sábado, 3 de maio de 2014

Pouco glamour, muito amor

Neste ano, Lipe não quis comemoração de  aniversário. Quis aproveitar a viagem que a tia fará agora em maio para os States para encomendar uma câmera que namora há um tempão... Como sabe que é muito cara, abriu mão da festinha para ganhar o presente.

Depois de muita insistência, resolveu chamar dois amigos para passar a tarde em casa com ele (o terceiro estava viajando e chegou, salvo engano, sem tempo para fazer a combinação com a mãe). 

Para que seu dia não ficasse com cara de um dia qualquer, fiz o que pude para torná-lo especial.

É que cresci sendo acordada, no dia do aniversário, com a família ao redor da cama cantando "parabéns pra você". E a sequência do dia sempre foi um longo e constante convite à comemoração: lanche especial, almoço especial, e, no mínimo, um bolo à noite para celebrar com amigos. Dia de aniversário, definitivamente, nunca foi um dia comum. Não queria que fosse para ele também.

Mas Lipe estava resistente! E está numa fase delicada, de transição para a adolescência, quando, às vezes, uma demonstração de carinho materno pode significar uma exposição ao ridículo. Ô fase difícil...

Fui costurando as coisas com ele aos poucos. Apesar de ter estado há 10 dias, perguntando se queria chamar algum amigo, pedindo para combinar, apenas na véspera ele se resolveu e os chamou. Com a mãe de um deles falei no mesmo dia, cedinho, antes de irem para a escola.

Pois bem, sobre tentar tornar o dia especial...

Normalmente, acordo às 5h:40 da manhã para chamar Lipe e preparar o seu café da manhã para ir à escola. Por algum tempo, quando me questionava muito sobre como lhe oportunizar exercícios de autonomia, cheguei a pensar na possibilidade de tentar trabalhar com ele a autonomia neste momento do dia: acordar com o despertador, preparar o seu café, se arrumar e sair. E, sinceramente, acho que ele daria conta. O mais difícil, a meu ver, seria acordar só (das vezes que fizemos esta tentativa, acordei - no meu quarto - com o som do despertador que tocava no quarto dele, enquanto ele dormia profundamente), mas preparar o café seria fácil, já que ele faz isso diariamente, à noite.

Mas comecei a me lembrar da minha louca rotina diária e de quão pouco tempo tenho para dedicá-lo em exclusividade ao longo do dia. Por isso, decidi continuar acordando cedo, fazendo-o despertar com carinho, preparando um café da manhã diferente a cada dia para que cada dia da sua semana começasse marcado um momento a dois com a mamãe.

No dia 30, ao invés de me levantar às 5h:40, levantei-me às 5h. Preparei torradinhas, sanduíches diferentes, pão de queijo, chocolate quente, ovos mexidos, tudo que ele gosta para termos um café especial. Quando se levantou e viu tanta coisa à mesa, perguntou, assustado, que horas eu tinha acordado. 

Na volta da escola, acompanhado de dois amigos, também teve direito a almoço especial, com filé com fritas e penne ao molho de gorgonzola e camarão, que ele ama!

Seus amigos também fizeram sua parte para fazer do dia do meu pequeno um dia mais feliz.

A tarde foi ocupada com bike, futebol, piscina e jogos eletrônicos.

E à noite, para o aniversário não passar despercebido pela família, foi o momento de uma pequena comemoração dentro do nosso próprio apartamento.



Como o dia foi de aula e trabalho, já cheguei no finalzinho da tarde, levando a torta que ele tinha escolhido, para preparar os quitutes da mamãe que ele elegeu para o menu. Em duas horas, preparei o cachorro quente que ele ama (que é quase um strogonoff de salsicha rs), cupcakes de limão, brigadeiros, sanduíches gourmet e mini empratados com sobras do almoço. Recompensador era ver ele fuçando a panela do cachorro quente e insistindo para os amigos provarem, dizendo que não tinha como eles não gostarem, como se estivesse diante da melhor iguaria do mundo!

Os amigos acabaram dormindo por aqui, prolongando a diversão pela madrugada a dentro.

No dia seguinte, feriado, saímos para almoçar no restaurante que ele escolheu e fomos dar uma olhada no tour da copa em exposição no Salvador Shopping, encerrando, assim, a sequência de comemorações. 


Seu aniversário este ano foi o retrato do que tenho buscado para a minha vida ultimamente: pouco glamour e muita demonstração de carinho, afinal, é isso que acho importante ele ter consolidado em seu coração, para construção dos seus valores.

Um comentário:

AMELIA disse...

Admiro muito vc e amo ler o que vc escreve... Parabens... Sou mãe de 2 e apaixonada pela família...
Amelia Liro

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