Em outubro do ano passado, a convite de Mari, amiga blogueira queridissima - do Viciados em Colo - , integrei um grupo que organizou a I Feira de Troca de Brinquedos de Salvador, numa ação promovida pelo Instituto Alana, em todo o Brasil, para fomentar um Dia das Crianças de menos consumismo.
O evento foi um sucesso! E, por conta do evento, e de todos os encontros que o antecederam, acabei conhecendo pessoas maravilhosas, e estreitando laços com outras, que passaram a fazer parte da minha vida com mais regularidade. (Sabe aquela história de que gente boa se atrai? É exatamente assim, sem qualquer falsa modéstia, que sinto em relação a esse grupo... rs)
E com estas pessoas passamos a idealizar a segunda feira. Inicialmente aconteceria em dezembro, para aproveitar o natal, depois no início do ano, depois em abril... e os empecilhos de um aqui e outro ali foram adiando o nosso projeto.
Até que ele renasceu! Conseguimos definir uma data, reunir um grupo de pessoas interessadas em participar, fechar uma pauta e, com o know-how da primeira feira, ficou mais fácil articular as coisas.
Como as árvores que nos brindaram com a sombra essencial para o conforto das crianças na primeira feira secaram, precisamos procurar um novo local para a segunda. Retomamos um contato antigo e fechamos o local para a nova feira: Palacete das Artes, Museu de Rodin. O lugar é agradabilíssimo e, sem dúvida, proporcionará um cenário perfeito ao evento que estamos organizando com muito carinho e dedicação.
Além da feira, ficou articulado com o Museu, que faríamos uma outra feira de troca no mês de outubro e que, entre junho e setembro, organizaríamos momentos para discutir temas relacionados à infância.
Pensando na pauta de discussão, Mari (novamente ela) sugeriu uma mostra do filme Muito Além do Peso, e uma roda de debates. E propôs que o grupo, num momento anterior, se reunisse para ver junto o filme e para conversar a respeito, em meio a bebidinhas, petiscos e crianças.
E assim aconteceu. Ontem.
Confesso que estava morrendo de medo de assistir o filme já que eu sou a única do grupo que tem uma filha obesa (sim, ela está com IMC de obesidade infantil. Infelizmente!). Estava apavorada com a possibilidade de descobrir que estava cometendo absurdos com a minha filha.
Depois de assistir ao filme é impossível não reavaliar hábitos, não olhar para um refrigerante, lembrar de tubos de açúcar e associar a uma diabetes; olhar para um salgadinho e não se reportar imediatamente a um copo cheio de óleo e pensar em problemas coronários, olhar para uma salsicha e lembrar do seu nojento processo de produção. O filme é um tratamento de choque para que repensemos nossos hábitos e nosso compromisso com a saúde dos nossos filhos.
E, apesar da carapuça não ter me servido em nada em relação à alimentação de Leti, que nunca tomou refrigerante, nunca comeu salgadinho, nem biscoito recheado, nem frituras, me vi tentada a mexer drasticamente na despensa da minha casa, no que diz respeito à alimentação de Lipe.
A única falha do filme, a meu ver, foi associar a péssima alimentação das crianças ao estereótipo de crianças obesas quando, na realidade, tem sido muito comum a situação de crianças magras, com alimentação desregulada, apresentarem problemas de saúde, como colesterol e triglicerides aumentados.
Mas, aconselho a quem tenha chance, reservar um tempinho da sua vida corrida para ver o filme e se dar oportunidade de rever atitudes que podem mudar a vida dos seus filhos.
O filme está disponível gratuitamente na internet neste link aqui.
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