domingo, 28 de junho de 2015

Overdose de Emoções

Depois de viver por mais de 10 anos usufruindo menos da companhia do meu marido que seus colegas de trabalho, finalmente, passaremos a ter uma vida normal, na qual, diariamente, ele sairá para trabalhar pela manhã e, ao final da tarde, retornará para casa para o nosso aconchego, meu e de nossos filhos.
 
Ele sai de Campo Formoso, a poucos quilômetros da cidade onde nasceu, para vir trabalhar a poucos quilômetros da nossa casa. E, coincidentemente, no seu último dia de trabalho na comarca, seu irmão mais velho assume o comando da polícia militar na mesma cidade.
 
Estive em Campo Formoso na última sexta feira, prestigiando a merecida posse do meu cunhado no cargo de comandante da Companhia de Campo Formoso, e acompanhando Samir nos seus momentos de despedida. Foi um dia intenso!
 
Primeiro, almoço com juízes da região. Momento de compartilhar resenhas e memórias.
 
Em seguida, posse do Cap. Mascarenhas, para mim, simplesmente, Juninho, no cargo de Comandante de Campo Formoso. Cerimônia linda, com as pompas típicas da polícia militar, onde o enorme currículo do empossado, falando por si, mostrou para quem porventura ainda tivesse dúvida, sua ampla qualificação para o exercício do cargo.
 
 
 
O auditório da Câmara de Vereadores estava cheio para testemunhar este momento festivo e praticamente toda a família saiu de Salvador para celebrar junto. O orgulho transbordava de todos nós, por acompanharmos de perto a seriedade, o compromisso e a competência que o primogênito do clã sempre dispensou à PM. É emocionante ver o bom trabalho daqueles que gostamos reconhecido! Minha sogra quase não cabia em si...
 


 
 
Na sequência da solenidade, a Câmara de Vereadores prestou uma homenagem a Samir, pelos relevantes serviços prestados à cidade. Foi a minha vez de inflar o ego... rs
 
 
 
Agradecendo a homenagem, Samir relembrou sua vida no colégio militar, mencionou o convívio com vários policiais ali presentes e ressaltou a coincidência do seu desligamento com a chegada do seu irmão. Quem conhece a história da família entenderia a emoção que transbordou dos nossos olhos.
 





 
 
Depois de uma rápida passada no churrasco de comemoração pela posse, foi a hora de seguir para a festa de despedida organizada pelos funcionários do fórum.
 
É a quarta comarca da qual ele se despede (e de uma ele sequer era titular), e estes momentos são sempre emocionantes!
 
Samir tem um dom, uma característica que é dele, de transformar um ambiente de trabalho. Não que os lugares por onde tenha passado fossem ruins antes da sua chegada. Mas, sem dúvida, se tornaram melhores depois da sua passagem. E não sou eu que digo isso. Mas os funcionários, advogados e jurisdicionados das comarcas.
 
E isso sempre fica muito evidente nessas festas de despedida, com os espontâneos e desinteressados comentários a respeito.
 
Desta vez o clima era diferente. Porque a despedida estava vinculada ao retorno para o convívio com a família.
 
E cada pessoa que se aproximava para falar comigo sempre dizia praticamente a mesma coisa: que sentiria muito a falta de Samir, que tinha feito um trabalho honroso na cidade, mas que se sentia feliz por ele, por conhecer seu desejo de voltar ao convívio familiar diário.
 
No meio da festa foi a hora de formalizar a despedida. Em nome dos funcionários, duas serventuárias fizeram um resumo da sua história na comarca, salientando o aumento da produtividade do cartório e da união do servidores do quadro, ressaltando uma das característica do meu marido: a humildade.
 

 
 
E cada pessoa que falou sobre ele não esqueceu de falar da sua humildade.
 
Não sei se por conta da sua origem, da sua criação, ou da sua personalidade propriamente dita, mas, de fato, humildade é uma característica que bem ilustra a postura de Samir no exercício da profissão.
 
As portas do seu gabinete (desde cedo, porque ele é madrugador) estão sempre abertas a quem quer que seja, sem precisar marcar horário.
 
Por ter exercido a advocacia antes de ingressar  na magistratura, ele tem um respeito enorme pelos colegas e não mede esforços para facilitar o exercício de seu trabalho. Por isso, ao longo dos anos, vem somando grandes amigos por onde passa.
 
Ele vê nos serventuários seus leais parceiros de trabalho, e faz tudo o que está ao seu alcance para lhes proporcionar um ambiente saudável de trabalho, dando-lhes voz e valorizando suas iniciativas e atitudes.
 
Ele se vê no lugar do outro e, com seu peculiar senso de justiça, trata de, na medida do humanamente possível, dar andamento aos processos, para atender as demandas que chegam a seu conhecimento.
 
E faz tudo isso no automático, sem esperar nada em troca, porque ele simplesmente é assim. E é nesta forma de trabalho que acredita.
 
Mas como isso não é o mais comum, ele, que faz tudo sem querer nada em troca, sempre que se despede de uma comarca vê o seu trabalho reconhecido e enaltecido.
 
Mesmo sem me surpreender com o que ouço, porque conheço muito bem as qualidades do homem com quem escolhi construir a minha família, fico inflada de orgulho com as demonstrações de carinho que costumo presenciar.
 
E, nessa noite, dois relatos me chamaram atenção.
 
O primeiro, do juiz do cartório criminal de Campo Formoso, que, espontaneamente, pediu a palavra para passar suas impressões sobre Samir. Falava que seu primeiro contato foi quando, ainda na qualidade de candidato aprovado no concurso da magistratura, conheceu Samir enquanto procurava documentos para a posse nos cartórios de Salvador e se impressionou com sua tranquilidade naquele momento de compreensível tensão. Acrescentou saber da sua fama de operosidade, confessando que isso o preocupou quando soube que iria trabalhar junto com ele e concluiu que, ao longo dos últimos 4 anos em que trabalharam juntos, tinha aprendido muito com meu marido, principalmente a lidar com mais tranquilidade com os estresses do trabalho.
 
 
 
 
O outro foi o relato de um advogado que o conhecia desde a primeira comarca que titularizou, Nordestina, e que dava exemplos para ilustrar a merecida fama de operosidade mencionada anteriormente pelo colega magistrado. Depois de desabafar que a comarca, infelizmente, contava com ampla lista de juízes que poderiam ser categorizados como esquecíveis, ressaltou que Samir, sem sombra de dúvidas, já se encontrava no rol dos inesquecíveis.
 
 
 
Na fala de Samir, que intercalou relatos engraçados e outros emocionantes, o que mais me tocou foi a alusão a sua mãe, pela primeira vez presente em um evento de despedida, como a grande responsável pela qualidade que mais lhe reputam: a humildade.

 



 
 
Por conhecer a linda relação que os une, por ver na  minha sogra uma segunda mãe e por saber que ele tem plena razão no que disse, fiquei, realmente, muito emocionada com este ato de reconhecimento.
 
A festa seguiu feliz e animada até a hora de irmos embora.
 


 
 
No dia seguinte, pela manhã, me vi com lágrimas nos olhos arrumando as malas de Samir: dobrando ternos e camisas sociais, separando sapatos, cintos e gravatas, para trazer esta indumentária, que nunca teve pouso permanente em nosso lar, para, finalmente, dividir nossos armários Acho que só naquele momento a ficha caiu. Só ali me dei conta de que estaríamos começando a escrever uma nova fase da nossa história.
 
Sua avó, que teve sua companhia e seu amparo ao longo de quase 5 anos, ficou inconsolável com a nossa partida. De partir o coração! Racionalmente, dizia que sabia que era o melhor para ele e para nossa família, mas não conseguia esconder a tristeza pela falta que sentiria.
 
E agora estamos nós, com os corações renovados de amor, e cheios de energia para aprendermos a viver uma vida diferente e, sem dúvida, mais feliz, em que poderemos contar mais efetivamente com a presença do outro para tudo o que precisarmos no dia a dia.
 
Aproveitando o clima junino, a frase que bem resumiria este meu momento seria "hahahahaha eu tô sorrindo à toa..."

terça-feira, 9 de junho de 2015

Fim de Semana Especial - Parte 2

Eu, na verdade, pretendia fazer apenas mais um post para contar do nosso fim de semana, mas fui me empolgando com as brincadeiras com Leti e acabei optando por desmembrar para não ficar muito grande.
 
Nosso fim de semana sem babá foi intenso!

No sábado de manhã, aproveitamos que rolava o baba do papai e descemos para Teteu ver tio Bispo. Uma semana antes, tínhamos ido, eu e ele, na casa de tio Bispo e, no caminho, quando ele soube que o tio não estaria em casa, disse "então eu vou chorar", "tô com saudade, mamãe". Quando, da varanda, viu tio Bispo na quadra, quase enlouqueceu e até a vitamina que não queria tomar, tomou sem que eu percebesse só para poder descer logo. O encontro foi lindo e custou ao tio uma partida do lado de fora para bajular o pequeno.

 
 
Como havia dito, nossa programação externa se resumiu a praticamente duas no fim de semana: o forró do Grupo Canela Fina e o espetáculo teatral Os Meninos de Oz.
 
Apesar de ter falado um pouco do espetáculo aqui, acabei me restringindo mais às emoções em torno do encontro de Leti com os coleguinhas que ao espetáculo em si.
 
A história é uma adaptação livre do livro O Mágico de Oz, contextualizada numa escola de uma cidade do sertão nordestino.
 
O elenco é praticamente todo formado por alunos da escola dos meus pequenos, dirigidos pelo professor de teatro.
 
Fiquei positivamente surpresa com o espetáculo que, para mim, nada deixou a dever a espetáculos infantis profissionais já vistos por nós aqui na terrinha.
 
Na saída compramos o CD com a trilha sonora e o tal já está quase furado de tanto tocar no carro, a pedido de Leti e Teteu, que já sabem até a ordem das músicas.
 
Gostaram tanto que querem ver de novo na próxima semana.
 
Leti, que sempre associa passeios a lanches, com pouco tempo de iniciada a peça começou a resmungar pedindo lanche (sendo que tinha almoçado bem tarde por conta de um cochilo prolongado no final da manhã). Como sabia que não estava com fome, e tentando ser firme na estratégia de dissociar os passeios à comida, tentei argumentar que não era hora do lanche, que não podia lanchar no teatro e blábláblá.
 
Nada funcionava. Ela falava alto, tentava levantar, chorava.
 
Quando começou a chorar apelei para um argumento que tenho usado em casa para poder tomar o antibiótico que detesta. Disse que já que estava chorando, eu estava entendendo que ela estava sentindo alguma coisa, e, sendo assim, precisaríamos sair para ir ao médico para cuidar do que a estava fazendo chorar. E não é que deu certo? Pelo menos o choro parou. Ainda tentou levantar, argumentar, mas íamos tentando contornar.
 
Não quis fazer chantagem ou algo parecido, mas achei que como podia relacionar o choro a um mal estar, não faria mal mencionar o hospital que ela sempre quer evitar a qualquer custo.
 
Só quando o espetáculo acabou sentamos numa mesa na varanda do Sesi e ela e Mateus tomaram um iogurte, cada, e dividiram uma maçã.
 
Como disse no outro post, declinamos do convite para a pizzaria e seguimos para casa. No caminho, Teteu viu uma amarelinha e quis parar para brincar (do jeito dele, sem muito traquejo pra se manter num pé só). Leti também tentou entrar na brincadeira, o que foi muito gostoso!

 
 
O forró do Grupo Canela Fina, coincidentemente, foi no mesmo teatro que a peça. Pelo menos o material de divulgação dizia que seria no teatro. De fato, foi na varanda do Sesi, que foi infinitamente melhor que se fosse dentro do teatro, já que o espaço ficou bem mais agradável para as crianças poderem dançar.
 
Chegamos cedo, conseguimos um lugar legal e Teteu encontrou um antigo colega de escola, com quem brincou antes do show começar.
 
No início, Leti quis ficar na mesa com Samir enquanto fui com Teteu para perto do palco, para curtirmos melhor o show.


 
Como ele não havia dormido à tarde, depois da metade do show começou a ficar mais indisposto, não aceitando ficar fora do meu colo. A esta altura, Leti já tinha se juntado a nós dois e estávamos, os três, sentados no chão, do lado do palco.


 
Leti, como sempre, não foi muito receptiva à proposta de dançar. Mas estava super envolvida com as músicas: cantava, realizava comandos das músicas (como bater palmas, bater os pés) e, na música da pipoca, quase me faz enfartar, fazendo cara de milho e de pipoca. Linda, linda, linda!!!!!


 
Pena que não consegui gravar...
 
No domingo, quando voltamos da peça (acabei invertendo os eventos na ordem de acontecimentos), Leti estava tão desenvolta: sorridente, pulante (ela só pula quando está feliz), conversadeira...
 
Foi nesse dia que ficamos um tempão brincando no sofá sobre as brincadeiras que mencionei aqui. E ela estava tão espontânea, tão leve, tão tão...
 
Ela tem nos surpreendido tanto com suas tiradas engraçadas, com suas peraltices e até com suas temosias. É lindo perceber sua evolução. É confortante compartilhar este momento de "altos" em sua vida.
 
E como meu estado de espírito acaba muito influenciado pelo estágio em que ela se encontra, sigo leve e feliz a cada dia, o que parece fazer o universo conspirar para a perpetuação desta felicidade. (sim, em breve terei excelentes notícias para compartilhar aqui...)
 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Fim de Semana Especial - Parte 1

Como disse no post anterior, o fim de semana deu pano pra manga.

Na verdade, acho que tudo começou na sexta, com uma conversa com a psicóloga de Leti. Eu pretendia conversar sobre o uso de um esmalte para tentar fazê-la parar de chupar o dedo, mas como conversa com psicólogo sempre acaba tomando outros rumos, conversamos sobre várias outras coisas.
 
O que me tocou em particular foi uma referência feita a uma característica minha. Nem lembro em que contexto exatamente surgiu, mas ela falou das minhas super programações para as crianças nos fins de semana, sem espaço para imprevistos. A referência foi, na verdade, um convite à reflexão, e não uma crítica em si, mas como eu mesma já vinha pensando a respeito disso há algum tempo (mesmo sem maturar que isso talvez fosse para ocupar 100% do meu tempo), fiquei com a pulga atrás da orelha...
 
De fato, costumo fuçar a internet para procurar a programação infantil do fim de semana e, normalmente, tento me desdobrar para conseguir fazer tudo o que acho valer à pena. Na verdade, na verdade, a meu ver, a programação externa, devidamente triada,  tem duas grandes vantagens: 1) proporcionar uma diversão diferente e de qualidade para a família e; 2) manter a casa arrumada depois da diversão, no fim de semana em que não há secretária em casa.
 
O que Carla pontuava era que, no trabalho de fortalecimento do sujeito com Leti, é preciso dar mais espaço para que ela possa opinar sobre seus pontos de interesse no dia a dia. Inclusive no fim de semana. Uma programação pré-agendada fragiliza um pouco este trabalho.
 
Embora eu não seja tão rígida neste aspecto, já que há espaço para negociação e troca de programação, como na semana passada em que trocamos o Xisto por um momento para fazer um brownie juntos em casa, fiquei pensando em outros aspectos da minha vida, momentos em que fico me enchendo de coisas por fazer. Mas isso é algo para processar com o tempo...
 
De qualquer forma, fiquei com isso martelando o fim de semana todo na cabeça e procurei dar espaço para que meus pequenos decidissem o que queriam fazer. Apenas o teatro de ontem não estava sujeito a barganha, já que os ingressos estavam comprados.
 
No fim das contas, só saímos com as crianças para o Forró do Canela Fina no sábado e para o teatro no domingo.
 
No restante do tempo, ficamos em casa. Descemos para a piscina, lemos livros de histórias, brincamos com blocos, jogos e faz de conta, brincamos com espuma na banheira, vimos desenhos na tv, desenhamos, brincamos de brincadeiras inventadas.
 
E aqui vale uma pausa para esclarecimento.
 
É preciso criatividade para brincar com quem não gosta de brincar. É preciso muita mediação para extrair diversão de uma brincadeira tradicional com Leti. Isso às vezes me frustra, em outras, me mobiliza (como no episódio que contei aqui).
 
E é na tentativa e erro que vou tentando estratégias com a minha pequena.
 
Tudo começou com uma brincadeira que aprendi num desenho da Peppa.
 
Tentando brecar suas estereotipias sonoras no caminho para a escola, lancei a brincadeira: "Eu vejo com meus olhinhos uma coisa azul".
 
Instantaneamente o som repetitivo parou e a resposta veio: "O céu!"
 
Ora, ora, deu corda, então vamos lá!
 
- Um monte de coisa verde.
- As árvores!
 
- Uma coisa branca.
- O carro de mamãe!
 
Neste momento, Mateus também já tinha se inserido na brincadeira e o tempo passou sem que sentíssemos, até a chegada à escola.
 
Num momento posterior, a brincadeira ficou um pouco mais elaborada, apelando para o abstrato:
 
- Eu imagino com meu pensamento um bicho que tem no zoológico.
- Um elefante!
 
- Eu imagino com meu pensamento um desenho que gosto de ver na TV.
- Old Mac Donald.
 
- Eu imagino com meu pensamento um livro que gosto de ler.
- Os três porquinhos.
 
As possibilidades se ampliam em progressão geométrica! E ela embarca a cada nova versão.
 
Quando fica fácil, uma tentativa de aumentar o grau de dificuldade do "eu imagino com meu pensamento": é a hora de inverter os papéis e Leti fazer a charada"
 
Explico qual é a proposta e inicio a frase para ela "eu imagino com meu pensamento..." e ela, que está sempre me surpreendendo, completa: "um bicho que gosta de pular em árvore".
 
- Macaco!
 
A sensação foi de êxtase! Ela entendeu a proposta, pensou previamente a resposta e elaborou a sentença para que eu chegasse até ela. Parece bobagem! Para mim foi como uma admissão para um mestrado rs.
 
O mais gostoso, além de perceber a capacidade cognitiva da minha filhota, é perceber que, através de uma brincadeira simples, pensada por mim, e integrando quem da família estiver junto, ela consegue sair de um movimento estereotipado e se divertir. Sai do 8 ao 80.
 
Recentemente, a brincadeira ganhou nova versão. A brincadeira se chama "O nome do livro é...".
 
A ideia é contar um pedaço da história, sem mencionar o nome do livro, para que ela o adivinhe. Relativamente fácil. De fato! E ela adora o reconhecimento pela sua proeza na brincadeira.
 
Mas depois de bem assimilado o discurso direto da brincadeira, é hora da inversão.
 
Na primeira tentativa, ela lançou "era uma vez três porquinhos...".
 
Fazendo graça, mostrei que ela já tinha me dito o nome do livro e mostrei como poderia ter me contado.
 
Ontem à noite (e por isso estou falando tão detalhadamente da brincadeira, que teve sua culminância ontem, no fim de semana, portanto) ela conseguiu elaborar pela primeira vez a pergunta para o "O nome do livro é...".
 
Foi a sua charada:
- Era uma vez uma princesa que gostava de calçar um sapato de cristal...
 
Algum palpite????
 
Confesso: morri e ressuscitei três vezes!
 
Mas ela não satisfeita, lançou novo desafio: "era uma vez três irmãos que moravam em casa de palha, madeira e tijolos..."
 
Sim, ela entendeu o recado. E entende tudo que se passa a seu redor. Não tenho a menor dúvida! Nossa grande missão é encontrar o jeito certo de despertar seu interesse para mostrar o que sabe.
 

domingo, 7 de junho de 2015

Meu pedido ao Mágico de Oz

A vontade é de escrever detalhadamente sobre o maravilhoso fim de semana que rolou por aqui, mas, diante do risco da informação mais importante se perder no turbilhão de emoções, preferi fazer este post destacado e, num outro, logo a seguir, falar sobre o resto.
Hoje foi dia de teatro!
Até aí, nada demais. Teatro é algo comum de acontecer por aqui. Principalmente quando se trata de espetáculo infantil.
Mas este espetáculo foi diferente! Foi produzido e patrocinado pela escola dos meus pequenos, e tinha no elenco as duas filhas de uma amiga super querida.
Oh, sim, já era um grande indício de que seria um programa especialmente diferente. Mas ainda não foi isso que me fez querer escrever sobre este momento em particular do nosso fim de semana em separado.
Ao longo da semana, as mães de algumas coleguinhas de Leti marcavam, no grupo do Whatsapp, um encontro das crianças no teatro hoje.
Leti, este ano, pela primeira vez, tem mostrado interesse por seus colegas, tanto da escola como da Ciranda. Ainda está longe daquilo que considero ideal, já que ela não os busca para brincar ou para uma interação muito funcional. Mas o interesse é o ponto de partida. E estou me agarrando com unhas e dentes a esta oportunidade, procurando, é claro, respeitar as limitações da minha pequena. Assim, unimos o útil ao agradável e fomos ao teatro.
Antes de entrarmos na sala, encontramos uma colega sua na bilheteria que, aparentemente tímida, buscava o apoio da mãe e irmã para chamar a atenção de Leti, até o momento em que trocaram um aceno. Lindo perceber a questão que fez de procurar um contato com minha pequena  (me segura que vou morrer - 1).
Quando entramos, Sophia, sua colega, que estava acompanhada da simpaticíssima mãe, havia guardado um lugar para Leti ao seu lado (me segura que vou morrer - 2).
Durante todo o espetáculo, dos momentos em que Leti estava tranquila aos que beirava ao chilique, pedindo lanche, Sophia se mantinha tranquila, ao seu lado, sempre lhe buscando para fazer um carinho. E até quando Leti tentou lhe morder (sim, isto, apesar de raro, aconteceu), Sophia, muito tranquilamente, lhe respondeu, sem perder o mesmo tom carinhoso: - Leti, você sabe que não pode morder (me segura que vou morrer - 3).
Terminado o espetáculo, uma atriz mirim (confesso que, como ainda não conheço todos os colegas de Leti, não sei se ela é da sua turma) chamou por Leti com um vigor e um carinho tão grande que encheram meu coração de emoção  (me segura que vou morrer - 4). Fomos cumprimentá-la pelo desempenho no espetáculo e aproveitamos para tirar uma foto.
Na saída, enquanto dava o lanche de Leti e Mateus, suas coleguinhas que ainda estavam lá (o único colega que foi estava molinho sentado na cadeira ao lado) foram convidá-la para comer uma pizza nas mediações.
Como a relação de Leti com a comida é muito conflituosa, e eu não sabia quanto tempo duraria o programa, achei melhor declinar do convite, rezando para não entenderem a negativa como uma indelicadeza.
Foi a primeira vez que Leti teve um contato efetivo com colegas fora da escola. É claro que ela já havia encontrado colegas em momentos de lazer antes, fora da escola, mas nunca foi tão receptiva ao contato e nunca tinha sido tão bem acolhida (leia-se, tão buscada pelos colegas).
Fiquei emocionada de perceber o tamanho do carinho que aquelas crianças, mesmo despretensiosamente, dedicam a minha preciosa filhota.
E , saindo do espetáculo Os Meninos de Oz, gostaria apenas de retornar à Cidade das Esmeraldas e pedir ao Mágico de Oz que perpetue, e amplie, momentos como este na vida da minha pequena.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Curtinhas

Papo cabeça com Mateus:

- Mamãe, quando eu crescer (quescer), vou chegar até o teto.
- Ah, você vai ser um gigante...
- Sim, o gigante do pé de feijão! Olha meu pé de feijão aqui, ó! E olha o outro! Eu tenho dois pés de feijão (apontando para os pés)!


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Ensaiando a música de São João, depois de um encontro com vovô, Mateus me aparece com uma paródia:

"Acorda, Maria Feia! Levanta e vai fazer o gagau. Que o dia já vem raiando e a polícia já está de longe..." (isso porque, na versão original ele canta 'a polícia já está de perto', e não tem quem o convença que o certo é 'já está de pé')

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Pérolas de uma matraquenta a caminho de casa:

" (conversando sobre hallowen)
- Eu vou ser um lobisomem. Não, um gigante. Um ´púlpito´.
- Auuuuuuu... 
(ah, o lobisomem)
- Bum, Bum, Bum (simulando passadas fortes de um gigante)
- O que é púlpito, filha?
- Um animal fantasma!
- Buuuuuuuu"

"- Eu vou morar no céu, sabia?
- Não, filha. A gente pode viajar no céu, para ir para algum lugar. Morar, não.
- Vou morar no céu igual a uma gaivota. Ela é um pássaro.
- Mas pode ser no mar. Num submarino."

"- Ai, meu cofrinho tá aparecendo. Não gostei disso."
" (quando abri a porta do carro, ao chegar em casa)
- Socorro, tô presa!!! (no cinto de segurança)"
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