação.

Sempre fui muito resistente ao uso de medicamentos. E, na verdade, Leti nunca precisou. Sempre fez o tipo quietinha, quando a experiência que eu conhecia era de medicação para conter hiperatividade. Tinha muito medo dos efeitos colaterais a médio e longo prazo...

Mas o comentário da minha amiga me colocou a pensar sobre o assunto.

E, fazendo uma avaliação, percebi que Leti estava potencializando muito seus comportamentos autodestrutivos: mordendo o próprio braço, batendo em sua testa, se arranhando, apertando as bochechas até ficarem vermelhas, e, agora, mordendo a bochecha a ponto de tirar sangue... Ao mesmo tempo, tem sido mais agressiva também com as outras pessoas; tem arranhado muito a mim e ao pai (e também outras pessoas), tem tentado bater, morder, beliscar... Em alguns momentos, chega a dizer antecipadamente que "quer doer", e bate na própria cabeça.

Por outro lado, passei a observar mais detidamente também suas demonstrações de extrema ansiedade: o balanço constante, o jogar-se no chão, a dificuldade de esperar quieta, sem fazer nada, enquanto come, a dificuldade de se concentrar...

No dia do encontro com a psicóloga, Leti estava difícil! Se balançava muito, não dava atenção ao que ela lhe pedia, não brincava com os brinquedos que ela lhe apresentava, não permitia qualquer acesso!

Mas ela percebeu que, quando eu falava de algo do seu interesse, Leti parava de se balançar e prestava atenção (como quando falei da sua compulsão pela comida). Numa outra vez, já no final da conversa, quando eu falava do potencial cognitivo de Leti, e relatava que tinha ficado surpresa ao perceber que sabia cantar parabéns em inglês, ela novamente parou de se balançar e cantou um lindo happy birthday to you.

Ela me perguntou se o acesso a Leti era sempre tão difícil assim. Respondi que ultimamente vinha sendo.

Ela perguntou sobre sua participação na escola, sobre seus avanços, sua interação... Questionou se seria válido mantê-la na escola com esse perfil tão aparentemente desfavorável.

Daí veio a sugestão de participação na Ciranda. 

A Ciranda é um trabalho pioneiro que a clínica da TO de Leti tem desenvolvido aqui em Salvador, de terapia intensiva, com um enfoque sensorial, aliado a uma abordagem motora e de linguagem. 

A vantagem seria, além da terapia intensiva, o acompanhamento quase individualizado aos pequenos grupos de crianças. 

A inspiração surgiu da constatação dos resultados obtidos com crianças estimuladas com abordagens comportamentalistas, através de um trabalho de terapia intensiva. Mas o substrato teórico do trabalho se afasta um pouco das abordagens comportamentalistas e concilia um pouco da filosofia do flortime, sonrise e afins.

A ideia é que, com um grupo pequeno de crianças, e com mais profissionais envolvidos, durante nove horas semanais (3 horas por dia, três dias por semana), se possa ter um cenário mais favorável para trabalhar a ansiedade de Leti e suas relações interpessoais.

A proposta é, sem sombra de dúvida, sedutora!

Mas há um porém: só há turmas da Ciranda à tarde, quando Leti está na escola. Não há um número suficiente de crianças que justifique, ainda, a abertura de turmas no turno matutino.

E, sendo assim, as possibilidades que se abririam caso optássemos pela Ciranda, seriam: manter a escola apenas duas vezes por semana, temporariamente; sair da escola; mudar o turno da escola para o matutino (em cuja turma já há duas crianças de inclusão); ou, ainda, mudar de escola.

Saí da sessão convicta de que colocaria Leti na Ciranda, manteria na escola duas vezes por semana e, além disso, procuraria aulas de natação e marcaria consulta com a neuro, para analisar a necessidade da inclusão de medicação (sugestões dadas pela psicóloga).

Mas recuei, achei melhor amadurecer a ideia, discutir melhor com os terapeutas, com a escola e, principalmente, ouvir a opinião do papai sobre tudo isso.

Se houvesse turma da Ciranda pela manhã, não hesitaria em colocá-la imediatamente. Mas a interferência na escola tem mexido comigo, tirado meu sono, colocado os terapeutas e profissionais envolvidos para pensar...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A festinha de Mateus: parte 2 - feito pela mamãe

No início de dezembro comecei a pensar a festinha de Mateus. Como sempre, queria fazer umas coisinhas para dar o toque materno ao evento.

Como não sou muito talentosa com artes gráficas, depois de intensa pesquisa no Mr. Google, acabei encontrando a carinha do pequeno príncipe que procurava para a nossa festinha no site da Ju Oliveira Scrap Digital (aqui). Comprei o kit digital contendo arte de algumas coisinhas e pedi a meu cunhado (e dindo de Mateus), com quem faço uma parceria formidável, que colocasse em mega bites todas as ideias que tive para complementar o kit. Adorei o resultado! Fizemos convites, paper toys, menu do evento, rótulos, caixas, dentre outros...

Queria uma decoração provençal clean, nas cores azul, amarelo e branco.

Acertei o buffett e a decoração com o Ateliê da Festa que se encarregou de providenciar móveis, toalhas, centros de mesa e de fazer a impressão de alguns itens para a decoração em acrílico, além de todos "comes e bebes".

Para complementar o menu, fiz cupcakes e minicupacakes, brigadeiros em bisnaga, na colher e em mini xícaras, suco natural de maracujá e goiaba (o buffett incluía sucos de caixa, que dispensei), papinhas caseiras de manga com pêra (receita tirada do site As Delícias do Dudú) e saladas de frutas para os babies. A dinda também fez seus famosos biscoitinhos, em forma de coroa, que foram um sucesso!

As guloseimas e os itens personalizados compuseram a decoração da festa, que conciliou o design do kit digital que já mencionei (complementado pelos itens produzidos pelo cunhado) e artigos em padrão de scrapbook, confeccionados com a ajuda da minha super Silhouette Cameo.

Ficou tudo do jeitinho que eu queria, o que recompensou as horas de trabalho, que foram furtadas dos meus babies.

brigadeiro em bisnaga

brigadeiros em mini xícaras


mini cupcakes de chocolate

paçoquita

chocolate crunch e talento

latinhas de mentos e mini chocolates

bis



brigadeiro na colher

aviador e raposa feitas pelo cunhado

cupcakes

biscoitos da dinda

cupacakes em caixinhas

papinha para os babies

salada de frutas da bisa

água mineral e potinho de uvas para os babies

pirulitos

menu do evento (incluindo programação lúdica e cardápio)


convite

preso só no centro para dar efeito giratório



lembrancinhas  aqui

trechos do livro compuseram a decoração


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